Os Doze Pares de França, O Pavão Misterioso, Juvenal e o Dragão, Donzela Teodora, Imperatriz Porcina, Princesa Magalona, Roberto do Diabo, Côco Verde e Melancia, João de Calais, O Cachorro dos Mortos, A Chegada de Lampião no Inferno, Viagem a São Saruê...São livros do povo(alicerçado no pensamento do mestre Luís da Câmara Cascudo e deste poeta cordelista). Fontes da Poesia Popular do Nordeste do Brasil.Alguns são adaptações e recriações do romanceiro europeu. Quintessências da Literatura de Cordel.
Cordel. Vem de corda, cordão, cordial, toca a alma e o coração.
Os folhetos eram expostos em cordões, lençois, esteiras, nas feiras,
praças, portas das igrejas, bancas e nos mercados.
Literatura de cordel, poesia de cordel, romance, folheto(s), arrecifes, abcs,
"folhas volantes" ou "folhas soltas","littèratue
de colportage","cocks" ou "catchpennies", "broadsiddes",
"hojas" e "corridos"... São nomes que a poesia popular
recebeu ao longo do tempo, na Europa e nos países latino-americanos,
com mais destaque no Brasil, principalmente no Nordeste.
No Brasil, o termo cordel foi consagrado como sinônimo de poesia popular.
O cordel apresenta-se em narrativas tradicionais e fatos circunstanciais, em
folhetos de época ou "acontecidos".
As origens da literatura de cordel estão na Europa Medieval.Tem suas
bases na França(Provença), do século XI e posteriormente
na Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Holanda e Inglaterra. Chegou
ao Brasil Colônia com os navegadores portugueses, depois incorporou a
poética nativa do índio, a criatividade e o ritmo da poesia do
negro, dos vaqueiros e tropeiros(o aboio).Tornou-se um ritmo sertanejo-tropical,
integrando-se a outros ritmos como o baião, o xote, o xaxado e o forró.
Ganhou uma característica especial com o advento da xilogravura, na ilustração
das capas de milhares de folhetos. Alguns xilogravurisatas se destacaram: J.
Borges, Dila, Samico, entre outros.
Os principais temas e ciclos do cordel abordam assuntos diversos (síntese de classificaçãoes): abcs; pelejas, cantorias e desafios; religiosidade; costumes; romances; história(estórias); circunstância(s), heroísmo(façanhas, grandes feitos); cavalaria(vaqueiros, bois, cavaleiros,tropeiros); valores, moral e ética; atualidades; fatos e acontecidos; sociais e noticiosos, propaganda; louvações; conselhos e exemplos; fantasias(fantástico, maravilhoso); profecias, apocalipse e fim do mundo; biografias e personalidades; poder, estado e governo; política e corrupção; intempéries e fenômenos da natureza (secas, inundações, maremotos, terremotos, furacões, tempestades); crimes; coronelismo; cangaço; valentia e bravura; banditismo e jagunçagem(Lampião, Maria Bonita, Antônio Silvino, Corisco e Dadá, Sinhô Pereira, Jesuíno Brilhante, Quelé do Pajeú, Lucas de Feira, Volta Grande, Horácio de Matos); Padre Cícero(Coronel e "Santo" do Juazeiro); Frei Damião; Getúlio Vargas(Estado Novo, conquistas trabalhistas);Antônio Conselheiro(Canudos); Coluna Prestes e Revoltosos; Juscelino Kubitschek(construção de Brasília); Lula; papas e santidades; televisão e cinema; artistas e personalidades; ciência e tecnologia; Internet; crítica e sátira; espertezas; humor; obscenidade, putaria e sacanagem(pornocordel); assombração; terrorismo(atentados) e guerras(guerrilhas); modernidade e contemporaneidade; entre outros menos conhecidos e ainda não catalogados etc.
Erudito:
1) "Ciclo heróico, trágico e épico;
2) Ciclo do fantástico e do maravilhoso;
3) Ciclo religioso e de moralidades;
4) Ciclo cômico, satírico e picaresco;
5) Ciclo histórico e circunstancial;
6) Ciclo de amor e de fidelidade;
7) Ciclo erótico e obsceno;
8) Ciclo político e social;
9) Ciclo de pelejas e desafios."
Popular:
1) Romances de Amor;
2) Romances de Safadeza e Putaria;
3) Romances Cangaceiros e Cavalarianos;
4) Romances de Exemplo;
5) Romances de Espertezas, Estradeirices e Quengadas;
6) Romances Jornaleiros;
7) Romances da Profecia e Assombração.
