A Garganta da Serpente
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Existência

(Célia Antunes)

Um azul quase cego percorria vales e transportava íngreme, Convicção. Sem destino rumava o Vento em direção ao nada, confluir de abismos. Córrego levava em sua bolsa o vazio, apenas um silêncio, despia as dores e carregava por entre mundos, imenso território. Vastidão de ausências revelava o amor de Vida para o Criador. Depois de mais uma das aventuras de Oásis pelo deserto, Plenas, anoitecia...

Aconteceu de encontrar Sossego do outro lado, nos trópicos, enquanto Calma atravessava sóis, Etéreo multiplicava raios ao longo dos dedos e segundo Constelações.

Ganhou do presente um manto, tecido por preces seculares, de um cosmo indiscutivelmente belo, pernoitado por uma partícula minúscula de unidades infinitas...

Pensamentos soltos por entre os vãos, frivolidades descartadas E assim do cântico a ressoar o bálsamo, desvendar a tensa sonoridade lúdica, despoluir o surdo ambiente da cidade sóbria e para além do morro alto, avistar o coro dissipado timidamente pelo rumor da Aurora.

O chamado ressoava pelos quatro cantos e atingia as mais dissonantes esferas musicais, como um navio sem porto a desembargar pés, Descalço por milhas de longitude latitudinal, libertava incondicionalmente a Pressa, da correnteza de unanimidades.

Singular fluía em direção à pluralidade mútua que acarretava o Uníssono



Em versos e prosa a desintegrar o pólen de todas as canções inexperientes que Inocência proferira. E assim florir sementes de árvores, imensas, para todos os recantos e jardins do espanto. Pelas bordas, em fazendas mal descritas, refaziam os pontos, inventando um Norte. E as folhinhas de papel ao largo vento subiam com a brisa clara de um olhar in ventas.

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