"Isso mesmo, ele a proíbe... sem proibir. Diz
simplesmente que, se ela se casar, não o ouvirá mais! Entenda,
por favor, ela não pode deixar o gênio da música abandoná-la."
(Fala da Sra. Valérius a Raoul) .
Introdução
Uma das lendas urbanas mais conhecidas e relidas na arte Ocidental é
a do fantasma que teria habitado os subterrâneos da Ópera de Paris
no final do século XIX. Desde que Gaston Leroux publicou seu romance
O Fantasma da Ópera¸ em 1910, já foram produzidos
dezoito filmes e quatro peças teatrais que narram a história
do triângulo amoroso que envolve Erik (o Fantasma), Christine Daaé
(a soprano) e Raoul (o pretendente de Christine) sob diferentes enfoques e estéticas.
No texto de Gaston Leroux somos inicialmente informados pelo autor que a história
do Fantasma da Ópera é real, e que se comprova através
de documentos, relatos de contemporâneos aos fatos e vestígios
arqueológicos encontrados sob o teatro. A forma como o autor construiu
o simulacro em seu romance reforçou a lenda no imaginário das
pessoas, porém o que importa nesta nossa análise é a metáfora
que subsiste à história. Apesar de contada de formas diferentes,
apesar da personalidade do fantasma mudar em cada filme ou peça, apesar
das diferentes estéticas (os filmes variam do terror ao drama romântico),
a história narrada inicialmente por Leroux, e recontada diversas vezes
posteriormente, apresenta na sua estrutura uma metáfora que a torna metaliterária
e universal. O que nos interessa na(s) história(s) do Fantasma da Ópera
é perceber a concepção de arte implícita na relação
entre o Fantasma, Christine e Raoul. Em suma, o que pretendemos com este breve
ensaio é mostrar que O Fantasma da Ópera fala além
da lenda urbana, conta mais do que uma história de amor ou terror; que
O Fantasma da Ópera dialoga com uma concepção de
arte, com um modelo de artista; que O Fantasma da Ópera é
a própria ópera ou, se preferirem, a própria arte.
Dos fantasmas que nos foram dados conhecer
Das dezoito versões de O Fantasma da Ópera produzidas para
o cinema entre os anos de 1916 e 2004, segundo João Máximo, tivemos
acesso a cinco delas . É a partir da análise destas cinco versões,
somadas à análise do próprio romance publicado por Leroux
em 1910, que fundamentamos este ensaio.
Na história de Gaston Leroux, Erik, o fantasma que habita os subterrâneos
da Ópera de Paris, é apresentado como um homem que possui o rosto
naturalmente desfigurado. Quando jovem morou na Pérsia, onde arquitetava
palácios repletos de armadilhas e passagens secretas. Por conhecer estes
segredos arquitetônicos, é perseguido pelos monarcas locais e foge
para Paris com a ajuda de um Persa, co-narrador, cujas supostas cartas são
publicadas por Leroux no livro. Erik é descrito como um gênio das
artes, da arquitetura, da prestidigitação e do manejo com o laço
de Punjab, com o qual estrangulava seus inimigos. Dos subterrâneos em
que habitava, o Fantasma da Ópera controla o teatro, que dizia seu. Conhecia
todas as passagens, tinha acesso a todos os aposentos do prédio. Ao conhecer
Christine, uma cantora órfã de um violinista, resolve dar-lhe
aulas sem que esta o veja. Por detrás das paredes, sua voz chega até
ela como se fosse o "Anjo da Música". Apaixonado por Christine
e sua arte, Erik resolve torná-la a principal cantora da Ópera,
e para que isto aconteça comete assassinatos e prejudica a soprano titular:
Carlotta. Ao perceber que Raoul, um jovem conde, apaixonara-se por Christine,
Erik leva sua "aluna" aos subterrâneos e declara seu amor. É
a partir de então que ela viverá o drama de amar secretamente
Raoul e ter que se dedicar integralmente ao Fantasma. Quando decide fugir com
Raoul, Christine é seqüestrada por Erik. Interessante apontar que
ao final da história é o próprio Fantasma que se convence
da impossibilidade do amor com a jovem cantora, e liberta-a; um desfecho que
difere em todos os filmes por nós analisados, com exceção
da versão de 2004.
