Há algo de diferente, muito diferente, no espírito feminino. As
mulheres têm uma capacidade de suportação, de resignação
e resistência que transcende a imaginação e a perplexidade
do homem.
As mulheres merecem mais, muito mais: mais poder, mais participação,
mais reconhecimento. As mulheres são melhores (eu, pelo menos, acho...
e gosto).
Tem algo de múltiplo e vário na singeleza da mulher, de arrebatador
em sua beleza, de premonitório em seu olhar, de indecifrável no
seu ser, de irresistível em sua sedução. Talvez porque
não haja um homem que, no íntimo, não se quede ante esse
poder invisível, invejável, de que foi dotada, às escondidas,
a mulher. O poder e a resistência, a sedução e o encantamento
femininos -- ante os quais impérios ruíram e também se
alevantaram, vidas se ergueram e igualmente tombaram, fracos se fortaleceram
e heróis se acovardaram...
Sim... Seja à frente de reinados ou nos bastidores de residências,
sentadas em tronos como rainhas reais ou em pé em casa como rainhas domésticas,
as mulheres têm, escondido ou explícito, um poder diferente, uma
força indescrita, um segredo não revelado, um mistério
indecifrado.
Mulher. Mar pouco navegado. Mata pouco desbravada. Alma quase nunca compreendida.
Sentimentos quase sempre pouco correspondidos. Desejos simples contrafeitos.
Vontades abissais insatisfeitas.
Uma mulher não é só um corpo, embora, mesmo quando acompanhada,
seja uma alma só. Sozinha. Solitária.
Mulher - usada e ousada. Cifrada e indecifrada. Mulher - que acomoda e incomoda.
Mulher - citação e excitação.
O homem veio do barro, mas, as mulheres, vieram do pó. Pó de
estrelas.
Por isso brilham.
Por isso luzem.
Por isso ofuscam.
Por isso reinam.
Por isso voam.
Ave-mulher.
Ave, mulher!
Ave-Maria.