A Garganta da Serpente
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Pedra de mil luzes e cores

(Armando Sousa)

Já se passaram muitos milhares de anos, estávamos no tempo em que os animais falavam.

As sereias cantavam e vinham brincar na praia, havia fadas e duendes, e muitos génios de lâmpadas que se juntavam às sereias, nas festas nocturnas no meio dos penedos quando

A lua estava cheia e a maré baixava.

Todos eles contavam o bem que faziam aos que deles necessitavam, depois da festa lá seguiam para seus palácios das mil e uma maravilhas.

Naquela noite de luar maravilhoso, o jogo foi de contar bócios e beijinhos, quando o Rei dos génios fazia desaparecer a água das penedias, os peixes dançavam e voavam, procurando ir viver no seu lugar, onde pudessem respirar.

Foi quando o Rei das sereias apareceu no lugar, e muito zangado lhes disse que o mar é para os peixes nadar.

Não quero que façam arreais nos lugares mais lindos que os peixes se possam esconder e fazer amor.

Foi nesse momento que a mais bela e meiga das sereias no seu fugir se esqueceu de seu septo e da joia mais linda do universo, que tinha o condão de receber e realizar desejos há humanidade, essa joia tinha mil e uma cores reflectidas ao encontrar um nobre coração.

Seus reflexos chamavam a atenção de olhares distantes.

Quando o sol se levantou Tabico e sua namorada Maresia seguiam praia fora, saltavam de penedos em penedos beijavam-se cheios de felicidade.

De repente Tabico viu a reflectir nas águas baixas dos penedos mil e uma cores
Que lhe atraíram o olhar, sem dizer uma palavra a Maresia, mergulhou e quando voltou trazia em suas mãos a joia mais bela que jamais vira.

Assim deu um pincho de vitória com ar de superioridade, Maresia correu para ele e pediu-lhe para examinar aquela maravilha, Tabico, apenas a deixou examinar uns segundos e retirou a pedra de mil cores dos dedos de Maresia, que principiou a entristecer.

Maresia pediu a Tabico aquela maravilha, prometendo a usar a cada dia de sua vida como prova de seu amor. Tabico apenas respondeu, retirei-a do fundo do mar, é minha, e não me desfazerei dela por coisa alguma .

Maresia veio triste ao reconhecer o grande egoísmo de Tabico, ele embebido naquela beleza não reparou que Maresia continuou andando agora acelerada logo correndo, quando reparou que o moço não a seguia.

De tanta luz que a pedra reflectia que o hipnotizou. Tabico ficou adormecido na areia.

Maresia pensava que nunca poderia viver com um homem que na sua maneira de proceder reflectia egoísmo, e na curva da praia, deu de olho a um lindo moço que a seguia.

Tabico no seu dormir transformou-o num sonho de sereias, e uma, a mais bela e meiga, veio ter com ele, e lhe disse, essa pedra é o meu poder, este, não poderá voltar a ser meu sem primeiro o seu possuidor satisfazer três desejos que não o beneficie, mas encontra partida vá beneficiar algum coração angustiado.

Tabico viu no seu sonhar a sereia partir para o alto mar, seus olhos, lacrimejavam, as gotas também salgadas caiam no mar.

Mas recordava-se ao acordar, para obter o desejo bastava fazer a pedra de mil cores rolar. Mas ao mesmo tempo pensou, ter tudo na mão e para mim não a poder usar…olhou em redor, ninguém!,… apenas mar!…

Soube que Maresia tinha partido com um marinheiro e não voltaria, ela foi com esse homem viver na ilha da poesia, onde poderia ouvir as Sereias cantar, os golfinhos, os rugidos ou o chorar do mar.

Tabico ficou muito infeliz sem maresia, e ainda o pior foi ter-se constado na aldeia o seu egoísmo…. a sua avareza impiedosa, o seu viver tornou-se miserável por muito tempo.

Um dia na sua angustia foi ver o doutor, que o mandou uns dias para o hospital fazer testes, então ali viu ainda muito mais sofrimento.

Para passar tempo no hospital lia quase pela primeira vez os jornais e assim tomou conhecimento, de muitos sem abrigo, e raparigas que fugiam de casa deixando as mães na maior loucura, pela primeira vez na vida seu coração se condoeu do sofrimento do mundo.

Naquela noite mais uma vez no seu sonhar, reviveu a cena do mergulho pela pedra de mil reflexos, lembrou-se da partida de Maresia depois do seu negar dessa pedra possuir e no desprezo a que foi deitado, a vinda da Sereia dizendo-lhe que a pedra era mágica, e outra vez ela ali estava a seu lado, voltando lhe a dizer.

Se não fazes a pedra de mil cores rolar não fazes ninguém feliz, tu sofre e me fazes ainda mais sofrer pelo castigo de meu septo perder.

Então ao acordar fez a pedra rolar, não queria naquele hospital ouvir mais chorar, todos os doentes se deveriam corar, as mães das raparigas desaparecidas poderiam suas filhas voltar a ver, e dar-lhe liberdade de sua vida escolher, se elas quiserem voltar, recebe-las com prazer.

Aos viciados da droga e do álcool poder ter alegria natural alegria que a todos fossem dadas penas mágicas para poder escrever seu passado e a mais bela poesia.

Ao fazer a pedra rolar com seus desejos, grande estrondo ao ver a pedra rebentar, uma nuvem se formou como o mar e viu uma sereia aparecer a sorrir, dizendo todo será feito do teu jeito, agora será a tua vez de pedires o que queres, menos mulheres, para isso terás ainda de aprender o que mais ela quer; depois terás o prazer de viver…..

Então Tabico apenas disse; faz-me esquecer o passado e volta meu viver antes da pedra ter encontrado……

A nuvem com a Sereia desapareceu, Tabico ficou na areia como antes, Maresia apareceu a Tabico beijar….

E eu, Armado Sousa, estou cansado de escrever, vou me deitar

Deixando um grande obrigado por vós me estares a aturar…….

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