Os cinco temas mais freqüentes na classificação popular da
literatura de cordel são so seguintes: romance, desafio, valentia, encantamento
e gracejo. Ariano Suassuna classifica sinteticamente a literatura de cordel
nos seguintes ciclos temáticos: histórico, heróico, moral/religioso,
satírico e maravilhoso, entre outras variações.
Gilmar de Carvalho, pesquisador do cordel e professor da Universidade Federal
do Ceará opina sobre os ciclos temáticos da literatura de cordel.
Segundo ele: "a divisão em ciclos não é a forma mais
adequada para se encaixar esta fértil produção cultural
- além de reducionista, a classificação empobrece a compreensão
real do cordel. Para efeito didático, no entanto, é possível
apontar alguns dos temas presentes com maior intensidade nos livretos, bem como
os mais representativos para o Estado: a religiosidade, o cangaço e a
seca, por exemplo, além de personalidades recorrentes como Padre Cícero
e Antônio Conselheiro". "São temas que refletem a nossa
realidade, contaminados pela nossa visão de mundo", explica o pesquisador.
I - Folhetos :
1) de conselhos
2) de eras
3) de santidade
4) de corrupção
5) de cachorrada ou descaração
6) de profecias
7) de gracejo
8) de acontecimentos
9) de carestia
10) de exemplos
11) de fenômenos
12) de discussão
13) de pelejas
14) de bravuras ou valentia
15) de ABC
16) de Pe. Cícero
17) de Frei Damião
18) de Lampião
19) de Antônio Silvino
20) de Getúlio
21) de política
22) de safadeza e putaria
23) de propaganda
II - Romances:
1) de Amor
2) de Sofrimento
3) de Luta
4) de Príncipes, Fadas e Reinos Encantados
Sobre a temática do cordel o professor Eduardo Diatahy, da Universidade
Fedral do Ceará, foi enfático: "A quase unanimidade dos que
se debruçaram sobre a Literatura de Cordel - ou «Literatura Oral»,
como querem Câmara Cascudo e outros folcloristas nas pegadas do estudioso
francês Paul Sébillot - propôs uma classificação
por temas do material que compõe esse gênero de produção
da cultura popular nordestina. Ditahy explicita que "uma das raras exceções
nesse domínio foi a de Mário de Andrade que, em seu curto ensaio
«O Romanceiro de Lampeão», limitou-se a constatar, nisso
porém simplificando demasiadamente as coisas: "O cantador nordestino
tem duas formas principais de poesia cantada: o Desafio e o Romance." Complementa
o mestre cearense Eduardo Ditahy: "nesse terreno, tudo se passa como se,
à primeira vista, o estudioso quisesse demonstrar a sua competência
rejeitando as tipologias dos demais e construindo a sua própria classificação
mediante alguns arranjos e acréscimos.
Ditahy conclui citando vários pesquisadores: "assim, vamos encontrar
classificadores em Leonardo Mota, Câmara Cascudo, Manuel Diégues
Jr., Alceu Maynard, M. Cavalcânti Proença, Orígenes Lessa,
Roberto C. Benjamin, Carlos Alberto Azevedo, Hernâni Donato, Raymond Cantel,
etc. E ainda posso destacar dois outros casos curiosos. Um, o de Liedo Maranhão
de Souza , que tomou a sábia decisão de dar a palavra, na matéria,
aos poetas e agentes da Literatura de Cordel, produzindo algo que tem o mérito
de apresentar a linguagem e a visão do povo, mas que é pouco útil
como instrumento de análise por sua extensão e inconsistência
lógica (e, talvez, eu dissesse melhor: por sua redundância)",
arremata Ditahy emn sua análise sobre os ciclos do cordel.
A Literatura de Cordel, mais que centenária no Brasil(ultrapassou cem
mil títulos publicados, segundo Joseph Luyten), tem suas origens ocidentais
e pré-medievais,no universo poético de Provença, França,
com os trovadores albigens (com destaque para Arnaud Daniel, Bertran de Born,
Guiraut de Bornelh e Rimbaud Daurenga).
Entre os trovadores portugueses, precursores da Literatura de Cordel e do Repente,
vêm-me à memória Martim Soares e Paio Soares de Taiverós,
além dos célebres reis-trovadores Dom Diniz e Dom Duarte.
As influências sobre o cordel e a poesia popular contemporânea são
multidiversas: desde a poesia mesopotâmica árabe-fenício-semítica,
mediterrânea, hindu e persa, à poética egípcio -
caldaica hebréia greco - latina e afro - indígena...
