A Garganta da Serpente
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O direito de rir

Entre as tristes ruelas ensombradas
por ciprestes, gozam da duradoura paz
os finados; nas sepulturas de gesso,caiadas,
algumas datas e nomes o tempo já desfaz.

Veem-se parentes com a saudade tão calada,
lembranças de um amor que ficou pra trás.
Outro desesperado clama pela amada,
a tão bela jovem noiva que ali jaz.

No antigo cemitério, há muito já desfeito, vejo sobre a terra um crânio esbranquiçado
que ri pra mim, como tendo eesse direito!

Foi então que entendi que da morte são senhores
e podem rir felizes do outro lado
zombando dos vivos, tão só uns sofredores.



Golbery Chaplin

(Rio Grandino, nascido em SP)
postado em 22/8/06
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