O filme de 1925, dirigido por Rupert Julian, pertence ainda a "era"
do cinema mudo e é o que mais se aproxima da história original
dentre as adaptações a que tivemos acesso, contando com a orientação
do próprio Gaston Leroux. Neste filme o Fantasma da Ópera é
apresentado como um insano que fugiu de uma certa Ilha do Diabo para refugiar-se
nos subterrâneos da Ópera de Paris. Erik é um ser hediondo,
cruel, indigno de piedade. No final é perseguido pelas ruas de Paris
por uma turba que o espanca e afoga no rio: o Fantasma acaba morto.
A adaptação de 1943, dirigida por Arthur Lubin, apresenta grandes
diferenças em relação a história original, e é
um musical sem o mesmo peso dramático da versão de 1925 ou do
romance de Leroux. Em alguns momentos o filme se aproxima da comédia
romântica, em outros, constitui-se como um drama. O Fantasma é
inserido na história a partir do personagem Claudin, um violinista que
depois de tocar seu instrumento por vinte anos na Ópera passa a ter problemas
com a mão esquerda, problema este que o impede de tocar o violino com
perfeição e faz com que seja demitido. Admirador do talento de
Christine, Claudin gastara todas as suas economias pagando-lhe aulas de canto
sem que esta o soubesse. Há um diferencial importante nesta versão
que a descaracteriza em relação às outras que analisamos:
aqui não é o Fantasma que ensina Christine; o "Fantasma"
apenas paga a educação musical da mulher que ama. Sem emprego
e sem dinheiro para financiar as aulas, Claudin tenta então vender uma
composição sua a um editor de livros de música. Considerando-se
roubado pelo editor, entra em luta corporal com este e tem o rosto queimado
por um ácido utilizado na tipografia. Com o rosto desfigurado, foge para
os subterrâneos da Ópera, para onde seqüestra Christine. Não
há, nesta versão, uma relação de amor entre Christine
e o Fantasma, o máximo que o Fantasma consegue despertar na soprano é
um sentimento inicial de piedade. A arte aqui é representada apenas pelo
"glamour", não pelo sofrimento. Ao final Claudin, o Fantasma,
é soterrado no desabamento das galerias subterrâneas da Ópera:
o Fantasma acaba morto.
Curiosa é a versão de 1989, dirigida por Dwight H. Little, que
traz elementos de uma estética pós-moderna: pastiche dos filmes
de terror, não linearidade, atemporalidade. A história começa
no final do século XX com Christine, uma jovem cantora que encontra uma
antiga composição chamada Don Juan Triunfante, de autoria
de um compositor psicopata e assassino, e resolve apresentá-la em um
teste para cantora de ópera. Ao se apresentar para a comissão
julgadora, sofre um acidente no palco que a transporta para a Ópera de
Paris no ano de 1884, onde se desenrolará a história do Fantasma
da Ópera. Neste filme Erik estende sua ação para além
das paredes do teatro, ampliando-se também às ruas sombrias de
Paris, onde atuará como uma espécie de vingador de Christine,
a talentosa soprano injustiçada por uma indústria cultural corrupta.
Esta corrupção é retratada especialmente na figura do crítico
de arte que, apesar da impecável e inspirada apresentação
de Christine, resolve destruir sua performance através da coluna de crítica
teatral que mantém no jornal, com o objetivo de enaltecer a soprano oficial
da Ópera, Carlotta, uma artista vulgar e com uma técnica vocal
inferior. A atemporalidade da história é explicitada também
no final do filme. Depois de morto o Fantasma, alvejado por tiros e tendo o
corpo queimado pelas chamas que se alastram pelos subterrâneos da Ópera,
Christine desperta sobre o palco no tempo presente. Lá é ajudada
por um produtor musical que a leva ao seu apartamento. Este produtor é
Erik, o Fantasma, que seduz Christine, porém é descoberto por
ela e novamente alvejado por tiros: o fantasma acaba morto.