Não se pode esquecer a influência bíblica(Salmos de Davi,
Provérbios de Salomão, Cântico dos Cânticos, Apocalipse),
do Lunário Perpétuo, enciclopédias, dicionários,
almanaques, dos grandes livros religiosos e belos cânticos de todos os
tempos, presentes nas diversas civilizações ao longo do processo
histórico.
Os chineses e indianos devem ter tido significativa influência nas origens
e desenvolvimento da poesia popular, por sua antigüidade e por tantos escritos
primordiais como os Vedas, Gita, Upanishads, Mahabarata, Ramayana, I Ching,
o Zen e o Tão Te - King, via Confúcio, Lao-Tse, Buda, Krishna,
Rama e outros sábios do velho e mágico Oriente, tão incompreendido
pela cultura ocidental.
A Poesia de Cordel demonstra a sua força e pujança na expressão
ibero-lusitana - afro - brasilíndia e galego - castelã...Sem esquecer
da verve provençal e italiana(latina). Os romanos com suas epopéias
fecundaram a semente da poesia ocidental, herdada dos gregos, etruscos, celtas,
gauleses, bretões, normandos, nórdicos e dos povos bárbaros
da antiga Europa, Ásia e África.
Foi nesse espaço mitológico que surgiu a poética mágica
de Dante e a verve inventiva do mestre Leonardo da Vinci e dos grandes artistas
italianos. Entretanto, foi na Espanha de Quevedo e Cervantes(Quixote) e em Portugal
de Pessoa, Camões e Gil Vicente, que o cordel ganhou feição
popular e postura lítero-poética.
É na poesia cavalheiresca e trovadoresca que o cordel se inspira e alimenta-se
de forma histórica, principalmente a partir dos Doze Pares da França(que
retrata os tempos do Imperador Carlos Magno), das gestas e epopéias,
dos bardos, apodos, Templários, da Távola Redonda do Rei Arthur,
de El Cid, O Campeador, dos cavaleiros e cruzadas e da obra monumental de Camões
e Cervantes, ambos influenciados por Dante Alighieri e por toda a tradição
popular da oralidade greco-latina-ibero-lusitana.
Os trovadores foram os principais precursores e alicerces para a futura Literatura
de Cordel nos países de língua portuguesa, principalmente no Nordeste
do Brasil, a partir de Salvador-Bahia, dos portos marítimos e do Rio
São Francisco, até chegar em Campina Grande, Caruaru e Juazeiro
do Norte, onde criou raízes e imortalizou-se na verve dos poetas cordelistas
e cantadores repentistas.
Não se pode esquecer o papel do boi(ciclo do gado), dos bandeirantes,
dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, do negro(batuque,
orixás, terreiros, candomblé), dos índios, caboclos, mamelucos,
cafusos, mulatos, garimpeiros, aventureiros, lavradores, vaqueiros e tropeiros:
disseminadores de costumes, falas e dialetos pelo vasto Sertão, da poesia
regional e universal.Os poetas cantam a sua aldeia e desencantam os uni.versos.
A Literatura de Cordel foi enriquecida pela criatividade e maestria de Gil Vicente,
Camões, Rabelais, Gregório de Matos, Bocaje, Castro Alves, Gonçalves
Dias, Cervantes, José de Alencar, Tobias Barreto, Catulo da Paixão
Cearense, Juvenal Galeno, Ascenso Ferreira, além da contribuição
incomensurável dos trovadores provençais e do romanceiro medieval.
