Vestida de lascívia ela subiu no teto do sedan cinzento. O marido, sentindo-lhe
a presença, movimentou-se debaixo do carro:
- Ei, princesa! Não vá cair.
Sem responder, ela começou a se rebolar voluptuosamente. Não usava
calcinha.
- Linda! Espera só eu sair daqui.
Albenia riu excitada. Pedro, todo sujo de graxa, pareceu-lhe engraçadíssimo
naquela posição. Só eram visíveis sua cabeça
e metade do corpo. Mais lembrava um boneco desconjuntado. Mandou-lhe um beijo com os lábios e, cuidando em manter o equilíbrio,
levantou o vestido até a cintura.
- Mas que fêmea louca, essa minha!
A parte da frente do automóvel mantinha-se erguida graças ao "macaco".
Pedro, mais uma vez, avisou-a para que se cuidasse.
- Ah, meu amor. Acaba logo com isso e vamos brincar aqui mesmo.
Ele entendeu a mensagem. Gostava da sensualidade escrachada da mulher. Voltou rápido à posição inicial, não sem
antes dar uma boa mirada na genitália que o desafiava lá do alto.
Sem mais nem menos Albenia pôs-se a pular furiosamente. Ignorando as admoestações
do marido, caprichou em seus esforços fazendo o carro vergar.
Só parou quando escutou o grito medonho, misto de dor e surpresa. Desceu
com cuidado. Não queria manchar os pés, descalços, no sangue
que se espalhava rapidamente. Voltou para casa sem olhar para a massa disforme
que jazia inerte. Tinha muito ainda o que fazer. Adeus!
Uma nova vida se descortinava para ela.
(07/02/03)