Mateus sempre fora um camarada muito sonhador, expansivo, até certo ponto
empreendedor. Seu maior erro talvez fosse não perseverar muito em seus
propósitos. Uma tentativa aqui, outra ali, um novo empreendimento, e
com isso os anos foram implacáveis. Um homem dotado da mais espetacular
inteligência, grande talento e várias habilidades. No vigor dos
seus 45 anos depara-se com o mais cruel estado de depressão que já
havia lhe acometido em toda sua vida. Não tinha um trabalho, estava sem
dinheiro, não tinha plano de saúde, possibilidade de se aposentar
um dia e nada das coisas materiais de que as pessoas precisam para viver em
uma sociedade capitalista. Mateus começara então a desenvolver
a ideia de auto extermínio. Um terrível sentimento de amargura
lhe tomava a cada dia mais os sentidos e ele não via qualquer possibilidade
de reversão deste quadro. Na verdade, esta era a visão de Mateus
sobre ele mesmo, mas quem o visse por fora teria uma outra impressão
sobre sua vida.
Apesar de sua idade madura, Mateus era um cara muito bonitão, corpo atlético,
saudável, um homem alto, exuberante, daqueles que impressionam por seu
porte. Chamava atenção das mulheres e causava inveja aos outros
homens. Tinha ótimos hábitos de vida. Se alimentava com propriedade,
mantinha uma rotina de atividades físicas pesadas, estava sempre com
seus lindos e grisalhos cabelos bem cortados e penteados, um cavanhaque, aparado
e aparência geral excelente, tinha uma saúde de um puro sangue.
Estes fatores eram os únicos que ainda o faziam estar vivo, sentia-se
intimamente orgulhoso por sua condição física, especialmente
quando se comparava aos outros homens de sua idade, que na maioria estavam já
bastante desgastados e com aparência de velhos.
Mas isso não era suficiente para que Mateus se sentisse feliz e a cada
dia a tristeza tomava-lhe mais e mais os sentidos. Não via saída
para sua situação e achava que estava arruinado. Perguntava-se:
meu Deus, onde fora parar a sorte que sempre me acompanhou por toda minha vida,
minha grande aliada?
Mateus tivera uma vida esplêndida. Viajara todo o mundo, tivera bons carros,
boas roupas, grandes paixões e naquele momento encontrava-se arruinado.
Começara a conjecturar sobre como poderia estar se tivesse optado por
outros caminhos, dentre os vários que se apresentaram para ele durante
sua vida, opções de vida convencional, como a de várias
outras pessoas, que ele recusara, ou sequer notara, em detrimento de sua vida
aventureira, que lhe fora gloriosa, mas que agora apresentava o ônus.
Seu martírio a cada dia mostrava-se maior e no ápice deste desespero
não vira outra alternativa senão a de se matar. Tudo fora minuciosamente
planejado, uma superdosagem de fortes barbitúricos seria suficiente para
que seu calvário tivesse fim. O ritual por ele elaborado fora bastante
pragmático e transcorrera conforme idealizara. Um a um os comprimidos
foram descendo-lhe goela abaixo enquanto seu coração reboava célere,
a certeza de que sua vida estaria extinta em poucos minutos lhe assombrava,
ao mesmo tempo em que sua expectativa crescia, sentia que o grande fardo lhe
seria tirado dos ombros. Enquanto este cerimonial macabro tinha curso, a música
tocava compassada e melodiosamente, "POEMAS SINFÔNICOS" de Franz
Liszt.
Em pouco tempo suas pálpebras começaram a pesar, sentia o sono
da morte tomando-lhe os sentidos enquanto sua vida lhe passava pela mente em
balanço. O estupor lhe viera em seguida.
Em sua mente visões mirabolantes começaram a se formar, como se
estivesse em um túnel parabólico, incrivelmente colorido, milhões
de matizes cintilantes dançavam em uma velocidade estonteante e ele viajava
catatônico sobre elas, à mercê de tudo, sem poder manifestar-se,
e nem queria. Mesmo neste estado ainda podia ouvir o eco da música de
Liszt que tocava em um momento de ápice.
