Aquela professora que tanto ensinou a bela e difícil língua, anseia
cavalgar por caminhos diferentes. Sempre olha pela janela para ver o tempo lá
fora. De acordo com a temperatura e a presença ou não de chuva,
ela se aventura a sonhar. Com o tempo ensolarado, ela voa até a neve
do Alasca e imagina que está na paisagem que viu nos livros, toda encasacada,
tentando chegar perto de um pinguim. Quando o tempo está chuvoso,
ela segue até o Deserto de Atacama, no vale da Lua, colhendo pedras de
sal para sua coleção. No dia que venta muito, ela vai para a neblina
de Londres. E no dia mais frio do ano, simplesmente decola para uma floresta
que ela viu num papel de fundo de um computador da amiga dela. Nesta floresta,
o outono fazia cair as folhas das árvores vermelhas.
E à noite?
Pois é! À noite ela somente dormia. E se sonhava, nunca se lembrava
dos sonhos.