A adaptação de 1990, produzida para a televisão e dirigida
por Tony Richardson, reforça esta crítica à indústria
cultural, já que Carlotta, a soprano vulgar e de técnica vocal
inferior, favorece-se do fato de ser esposa do novo proprietário da Ópera,
e por isso assume a posição de destaque nos espetáculos.
Nesta adaptação o fantasma é apresentado como uma espécie
de guardião da verdadeira arte que reconhece em Christine a pessoa escolhida
por Deus para cantar a verdadeira música: "Deus sorriu quando
a imaginou, Christine Daaé. Você é a própria música."
- diz o Fantasma à soprano. A arte é aqui compreendida enquanto
um dom que precisa apenas ser treinado. Também nesta adaptação
encontramos grandes diferenças em relação ao texto original
de Gaston Leroux. Erik é o filho da relação entre o antigo
proprietário da Ópera e uma antiga cantora, muito parecida com
Christine Daaé - daí a história se configurar como uma
espécie de Complexo de Édipo mal resolvido - , e nasce com o rosto
desfigurado depois que sua mãe toma uma infusão para abortá-lo
(seria o caso de pensarmos em uma crítica à relação
da arte com o mercado? A arte - a mãe de Erik - envolve-se com o mercado
- o proprietário da Ópera - resultando no grotesco e no degenerado.).
Outra diferença fundamental em relação ao texto original,
e que difere inclusive dos outros filmes analisados, diz respeito ao combate
final entre o Fantasma e Raoul, que nesta versão não ocorre nos
subterrâneos da Ópera, mas sobre seu telhado, onde vemos um Fantasma
humanizado e que se presta a salvar seu rival, Raoul, de uma queda que o mataria.
O desfecho do drama se dá quando o próprio pai mata Erik com um
tiro: o Fantasma acaba morto.
A última versão que queremos apresentar aqui é também
a que apresenta o maior número de elementos que nos permite discutir
a figura do Fantasma da Ópera enquanto metáfora de uma concepção
de arte. Trata-se do musical de 2004, dirigido por Joel Schumacher. Assim como
a versão de 1989, também esta experimenta uma linguagem não-linear.
A história começa no ano de 1919, onde peças da Ópera
de Paris são leiloadas, para retornar ao ano de 1870, período
em que a narrativa efetivamente se desenvolve. Em diversos momentos o filme
apresenta "flashes" do presente (1919), para depois retornar ao século
XIX e ao desenrolar do drama romântico. Apesar de apresentar, também,
diferenças significativas em relação ao texto original,
esta adaptação procurou seguir a estrutura do romance de Gaston
Leroux e é o único, dentre os filmes analisados, onde o Fantasma
não morre ao final. Assim como na história de Leroux, aqui Erik
reconhece que não poderá jamais possuir o amor de Christine na
forma como necessita, e por isso acaba por devolvê-la a Raoul. Como em
todas as outras versões, Erik habita os subterrâneos da Ópera
de Paris. Este musical, porém, explica a origem do Fantasma na chegada
de uma trupe de ciganos a Paris. Entre as atrações apresentadas
por estes ciganos está um rapaz que possuía o rosto desfigurado
e era apresentado como "filho do Diabo". Ao fugir da trupe, esconde-se
nos subterrâneos da Ópera de Paris. De resto, a história
não difere muito do texto original: Erik vai ajudar Christine, a órfã
de um respeitado violinista, a desenvolver sua arte musical e se apresentar
no palco da Ópera. Exige, no entanto, que Christine o ame e se dedique
a ele. Acompanhamos então o drama da soprano que terá que optar
entre a arte e sua glória, vivendo ao lado do Fantasma, ou a felicidade
de um amor e uma vida "normais", casando-se com Raoul. Como já
dissemos, nesta história Erik não morre no final.
