A Garganta da Serpente
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Helena

(Geraldo Crespo)

A noite parece vazar como correnteza. Onde está Helena? Vejo as últimas estrelas. A janela me parece pequena. Onde está Helena? Deixo o café sobre a pia. Os primeiros raios de sol me trazem a bem vinda manhã. A tua ausência me dilacera. Tento, sorrir e me acho ridículo. Onde está Helena?

Enquanto os pardais festejam a manhã, eu vou em frente. Vivo a vida, neste momento as duras penas. Onde está Helena? O mundo pode ser cruel e o universo todo o mistério. Onde está Helena? Saiu. Não viu as flores sobre a mesa. Rosas. Açucenas. Onde está Helena?

Deixou o vazio em meu peito. Quando voltar, vou me controlar e não fazer cena. Onde está Helena? O dia parece se esvair. Ao pôr do sol, não vejo graça. Qual graça? O sol se põe todo dia, indiferente apenas. Onde está Helena?

Afinal me canso e volto ao leito. O tic-tac do relógio corta o silêncio. O tempo não passa, envenena. Onde está Helena? A cama fria e imensa. Reviro mais uma vez. O tédio me corta. Meu peito inflama. Onde está Helena? Saiu de férias. Caribe. Quem sabe Atenas. Onde está Helena? Onde está Helena?...

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