Invivível= prefixo in (negação) mais o radical
viv (de viver) mais o sufixo ível (possibilidade), ou seja,
país onde não seria possível viver.
Afinal, essa palavra existe? Não. Ela foi dita pelo sociólogo
Betinho, há anos atrás,
numa entrevista para a Folha de São Paulo: "é preciso reverter
o quadro de miséria do país, caso contrário,ele se tornará
invivível". Ele inventou a palavra.
Isso é neologismo, que significa nova palavra: neo (novo)
latino, mais logos (palavra) grego.
Os neologismos estão ligados a todas as inovações dos diversos
ramos de atividades humanas, seja arte, política, técnica ou economia.
A língua - pátria é viva e se renova a cada dia. Reflete
a busca frenética de novidade, evoluindo e introduzindo novos termos
logo aceitos. Os gramáticos e os puristas, (que fiscalizam o uso e o
desuso do idioma) chamam a isso de vício de linguagem. Muitos
deles, porém, já foram aclamados e consagrados.
Há uma briga entre lingüístas, (que são os verdadeiros
especialistas no assunto) e entre os defensores de uma tradição
dogmática e anticientífica (os puristas).
Infelizmente, a mídia tenta preservar normas ultrapassadas. São
professores, jornalistas, advogados não ligados à pesquisa, que
não tentam se atualizar sobre as novas tendências lingüísticas.
Para Marcos Bagno, doutor em lingüística, esses são os "gramatiqueiros",
"pseudo-especialistas", porque fazem os educandos decorarem regras
que ninguém mais usa. Segundo esse escritor, é um mito dizer que
a língua portuguesa é difícil. O objetivo do ensino, deve
ser formar usuários competentes da língua e não professores
cheios de teorias e regras. A norma culta dos livros, a idealizada, deveria
ser posta de lado, para dar lugar à norma culta real, identificável
na fala e na escrita atual da população culta do país.
Regras são contra a evolução? Creio que sim. Posso dizer
mil vezes ao meu aluno que o verbo assistir é transitivo indireto
em "vou assistir ao filme"; ele dirá sempre:"assisti o
filme". Muitos jornalistas insistem, fazem questão do uso correto,
dizendo "ao filme" e depois se traem com "o filme foi assistido
por...". Erram feio, simplesmente porque o verbo transitivo indireto não
admite essa forma passiva.
Muitos escritores modernos sacrificam a gramática em função
de uma expressividade maior. O importante é descobrir quando o erro revela
desconhecimento, ou quando é recurso estilístico. Eles, os escritores
e os poetas, usam e abusam dos neologismos porque são recursos eficazes
que enriquecem a obra.
Eis um fragmento de "ARTEMPOESIA", do poeta Gustavo Dourado.
Inventar palavras é uma das características de sua poesia. Leia
mais em www.gustavodourado.com.br
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