O conflito entre os protagonistas Danny Saunders (brasileiramente Daniel )
e Reuven Malter possui razões religiosas e ideológicas. O filme
exibe dois grupos judaicos que se divergem, sendo um conservador e radicalmente
tradicional e o outro mais liberal, político e científico. Essa
diferença cultural de ideais e crenças é o principal fator
desencadeador do conflito no filme.
Daniel é filho de um líder rabino do grupo de judeus conservador.
Pela tradição, esperava-se que tomasse o lugar de seu pai e liderasse
a décima geração de sua cultura hassídica. No entanto,
o menino cresce e percebe que algo de seu íntimo não concorda
com todos os papéis que foram predestinados a ele. Começa, então,
a se questionar, questionar sua cultura e torna-se ansioso por ampliar seus
conhecimentos, interessando-se pelo estudo da mente, do inconsciente, da Psicologia.
Já Reuven é filho de um professor da cultura liberal, que defendia
o sionismo e o estudo hermenêutico da Bíblia. Os dois, que no início
odiavam-se, ficam amigos e Reuven passa a achar curioso e interessante conhecer
e entender essa cultura tão diferente da sua, tão diferente de
tudo o que lhe fora ensinado. Os dois afeiçoam-se e compartilham as diversidades
e dúvidas que surgem em relação à vida e tudo o
mais que perturba essa fase típica da juventude.
Daniel e Reuven desenvolvem essa amizade a partir da identificação
com as semelhanças e interesse em conhecer as diferenças entre
eles. A convivência foi fundamental para que amadurecessem e ampliassem
a tolerância e a solidariedade para que pudessem aceitar melhor as discórdias
entre as pessoas e melhorar sua capacidade de empatia para com os sofredores.
Perceberam que o ser humano precisa desenvolver, além do cérebro,
o coração também, o que ficou bem interpretado e demonstrado
pelo personagem Daniel.
"Mentes brilhantes geram conflitos. É preciso educar também
o coração." Buda.
O escolhido
The chosen
Direção: Chaim Potok
Duração: 108 minutos
Ano: 1981
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