Em criança eu me extasiava em ouvir contar estas historias das mil e
uma noite, mas também lhe chamávamos historias da carochinha,
por haver tudo quase impossível, mas ao mesmo tempo entrava em nossa
mente, da mesma maneira que entrava deus anjos e inferno...sim se uma coisa
era possível a outra era quase natural.
Queridos leitores, dizia a lenda, que Rei era aquele que comandava pouco mais
que uma aldeia ou vila, nesse tempo existiam muitos reis e senhores.
Em Portugal, tão pequenino que e o país, o nosso primeiro rei
combateu contra cinco reis mouros e os venceu.
Esses vinham das costas de África atravessando o Mediterrâneo,
subindo o rio Guadiana se instalavam nos lugares mais férteis de caça
e pesca, onde ainda hoje existe tantos vestígios dessa época,
de mouras fadas e corredores do fado.
Na mente da gentes, menos instruídas, estas acreditam e fazem a creditar
as camadas mais jovens, mais vulneráveis a crenças impossíveis,
mas que vivem nas mentes que querem crer em deuses; estas, continuam a passear
correndo ou voando por montes rios e fontes encruzilhadas e caminhos cortados
com portelos.
Ora um desses Reis tinha sete filhas, que nasceram todas na mesma data três
meses depois de desses amantes se terem casado, ano após ano, mais uma
filha nascia; dias depois da ultima nascer sua mãe morria de pavor e
desgosto, mas sobretudo de complicações do parto, deixando as
sete meninas sem nada lhes poder ensinar da vida de mulher; estas cresciam sendo
as mais lindas flores de toda a região.
O desgosto da mãe foi porque dizia a lenda que nascendo sete meninas,
todas correriam o fado se a mais velha não presidi-se as cerimônias
de responsabilidade religiosa... esta era ainda tão criança, e
a lenda dizia que todas as meninas solteiras correriam o fado logo que a mais
novinha desse sinais de vir a ser mulher.
Esse dia chegou, todas as meninas dormiam no mesmo salão cada uma em
sua cama... e se fosse verdade da meia noite a uma hora, da madrugada, teriam
de correr sete fontes sete montes sete portelos de cão, sete encruzilhadas...
voltar a cama sem ninguém acordar na casa... isto a cada sexta feira,
nas seitas feiras do dia treze teriam baile com o diabo ate antes dos galos
cantarem,
O rei andava preocupado e foi pedir ao bruxo da montanha maneira para desencantar
o fado de suas filhas.; este lhe disse será impossível ate tua
filha sangrar a correr o fado e depois casar com o homem que ama, desta forma
todas podem ser salvas... mas hoje será tarde...
A noite chegou, ao bater da meia noite tudo no palácio dormia um sono
de morte... ao bater da ultima badalada o salão abriu-se tornando-se
tudo numa enorme floresta.
Cada uma das meninas tomou a forma de um animal velos para correr seu fado.
A uma hora estavam de volta com fome e cansadíssimas.
O filho do Senhor do outro lado do rio ouviu falar da infelicidade das meninas
mouriscas, este moço muito amava uma delas que vinha ver sua sombra no
espelho da agua cristalina da pequena lagoa ao lado, mas para ele era como se
fosse proibido, pois ele era Cristão. E o cristianismo dizia que a mais
velha deveria de ser desflorada e casada, ser madrinha da mais nova, para quebrar
o fado; mas mouros não baptizavam.
O Rapas ao saber foi procurar cura com o sábio da montanha que lhes disse,
procura porcos espinhos que sejam fortes, deixa-os nos portelos de cão
mais perto do palácio, este com medo fazem saltar seus espinhos, estes
se espetam causando dor , assim o fado será cortado, pois tu nunca terias
tempo de veres o corredor do fado e de o fazeres por sangrar por tua mão.
Grito se ouviu seguido de outros gritos... a lua apareceu brilhante os seus
raios demonstravam a mais bela das mulheres enroscada com dores e vergonha;
Nuno pegou na sua capa e a lançou sobre a linda menina mourisca; ao mesmo
tempo que lhes passava a mão em seu corpo nos lugares que poderia ter
espinhos alojados, esta tremia e se arrepiava de dores e prazeres, caindo em
seus braços de Nuno, pedindo a este para a livrar e suas irmãs
de todo este pesadelo do fado, este a conduziu a casa embrulhada na sua capa,
mas que queria falar com ela e lhe contar o que o velho sábio lhe tinha
dito...
Era tardinha, ela lá estava... sua beleza ainda mais formosa parecia
com os reflexos da água, este remou a seu encontro, pediu para que entra-se
no barco e a conduziu ao caramanchão do palácio de seu pai, ali
lhe ofereceu o anel de noivado dizendo tens de ser desflorada e casada para
seres madrinha de tu rima e assim acabara vosso fado... a escolha esta em ti
e o futuro de tuas irmãs.
Eu te adoro mas as religiões estão entre nos, só que a
minha religião acabara com o sofrimento de toda a tua família,
sabes que teu pai vos ama muito e creio que estará de acordo; estando
tu pronta para seres baptizada depois podes ser madrinha, se te queres entregar
em meus braços eu te farei a mais feliz de todas as mulheres, é
a ti de confiares em mim ou não.
Esta desmaiou nos braços de Nuno, este a levou para um quarto do palácio
e a apresentou a sua família contando todo o sucedido estes deram a Nuno
e a Fátima o tempo e escolha de suas decisões, esta entre abraços
e mil beijos pediu para a conduzir
Para poder contar tudo a seu pai.
Este depois de ouvir esta curta e longa historia, lhe disse filha toda a decisão
sara tua... tu es uma mulher, as asas são tuas e eu ano as cortarei,
e quem sabe se um dia poderei voar nas tuas asas.
Fátima foi passar a noite no caramanchão como o Nuno, altas horas
quando voltaram aos aposentos abraçados, pela tardinha a havia uma grande
festa crista, Fátima era baptizada depois casada com Nuno, Nédia
recebia o baptismo e assim ficava o fado cortado, o Rei more convertia-se a
religião cristã, e com ele todas as filhas que pouco a pouco se
casaram com cavaleiros nobres, e Lusitanos, todos os descendentes tem defendido
aquela faixa de terra com as mais belas praias de areia branca e as mulheres
mais belas de olhar místico, olhos esverdeados cor do mar, mas grandes
com duas azeitonas, com desejos de ser comidas...
Mar, que nos recantos dos penedos ouves os mais doces murmúrios de amor,
talvez os que Fátima lançou ao sentir pela primeira vez as mãos
de homem retirando os picos do porco espinho.