Eu não sei se escrevo o que penso se penso o que escrevo.
Tenho consciência que escrevo o que me dita a alma e que escrevo para
os outros, como forma de lazer ou de purareflexão. Acho que escrever
é exercitar o nosso pensamento assim como é uma divida que eu
tenho para com os leitores.
Se alcanço o que me proponho não sei mas apraz-me que haja quem
me leia e comente minha obra com toda a seriedade.
Em tudo o que faço ponho o máximo de mim sem me escusar a qualquer
esforço nem esperar nada em troca que não seja a humildade de
meus leitores e a dignidade de meus críticos.
Sou feito de intuição e observação, e sempre procuro
a perfeição para os meus escritos. Sei que é algo impossível
mas não consigo fugir a esse enlace, que me domina contextualmente.
Escrever para mim é uma responsabilidade a que nunca fujo e sinto orgulho
por dizer que nunca deixo nada ao acaso nem faço descaso daquilo que
escrevo pois respeito muito quem me lê.
Como qualquer escritor e poeta sou um pouco de sozinho não de solidão
embora às vezes seja apanhado no meio de um turbilhão de sentidos
que me perdem por momentos e me duvidam enquanto ser consciente de muitos. Sou
introspectivo e razoavelmente razoável, mas não faço da
razão meu senhor.
Sonhador o quanto baste acredito no bom senso do ser humano e dou-lhe a margem
de dúvida suficiente para poder errar, o que não suporto é
as pessoas incorrerem no erro sistematicamente por omissão ou desprendimento
de suas responsabilidades.
Multifacetado escrevo de tudo um pouco, mas a poesia livre cativa-me acima do
restante. Quando escrevo tento encontrar-me e encontrar o cimentar de uma base
que me faça entender perante os demais que como eu apreciam a cultura
da escrita.
Não escreve quem quer escreve quem tem intuição e é
socialmente preocupado com as coisas que precisam ser esclarecidas na posse
de todas as suas faculdades inerentes ao bom entendimento.
Assumo o acto de escrever como um trabalho digno de se realizar e de ser socialmente
aceite como ferramenta para atingir diversos fins. A escrita é abrangente
e percorre muitos caminhos até chegar aos seus leitores, que procuram
na leitura uma forma de se sentirem esclarecidos e devidamente avisados, quando
a preocupação é sócio cultural ou de puro ócio.
É um prazer que se constrói intimamente mas sempre ligado a quem
futuramente lê o que se acabou de escrever.
Escrever é um acto de crescimento para o seu autor e é uma forma
de valorizar a vida. Não sei porque escrevo mas sei porque devo escrever:
acto contínuo de minha responsabilidade perante os menos esclarecidos.
(14/07/10)