Vou comentar sobre a origem de um livro que, como todos os livros malditos,
tem uma origem envolta em mistérios. Espero que aqueles que passarem
está história adiante façam justiça para comigo
que tenho contado está história com risco a minha saúde.
Tudo começou há muito tempo na Biblioteca de Alexandria, alguns
dizem que foi antes disso o qual eu acredito, um tomo feito por um judeu, conhecido
unicamente pela história como Arão de Cafarnaum. Teve uma ideia
que tem feito com que muitos percam o sono, ele, que sempre teve, desde a sua
meninice, predileção pela arte oculta, magia, conhecimento arcanos
e místicos. Começou a sua jornada com a Tora e com a Cabala, passando
depois pela arte de invocar demônios, e de falar com os mortos, transmigração,
também conhecido como metempsicose, e uma arte que estava quase esquecida
naquele tempo, a animação de objetos inanimados como figuras,
estatuas de madeira, metais preciosos e semiprecioso, além, é
claro, dos homens feito de barro os famosos Golens.
Uma noite quando estava fazendo suas pesquisas, teve uma ideia brilhante,
inspirado nos livros das sombras dos bruxos, em colocar em um único volume
todo os conhecimentos adquiridos pelos maiores e mais poderosos magos de todos
os tempos. Iniciando com os encantadores de serpentes, passando por alquimistas,
feiticeiros, bruxas e bruxos. Tantos os condenados desta era, quanto os que
já tinham partido para receber o seu quinhão no inferno. Colocou
as receitas das porções mágicas, das quantidades de elementos
químicos, a verdade sobre a Pedra Filosofal, que não é
uma pedra, mais, a solução de um enigma que quando descoberto
leva a pessoa a conhecer o verdadeiro nome de Deus, e assim, ter a vida eterna.
Arão de Cafarnaum fez sua peregrinação por todo o mundo
conhecido, e aquele que ainda seria, indo por todas as bibliotecas da Terra,
das maiores as menores, das mais fabulosas as mais simples. Alexandria, Pergamo,
Tiatira, Esmirna, Éfeso, Gálata, Colosso, Jerusalém, toda
a África do norte e Índia. Qualquer lugar onde o conhecimento
que ele buscava estivesse, ele iria lá para poder colocar no seu livro,
de letra bem floreada e de boa aparência, nenhum lugar era longe, difícil,
ou até mesmo, impossível de ir. Se o conhecimento estava lá,
lá que ele iria para introduzir em seu livro o mistério que estava
guardado nas prateleiras.
Passou por muitas seitas, entrou em muitos grupos, teve vários discípulos
que com o tempo traiu, ou simplesmente trocou ou vendeu para ter dinheiro para
as viagens, matou, esfolou para ter alguns condimentos. A única coisa
que importava era o conhecimento, e estes estavam nos livros, ou então,
nas mentes dos homens e mulheres que ele tanto procurava. O tempo foi passando,
os dias se transformaram em meses, os meses em anos, os anos em décadas,
as décadas em séculos. Chegou um momento em sua existência
que ele simplesmente cansou da própria vida, foi então que tomou
a decisão de entregar o livro que tanto se sacrificou em fazer para uma
bibliotecária que como ele, tinha prazer no conhecimento, foi encerrar-se
em algum canto do mundo.
Alguns têm dito que tiveram acesso a este livro que usaram para fazer
maravilhas, outros dizem que não passam de lenda, livros como o Necronomicon:
o livro sagrado dos mortos, O Livro de Encantamentos de São Cipriano,
como outros, tem certas partes que foram tiradas deste livro, ou que, existem
por este livro existir, como saber?
Eu que sei desta história, tenho o máximo cuidado para não
zombar e nem mexer muito em coisas que não tenho conhecimento profundo.
Faço parte de uma ordem de Bibliotecários que desde do tempo da
Biblioteca de Alexandria, tem conhecimento deste e de outros fatos. Mas ainda
sou um ignorante em terras de conhecedores, testemunhei manifestações
tais que tenho me perguntado o por que de Deus ter deixado na terra tanta confusão.
Vi homens fazerem de pedaços de barro Golens, vi mulheres que com uma
incrível desenvoltura fizeram homúnculos que a serviam, não
quero mais falar sobre isto, pois o meu tempo já está se acabando
e o que tenho que dizer quero dizer agora. O nome do livro que muitos tem feito
de tudo para conseguir se chama SIMULACRO, quem deu este nome não sei
dizer, mas digo que este livro esta guardado na Biblioteca do Va...
Um som deteve o homem que relatava os acontecimentos que iriam mudar os ponteiros
do relógio, levantou lentamente para ver de onde vinha o barulho, foi
até a porta e, abrindo-a devagar deu de cara com um gigante de barro,
que... blumm!!! Deu um forte soco que arrancou a cabeça do delator dos
fatos, lançando-a em cima da mesa, onde estava a carta que escrevia,
e ficou, ali, de olhos abertos olhando o homem que lentamente se foi.
Por que os tolos andam por lugares onde os anjos temem trilhar? Foi o epitáfio
que a cabeça disse antes de se calar.