Em todos estes filmes alguns elementos de superfície permanecem: o Fantasma
que se esconde nos subterrâneos da Ópera, a música que Erik
compõe (Don Juan Triunfante), o rosto desfigurado entre outros;
no entanto, as versões criam histórias diferentes, novas, muitas
delas processando elementos do texto original e de elementos que aparecem em
outras adaptações, dialogando entre si.
O Fantasma enquanto metáfora
A partir destes seis textos (o romance de Leroux e os cinco filmes acima apresentados)
queremos perceber a presença de uma metáfora inerente à
figura do Fantasma da Ópera. Acreditamos que a obra de Gaston Leroux
discute a percepção que se tem sobre a arte e o artista, bem como
apresenta algumas discussões marginais a respeito das relações
políticas que permeiam a indústria cultural (como é o caso
do favorecimento da soprano Carlotta em detrimento de Christine, muito mais
qualificada, porém não reconhecida pelos críticos e diretores
do teatro).
Segundo Theodor W. Adorno, "o belo surgiu do feio mais do que o contrário" .
A presença do "feio" na arte e, especialmente, na literatura,
é fato recorrente, até porque o belo se define a partir do seu
oposto. No caso do Fantasma da Ópera, observamos o feio, o doentio, o
desfigurado, o soturno, como elemento próprio de uma arte que se digne
ao nome. Quando Carlotta canta na Ópera, conhece a técnica, agrada
aos ouvidos; mas quando a platéia escuta Christine cantar, experimenta
o sublime, aquele algo a mais que Carlotta não atinge justamente porque
esta não conheceu o rosto do Fantasma, não experienciou o sofrimento,
não adentrou os subterrâneos. E a arte só sai dos porões
imundos em que vive se amada pelo artista, se aceita por ele, se compartilhada
por ele. E é esta uma dedicação integral, exigente, condição
que leva Christine a dizer a Raoul: "Eu nunca poderei deixar a ópera,
Raoul. Você deve esquecer o nosso amor" (F.O., 1925); ou quando
o Fantasma diz a Christine: "Você ama a música, eu sou
a música. (...) Nossas almas são uma só. Agora está
casada com a música. Não pode servir a dois mestres"
(F.O., 1989). Nada mais explícito a respeito da natureza do Fantasma
do que esta sua fala. "Eu sou a música", afirma ele,
o que pode ser entendido também como "eu sou a arte". É
o personagem afirmando-se enquanto metáfora. Não se trata mais
de um fantasma enquanto ente sobrenatural, ou um homem desfigurado e marginalizado;
trata-se da própria arte, da face da arte, de uma arte que para se anunciar
e mostrar, para se eternizar, necessita da total dedicação do
seu artista. Este artista que se torna veículo: "Aqueles que
viram seu rosto se retiram com medo. Eu sou a máscara que você
usa" - diz Christine ao Fantasma (F.O., 2004), ao que responde o Fantasma:
"É a mim que eles ouvem" (F.O., 2004).
No filme de 1943 a metáfora se desloca do Fantasma para virar discurso
na boca do maestro da Ópera. Como já dissemos, esta versão
é a que mais se distancia do texto escrito por Leroux, porém,
ratifica a mesma concepção romântica a respeito da arte
e do artista percebidas nos outros textos. Ao ver Christine conversando com
Raoul, o Maestro Villeneuve a chama para um sermão: "Este jovem
rapaz que é mais importante que a sua ópera, quem é ele?
