A Garganta da Serpente
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São Paulo, minha terra, meu amor!

Ei São Paulo,
São Paulo meu amor...
Essa cidade tão grande
De gente apressada
Não pára pra nada,
Sempre correndo
Parece até que tem direção certa
E é sempre rumo ao futuro.
Está sempre um passo adiante...
Desfila elegante, entre seus imigrantes,
emigrantes e integrantes.
De gente de todas as raças e credos
que se misturam, se miscigenam.
Transformando a cidade a cada instante
Que cresce para cima no alto da Paulista,
Para os lado na Grande São Paulo.
Que de tão grande,
não é possível medir com um simples olhar
é preciso observar o mapa,
desde onde sumiu a mata.
São Paulo das grandes e pequenas ocupações
irrestritas, desordenadas, sem preocupações...
Só depois, do morro desmatado, das famílias ali postadas
É que se percebe que uma comunidade inteira, integrada,
sobrevive por si só. Sem a anuência ou a ciência da prefeitura.
Surge como do nada... como por encanto.
E, de lá sobrevivem
os tanto e quantos forem seus moradores,
que trabalham na cidade
ou sobrevivem da própria comunidade.
Ah! São Paulo dos poderosos barões do café...
Mal poderiam eles imaginar que milhões de motoboys
estariam ali a transitar, com seus capacetes e "bip-bips"...
Tudo porque São Paulo não pode parar!
Eu, como boa paulistana, amo minha terra
mas, nela quero deixar de viver...
Longe, bem longe do trânsito,
do movimento do mar de gente da Xavier de Toledo,
do viaduto do Chá, da Cafeteria Colombo,
da Rua Direita,do Largo São Bento,
da 25 de Março, do metrô Paraíso.
da Higienópolis, do Pacaembu,
da Avenida Sumaré...
Mas quando eu morrer, queira saber
que onde mora o meu coração,
e nos vales verdes de meus sonhos,
minha terra será mais humana, menos corrida
terá mais verde, o céu menos cinza
o Rio Tietê quando cruza com o Tamanduateí
terá logos e imensos jardins
e alguns barcos a navegar.
Ah! São Paulo, meu amor,
sobreviva... por favor!



Rosy Beltrão

(Paulistana que quase não mora em São Paulo)
postado em 07/1/04
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