A Garganta da Serpente
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Amor de Inês

(Armando Sousa)

Nos globos sanguíneos de um ser de raça Galega, com mistura de sangues Iberos de lusitanos e mouros se encontra toda a magia da louca paixão, da beleza incomparável com todos os botões da doçura, e no destino a tragédia que fez correr muita tinta na pena de grandes poetas e dramaturgos.

Os palcos do mundo se encheram de lágrimas, paixões de arrasar os mais sensíveis ao verdadeiro amor.

Toda esta verdadeira tragédia de um amor que enlutou dois países, filhos ficaram sem mãe, e guerra civil se desenrolou.

Causa, intrigas e conselhos cheios inveja e ódios; tudo por um verdadeiro amor, onde os interesses de um pais não tinham valor em comparação a mulher que o destino pôs no seu caminho...

Amigos estou falando do amor de D. Pedro Príncipe Português e Inês de Castro; Uma criada ou dama de companhia de Constância de Castela filha ilegítima do Rei Galego, dada em casamento ao príncipe por vontade de seu pai para manter Paz com Castela.

Em 1340 esperando a comitiva nas fronteiras D. Pedro ao por os olhos na lindíssima Inês, ficou Preso ao seu doce e meigo olhar.

D. Pedro via nos lábios de Inês, favos inesgotáveis de mel e ternura.

Em segredo disse a seu pai, que não queria outra mulher em sua vida, se não a Inês; indo assim contra os interesses da nação.

Tantas vezes os interesses de pais arruínam corações cheios de amor e vida... deixando a paixão matar seus filhos, ou a rebeldia entrar com ódio no magno de seu pensar.

Enfim, Inês encontrou em D. Pedro a metade que andava perdida de seu viver, nada a poderia separar de seu amor proibido, mesmo dentro do palácio se amavam; seu pai se arreliava, mas as barreiras do amor são muito difíceis de fechar.

Era uma tragédia vivida a cada instante dentro e fora daquelas paredes palacianas onde duas mulheres que foram amigas disputavam um marido pelo direito da igreja católica, e um amor que o destino entrelaçou entre Inez e Pedro.

Constância procurou interpor os costumes católicos, fazendo de Inês madrinha de seu primeiro filho... sendo sacrilégio fazer amor entre pais e padrinhos...

O amor proibido continuava entre os dois amantes, então o Rei pai de D. Pedro expulsou Inês do palácio real.

D. Pedro deixando sua esposa constância sem os devidos carinhos, passeava com a rainha de seu coração, tantas vezes entre os choupos da margem do Rio Mondego ouvia as lavadeiras rasgar chita contra os amores proibidos do reinado, Inês seu grande amor era a mais atingida, lhe chamavam a reles das mais reles mulheres, concubina e porca de cria.

Inês teve três filhos e uma linda rapariga Beatriz...

Em 1344 D. Afonso mandou prender Inês no Castelo de Albuquerque.

Fronteira com Castela; mas a distancia não venceu o amor proibido... o destino estava traçado... triste fado, cantado e chorado por todas as gerações.

Constância morreu em 1345 do parto de seu segundo filho D Fernando... este principezinho era fraco de saúde e seu avo temendo não ter herdeiros legítimos do trono, queria que seu filho o Príncipe D. Pedro casa-se com uma verdadeira Princesa...este recusou outra mulher para reinar em seu coração... D. Pedro deixou o palácio e foi viver com Inês seu doce mel... seu amor fatídico, Rainha que seu coração elegeu, mãe dos filhos que mais adorava, D. Pedro e Inês casaram-se secretamente para que seus filhos tivessem direitos na sucessão do reinado.

Seu Pai D. Afonso, mandou prender Inês no Convento de Santa Clara em Coimbra, e as intrigas continuavam na corte... os conselheiros instigavam D. Afonso a mandar matar Inês, este para salvar o reinado as garras de Castela deixou os conselheiros actuarem como entendessem...

Pêro Coelho Álvaro Gonçalves e Diogo Pacheco entraram no convento na ausência de D. Pedro que tinha saído para uma caçada no Norte.

Pegaram na Inês apesar de todos os gritos e os filhos a sua volta lhes cortaram a cabeça, decapitando-a.

D. Pedro ao voltar pegou no corpo de sua amada fazendo prestar-lhe vassalagem, beijar a mão a Inês depois de morta.

Este mandou cortar a ponta da língua as lavadeiras que no rio Mondego mal diziam de seus amores proibidos

D. Pedro Travou Guerra civil contra seu Pai que ia destroçando o País... valeu sua mãe, Rainha… Beatriz, procurar fazer pazes entre seu marido e seu filho...

Depois da morte de seu Pai D. Afonso, D. Pedro mandou procurar os assassinos de Inês sua Esposa secreta, num jantar do reino mandou que lhes arrancassem seus corações, um pelas costas outro pelo peito, dizem que D. Pedro também ajudou a fazer justiça, pela morte de sua amada, destino de sua paixão, fado de seu fado... perdoando ao terceiro homem, que nada fazendo, também não impediu de o fazer... seu filho D. Fernando sucedeu-o no reino...

O D. Pedro foi-lhe dado o nome de Justiceiro.

Aqui termino por me convencer que nada e mais forte que o destino.

Fado e sorte, ir do berço ate a morte, ninguém foge por mais forte ao destino que Deus dá.

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