Tentou ser engenheiro, médico, advogado, não se sentia satisfeito com nada, acabava abandonando o curso ou a carreira recém iniciada. A última coisa que quis foi ser professor, mas entendia um pouco de tudo e era especialista de nada. Enfim, arranjou um violão e saiu pela noite. Nos bares, rabiscava poemas que depressa vendia aos rapazes, para ofertarem às namoradas. Foi assim que descobriu a razão de não encontrar sua vocação: é que dentro de si não morava apenas um, mas diversos. Foi o encontro consigo mesmo, mas o dilema então mudou e a pergunta passou a ser: Como viver diversos? Pior ainda: em um mundo capitalista, como viver de versos?