O cordel ganhou o mundo por meio do estudo, pesquisa e divulgação
de mestres, leitores, amantes e pesquisadores da cultura popular, nomes como:
Luís da Câmara Cascudo, Leonardo Mota, Manuel Diégues Jr,
Ariano Suassuna, Rodrigues de Carvalho, Gustavo Barroso, Átila de Almeida,
José Alves Sobrinho, Manoel Florentino Duarte, Rogaciano Leite, Jorge
Amado, Glauber Rocha (pai do Cinema Novo), João Cabral de Melo Neto (Morte
e Vida Severina), Rachel de Queiroz (O Quinze), José Américo de
Almeida (A Bagaceira), José Lins do Rego (Fogo Morto), Graciliano Ramos
(Vidas Secas), Mário de Andrade (Macunaíma), Sebastião
Nunes Batista, Veríssimo de Melo, Sílvio Romero, Tobias Barreto,
Vicente Salles, Alceu Maynard, Cavalcanti Proença, Roberto Benjamin,
Carlos Alberto Azevedo, Hernâni Donato, Liêdo Maranhão de
Souza, Téo Azevedo, Orígenes Lessa, Mário Lago, Américo
Pellegrini Filho, Jerusa Pires Ferreira, Sebastião Vila Nova, Ruth Brito
Lemos, Gilmar de Carvalho, Raymond Cantel, Joseph Luyten, Mark Curran, Paul
Zumthor, Candace Slater, Ria Lemaire, Silvie Raynal, Silvie Debs, Martine Kunz,
Ronald Daus,Silvano Peloso, Zé Ramalho, Soares Feitosa (Jornal de Poesia),Ribamar
Lopes, José Erivan Bezerra de Oliveira,Fausto Neto,Teófilo Braga,
J. de Figueiredo Filho, Eduardo Diatahy de Menzes, Francisca Neuma Fechine Borges,
Antônio Augusto Arantes, Ruth Brito, Maria de Fátima Coutinho,
Rodrigo Apolinário( Cordel Campina), Maria Edileuza Borges, Alda Maria
Siqueira Campos, Alícia Mitika Koshiyama, Maristela Barbosa de Mendonça,
Mª José F. Londres, Patrícia Araújo, Doralice Alves
de Queiroz, Esmeralda Batista, Viviane de Melo Resende, Márcia Abreu,
Assis Ângelo, A.M Galvão, V.M Resende,Shirlley Guerra, Maria Julita
Nunes e tantos outros destaques do mundo culturaliterário.
Renomados criadores das artes e da literatura brasileira foram influenciados
pelo cordel. Saliento os principais que me recordo: Ariano Suassuna, Mário
de Andrade, Oswald de Andrade, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Américo
de Almeida, Rachel de Queiroz, Guimarães Rosa, João Cabral de
Melo Neto, Manuel Bandeira, Dias Gomes, João Ubaldo Ribeiro, Orígenes
Lessa, Cora Coralina, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Freire, José
Nêumane Pinto e tantos outros criadores significativos.
Na música, além de Villa-Lobos, a presença do cordel é
marcante em Luiz Gonzaga, Elomar, Zé Ramalho, Raul Seixas, Antônio
Nóbrega, Quinteto Violado, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Ednardo,
Xangai, Fagner, Elba Ramalho, Belchior, Caçulinha, Mário Zan,
Zeca Baleiro, Lenine, Chico Science, Chico César, Amelhinha, Juraíldes
da Luz, Chico Buarque, Geraldo Vandré, João do Vale, Jackson do
Pandeiro, Jorge Mautner, Tom Zé, Dominguinhos, Oswaldinho, Clodo, Climério
e Clésio(Os Irmãos Ferreira do São Piauí e de Brasília),
Sivuca, Zé Gonzaga, Marinês, Hemeto Paschoal, Pixinguinha, Cartola,
Noel Rosa,Ary Barroso, Vital Farias, Genival Lacerda,Diana Pequeno, Roberto
Correia, Nando Cordel, Cordel do Fogo Encantado,Castanha e Caju, Cegas de Campina
Grande, Jorge Antunes, Anand Rao, Argemiro Neto, Genésio Tocantins, Paulinho
Pedra Azul, Beirão, Waldonys, Robertinho do Acordeon,Zé Calixto,
Arlindo dos Oito Baixos, Gérson Filho, Pedro Sertanejo, Furinchu, Chiquinho
do Acordeon, Torquato Neto, Capinan, Pessoal do Ceará, Gilberto Gil,
Jorge Mautner, Maria Betânia, Vinícius de Moraes, Milton Nascimento,
João Gilberto e Caetano Veloso. Só para lembrar alguns nomes expressivos.
A lista é quilométrica.
Convém ressaltar figuras de destaque, mistura de cordelistas e cantadores
como o lendário "Zé Limeira", fabuloso e fantástico
Poeta do Absurdo, de Orlando Tejo e o inesquecível mestre Patativa do
Assaré, da Triste Partida e tantas chegadas... Há ainda os semeadores
Ugolino de Sabugi(primeiro cantador que se conhece), Nicandro Nunes da Costa,
Silvino Pirauá, Germano da Lagoa, Romano da Mãe D´Água,
Cego Aderaldo, Cego Oliveira, Zé da Luz, Fabião das Queimadas,
Zé de Duquinha, Caraíba de Irecê, Otacílio e Lourival
Batista, Ivanido Vilanova, Pinto do Monteiro, Pedro Bandeira, Raimundo Santa
Helena, Oliveira de Panelas, Azulão, Franklin Machado Nordestino e Cuíca
de Santo Amaro. São símbolos que me vem de repente à memória.
