A Garganta da Serpente
Adoradores de Serpentes poemas sobre ofídios
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

A Garganta da Serpente

Serpeias lenta, sob teu ventre frio,
sagaz serpeias, oh serpe mordente!
Filha és da Morte, dum ser doentio,
ardilosíssimo ofídio da mente.

É tua garganta o covil do Infinito,
que vai tragando a abissal poesia,
de toda cria dum seio maldito,
tudo que é dor e dolência, agonia.

Vai sibilando, serpente tristonha,
e inoculando em meus veios peçonha
co vinho ardente do verso que tragas!

Num grande gole de morte e cicuta
te encontrarei, oh venal prostituta,
na solitude das fúnebres plagas...


Victor Eremitus

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente
http://www.gargantadaserpente.com.br