SÃO PAULO
Sou um bicho cada vez mais apartado
exalto nuvens onde outrem só divisa poluição
descubro flores que sorriem
nos escaninhos das margens do Tietê
e prevejo luzes no futuro dos abjetos
Por entre espécimes que priorizam
corpos a desfilar com valises e notebook
esgueiro-me para os parques para sentir
o fogo serpentino que irrompe da terra
e o sopro da aragem que exala vida
Em inúmeros momentos
Rodeia-me a infância hipnotizada
pelos automóveis e pelas torres de concreto
enquanto eu jazo extasiado com o arvoredo
que nos saúda com chuvas de flores
e forma tapetes de todos os matizes
apesar da rudeza manifesta de nosso pisar