O seu futuro é promissor, mas precisa escolher entre uma carreira lírica
e o que normalmente chamam de uma vida normal" (F.O., 1943). Este é,
na realidade, o conflito vivido em todas as versões de O Fantasma da
Ópera por Christine, que precisa optar entre amar o Fantasma, e viver
a arte, ou amar Raoul e então viver uma vida comum, talvez feliz, mas
nunca eterna. Porque viver a arte, segundo a metáfora do Fantasma da
Ópera, é viver uma noite eterna, como afirma o próprio
Fantasma: "Viu meu rosto. Ninguém que vê meu rosto pode
viver" (F.O., 1990); ou quando Raoul convida Christine para jantar
e esta responde: "Não Raoul, o Anjo da Música é
muito rígido" (F.O., 2004), o mesmo que afirma a epígrafe
que abre este ensaio.
Esta concepção romântica que associa a arte à dor,
o artista ao sofredor, permanece em todas as versões d'O Fantasma da
Ópera. Para o artista que realmente deseja atingir a imortalidade por
meio do fazer artístico, o caminho é hediondo, porém é
parte do jogo o uso da máscara: a dor experienciada pelo artista deve
se transformar no sublime da arte. "Esqueça tudo sobre a vida
que conhecia até agora. Deixe que a sua alma a leve aonde deseja estar.
Só assim você poderá pertencer a mim" - diz o Fantasma
a Christine (F.O., 2004). E no momento em que Christine conhece o rosto desfigurado
do Fantasma, e tenta fugir, é seqüestrada, porque como afirma Theodor
W. Adorno: "O cruel emerge, na sua nudez, das obras de arte, logo que
o seu próprio fascínio é abalado" . Enquanto
o Fantasma era apenas uma voz ao redor de Christine, esta vivia seu fascínio
pela arte, mas quando desce aos seus subterrâneos e conhece seu rosto,
ela tenta fugir: "Olhe bem! Não queria ver? Pois veja! Sacie
seus olhos, impregne sua alma com minha hediondez. Contemple o rosto de Erik!
Agora já conhece o rosto da Voz! Não bastava ouvir-me? Tinha que
conhecer minha aparência?"
. E a luta que o artista trava com
arte e com o mundo (Christine - O Fantasma - Raoul) é uma luta subterrânea,
da alma e da mente.
Se observarmos com atenção o epitáfio gravado na lápide
do túmulo de Christine Daaé, ao final do filme de 2004, veremos
que consta apenas: "Condessa de Chagny. Adorada esposa e mãe".
É o fechamento da metáfora do Fantasma da Ópera. Ao escolher
Raoul e fugir de Erik, Christine abandona a arte e a prometida imortalidade
para viver sua vida feliz, porém finita. Na lápide não
há qualquer menção ao envolvimento de Christine com a ópera
ou ao fato de ter alcançado certa glória enquanto artista. Sua
escolha e a fuga do que seria seu dom e destino, tornou-a normal, preservou
sua beleza e suas virtudes, mas a matou.
Certamente apresentamos neste ensaio apenas uma possibilidade de análise
da obra O Fantasma da Ópera e do mito que perpassa suas adaptações
para o cinema e que permanece na sua figura. Há muitos outros aspectos
passíveis de serem percebidos e analisados: a questão do gênero
na arte, os arquétipos veiculados pelo texto original e pelas muitas
adaptações para o cinema e para o teatro, a crítica sociológica
da arte, entre outros. E apesar de não termos tido acesso a outras versões
cinematográficas e teatrais do romance de Leroux, o que seria interessante
e desejado, foi possível perceber neste ensaio como muitas adaptações
de uma mesma obra transformam sua narrativa e, ao mesmo tempo, permitem a permanência
de alguns elementos estruturais, como é o caso desta metáfora
que percebemos e nos propusemos a analisar: a do Fantasma enquanto uma concepção
ocidental de arte comum à transição do século XIX
para o XX.
O Fantasma da Ópera
The Phanton of the Opera
Direção: Rupert Julian
Duração: 92 minutos
Ano: 1925
O Fantasma da Ópera
Phantom of The Opera
Direção: Dwight H. Little
Duração: 92 minutos
Ano: 1989
O Fantasma da Ópera
The Phanton of the Opera
Direção: Joel Schumacher
Duração: 141 minutos
Ano: 2004
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