A Garganta da Serpente
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Torres

(Fábio Y. Nakamura)

Das imensas torres elétricas caem vertigens que entortam meus labirintos. Esqueletos de aço de minha infância que, de braços abertos, imitam águias e voam ao vento fresco do céu.

Distante da vigília não tenho medo. Em sonhos sou corajoso e monto sobre a cabeça de meus gigantes. Bolino as nuvens e arranco pedacinhos que levo à boca. O gosto bom de açúcar é doce como o menino lá no alto que acena com os dedos lambuzados e apronta caretas para os aviões. Das janelas dos edifícios, adultos descreem do monstro - porque são adultos e dormem pensando estar de olhos postos na realidade.

A criança, em vigília, brinca para não acordar o homem que sorri.

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