Não posso esquecer de figuras mí(s)ticas do universo sertânico
do cordel: Lampião, Maria Bonita, Corisco, Antônio Silvino, Jesuíno
Brilhante, Quelé do Pajeú, Lucas de Feira, Sinhô Pereira,
Antônio das Mortes, os dragões da maldade, os santos guerreiros,
beatos, jagunços, coronéis, cabras da peste, personagens glauberianos
e cinematográficos...
No Brasil, o cordel ganhou estatura poética na Região Nordeste
do Brasil, pelas bandas do Polígono das Secas, Vale do São Francisco,
Sertão do Cariri, dos Inhamuns, do Pajeú, Serra de Santana, Serra
da Laranjeira, a mítica Serra do Teixeira (Olimpo da Poesia), Campina
Grande (Capital do Cordel), João Pessoa,Vales do Jaguaribe,Parnaíba,
Gurguéia; Chapada Diamantina, Chapada do Apodi,Serra da Borborema, Chapada
do Corisco, Caruaru, Juazeiro do Norte, Crato, Crateús, Limoeiro, Recife/Olinda,
Fortaleza, Salvador, Serra Talhada, Quixadá, Qixeramobim, Cabrobó,
São José do Egito, Patos, Piancó, Umbuzeiro, Penedo, Aracaju,
Oeiras, Picos, Imperatriz, Pedreiras, Catolé do Rocha, Monteiro, Sumé,
Serra Branca, Bezerros, Surubim, Mossoró, Caicó, Aracati,Paulo
Afonso, Feira de Santana, Juazeiro, Petrolina, Teixeira,Irecê/Jacobina,
Barra, Morro do Chapéu, Bom Jesus da Lapa, Senhor do Bonfim,Uauá,
Chorrochó, Maceió, Natal, São Luís, Cachoeira dos
Índios, Terezina, Parnaíba, Belém, Ilhéus, Itabuna,
Canindé, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Ingazeira, Quebrângulo,
Santarém, Ipirá, Irará, Canudos, Monte Santo, Sertânia,
Jequié, Vitória da Conquista, Ibititá, Canarana, Lapão,
Recife dos Cardosos, Pirapora, Anápolis, Montes Claros, Rio, São
Paulo, Campinas, Diadema, Brasília /Ceilândia/Taguatinga/Gama e
pela vastidão das metrópoles, dos campos, fazendas, roças,
lugarejos, povoados, arraiais, arrabaldes, vilas, vielas, pés de serra
e cidadelas da caatinga e do agreste.
Francisco Chagas Batista publicou um folheto, no ano de 1902, em Campina Grande,
que está catalogado na Casa de Rui Barbosa - no Rio de Janeiro. É
registrado como o primeiro folheto de cordel brasileiro publicado. Muito outros
anteriores, se perderam na poeira do tempo.
Por muitos desses caminhos andaram e foram lidos poemas dos vates - poetas fenomenais:
O condoreiro Antônio Frederico de Castro Alves (uma espécie de
precursor do cordel erudito e do improviso), Silvino Pirauá de Lima (o
introdutor do folheto de cordel no Brasil, segundo Luís da Câmara
Cascudo), Agostinho Nunes da Costa(um dos pais da poesia popular no Nordeste),
Leandro Gomes de Barros (um dos principais cordelistas de todos os tempos, pioneiro-mor,
publicou centenas de folhetos), Ugolino de Sabugi (primeiro cantador), Francisco
Chagas Batista, Nicandro Nunes da Costa), Germano da Lagoa, Romano de Mãe
D´Água, Manoel Caetano, João Benedito, Manoel Cabeleira,
Diniz Vitorino, José Duda, Antônio da Cruz, Joaquim Sem Fim, Manuel
Vieira do Paraíso, Romano Elias da Paz, Manoel Tomás de Assis,
José Adão Filho, Lindolfo Mesquita, Arinos de Belém, Antônio
Apolinário de Souza, Laurindo Gomes Maciel, Rodolfo Coelho Cavalcante,
Francisco Sales Areda, Manoel Camilo dos Santos, Minelvino Francisco da Silva,
Caetano Cosme da Silva, Expedito Sebastião da Silva, João Melquíades
Ferreira da Silva, José Camelo de Rezende, Joaquim Batista de Sena, Gonçalo
Ferreira da Silva, Teodoro Ferraz da Câmara, José Albano, João
Ferreira de Lima, José Pacheco, Severino Gonçalves de Oliveira,
