A Garganta da Serpente
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O nosso herói

(Cláudio B. Carlos)

morreu com um balaço de 38, à queima-roupa, o nosso herói. corajoso, enfrentava bandido sem pestanejar. hoje descansa em cova rasa, sem caixão, não gostava de luxo o nosso herói e empresta o nome pra uma ruazinha de chão batido na vila de gaia, em pindorama. lá o esgoto corre a céu aberto, as crianças brincam ranhentas e descalças e são fortes (todas bem gordinhas) e alegres, que afinal de contas a felicidade não tem preconceito ou às vezes erra de endereço. lá não tem água encanada. nem luz elétrica. as verduras, o feijão e as raras carnes apodrecem. alguns morrem pelo clostridium botulinum. c-l-o-s-t-r-i-d-i-u-m-b-o-t-u-l-i-n-u-m. isso não é pra qualquer um não. é tão bonito quanto champanhe, caviar, escargô... mas acho que estou me desviando do assunto, o que eu queria dizer é que morreu o nosso herói. com um balaço. e que era corajoso. e que muito fez pelos fracos. e que hoje empresta o nome pra uma ruazinha de chão batido. nome não, que aquilo é apelido. o nome mesmo dele era ... como era mesmo o nome do nosso herói?

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