Galdino Silva, João de Cristo Rei, Zé Mariano, Antônio Batista,
José Alves Sobrinho, Manuel Pereira Sobrinho, Antônio Eugênio
da Silva, Severino Ferreira, Augusto Laurindo Alves (Cotinguiba), Moisés
Matias de Moura, Pacífico Pacato Cordeiro Manso, José Bernardo
da Silva, Cuíca de Santo Amaro, João Martins de Athaide, Apolônio
Alves dos Santos, José Costa Leite, Antônio Teodoro dos Santos,
José Cavalcante Ferreira (Dila), Francisco Gustavo de Castro Dourado,
Manoel Monteiro, Abraão Batista, J.Borges, Zé da Luz, Arievaldo
e Klévisson Viana, Zé Soares, Zé Pacheco, João Lucas
Evangelista, Amargedom, Joao de Barros, Zé de Duquinha, Carolino Leobas,
Elias Carvalho, Zé Maria de Fortaleza, Audifax Rios, Adalto Alcântara
Monteiro, Cunha Neto, João Firmino Cabral,José Antônio dos
Santos, Pedro Alves da Silva, José Marins dos Santos, Manoel Serafim,
Francisco Queiroz, Ary Fausto Maia, Toni de Lima, Bráulio Tavares, Téo
Azevedo, Stênio Diniz, Josealdo Rodrigues, José Hélder França,
Elói Teles, Luiz Augusto Bitu, Antônio Lucena, Geraldo Gonçalves
de Alencar, Hélvia Callou, Edmilson Santini, Eugênio Dantas de
Medeiros, Jomaci e Jandhuir Dantas, Francisco de Assis, Paulo de Tarso, Francisco
Morojó, Pedro Osmar, Geraldo Emídio de Souza, Olegário
Fernandes, Zé Antônio, Pedro Américo de Farias, Marcelo
Soares, Jair Moraes, João Pedro Neto, Francisca Barrosa, Lourdes Ramalho,
Tindinha Laurentino, Maria da Piedade Correia - Maria Diva Guiapuan Vieira,
Vânia Diniz, Lilian Maial, Vânia Freitas, Cora Coralina, José
Leocádio Bezerra e diversos nomes recorrentes no fantástico cosmos
cordelista. Poetas significativos do passado e da atualidade, entre tantos baluartes
da Poesia Popular e do Romanceiro do Cordel.
Amargedom, Almir Alves Filho, Anízio Guimarães, Benedito Generoso
da Costa, Daniel Fiuza, Domingos Medeiros, Francisco Egídio Aires Campos
(Mestre Egídio), Gonçalo Ferreira da Silva, Guaipuan Vieira, F.G
C.Dourado, Jesssier Quirino, Jandhuir Dantas, José de Souza Dantas, Lenísio
Bragante de Araújo, Rubênio Marcelo, César Obeid, Walter
Medeiros (Todos os últimos citados são publicados constantemente
na Internet). Divulgam seus trabalhos nas páginas da Web com relativa
freqüencia e constantes atualizações.
O cordel tem presença constante no mundo virtual.Além de centenas
de cordelistas que divulgam os seus trabalhos na Internet, temos até
a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro e
composta por seleto quadro de acadêmicos de boa qualidade.
Há pouco surgiu um dos melhores sites sobre o Cordel na Internet: O Cordel
Campina ,
coordenado por Rodrigo Apolinário, em Campina Grande, Meca sertaneja
da poesia popular e berço de célebres poetas e cantadores repentistas.
O cordel subsiste,sobrevive, apesar das idiossincrasias, intempéries,
dificuldades e antropofagias da Indústria cultural midiática,
globalizante e da invasão cultural norte-americana...
São imprescindíveis a divulgação na mídia
e na web, distribuição eficiente,abertura de espaços e
fóruns de discussão e de publicação de textos de
cordel, de autores tradicionais e contemporâneos, para dinamização
do movimento da Poesia Popular Universal...
A Internet é um espaço primordial e dinamizador de nossa literatura
popular.
Quem quiser conhecer um pouco sobre a poesia popular e apreciar a minha criação
em cordel, visite:
www.gustavodourado.com.br/cordel.htm
Veja também inúmeros links sobre cordel em:
www.gustavodourado.com.br/cordelinks.htm