Aos poucos a intensidade da viagem fora diminuindo, como se o carro da montanha
russa fosse aos poucos parando, até que tudo parou. Um causticante silêncio
tomara o momento. Finalmente estaria morto. Sentira inicialmente uma certa paz,
para logo em seguida se transformar em martírio. Queria mover-se, fazer
algo, tudo era pacato e monótono demais. Em dado momento começara
a sentir-se flutuando, entregara-se a este estado, até então o
melhor que experimentara em sua ousada empresa. Começara a notar as formas
à sua volta, as mesmas formas materiais de tudo o que sempre conhecera
em sua vida, enquanto estas imagens iam se formando, como um laborioso quebra-cabeças
de milhões de peças, ele ia tendo a percepção de
tudo, ainda que estivesse em um universo ultradimensional, aquelas eram as mesmas
imagens que conhecia e que convivera com elas durante toda sua vida, ia reconhecendo
tudo, coisa por coisa, ia se surpreendendo em poder ver tudo aquilo, coisas
tão familiares naquele universo tão abstrato em que se encontrava.
De repente uma visão lhe entorpecera, brutalmente, para seu total pânico.
Vira a si mesmo, em seu leito de morte, agonizando moribundo. Sua boca espumava
abundantemente e o corpo desfalecido mostrava cor pálida e olhos fixos
no nada, com o sinistro brilho de onde a vida deixara de existir. Jamais pudera
sentir em toda sua existência uma sensação tão terrível
como aquela, o terror que lhe acometera era algo medonho e indescritível,
suscitando todas as suas forças tentava cair sobre seu corpo inerte e
retomá-lo, precisava dar a ele o sopro da vida.
Em meio a todo este desespero ouvira uma voz. Era uma voz forte, impostada,
ao mesmo tempo maviosa, que lhe trouxera momentos de íntima e breve paz.
- Por que se debate em desespero Mateus, não está agora por acaso
onde queria estar? Não te livraste de fardo que lhe impunha teu corpo?
Ele ouvia mas não podia identificar de onde vinha aquela voz ou quem
falava.
- Estou confuso, estava ruim viver naquele corpo, contudo agora não sei
se realmente tomei a melhor atitude, não sei o que fazer, sinto-me ainda
pior do que estava.
- É lamentável, porque o caminho que tomaste não tem volta.
Trata de aceitar e aprender a conviver com esta nova realidade, principalmente
para a nova vida que terá de agora em diante, que posso lhe garantir,
não será em nada melhor do que a que tinhas por lá. A propósito,
não posso entender o motivo que o tenha levado a tomar medida tão
radical. Nem seria necessário, já que um dia, de qualquer maneira
iria mesmo ter que partir de lá, deixar aquele corpo e isso iria acontecer
em qualquer circunstância que estivesse, em um estado de insatisfação
como o que se encontrava, ou em estado de pura graça, como os que já
experimentaste tantas vezes em sua gloriosa vida.
- Gloriosa, chama isso de glória, um camarada que acaba como eu acabei?
- Então me diga: de que outra maneira você acha que deveria ter
sido? Vamos fazer um jogo, é muito interessante, você poderá
voltar no tempo, em qualquer etapa de sua vida que quiser e poderá alterar
alguns fatos que acha que tenha feito de forma errada, daí p'ra frente
a história continua sozinha, tudo irá se alterar automaticamente
obedecendo uma sequência lógica da mudança que processares.
- Vejamos, quando eu tinha dezesseis anos larguei a escola, era bom aluno, estudava
em um bom colégio, se tivesse continuado teria me formado, poderia ter
uma boa profissão, tudo estaria melhor agora. No entanto o que fiz? Preferi
cair na gandaia, na vadiagem, me envolvi com pessoas pouco recomendáveis.
- Voltaremos então a este tempo......
Como num passe de mágica o incrível túnel multicolorido
começou a girar novamente lançando Mateus em sua espiral até
que ele se visse naquela época, sentado na carteira da escola, exatamente
no dia correspondente ao último que fora a escola, era tudo tão
real, ele estava de novo vivo, estava no colégio Máster, naquela
linda tarde do mês de Abril nos idos dos anos setenta. Estava enfrentando
uma fase rebelde, estava cheio de tudo, ensaiava deixar de frequentar as
aulas, saíra para o intervalo mais entediado do que nunca, mas algo novo
ocorrera desta vez. Quando estava em um canto do pátio comendo seu lanche
tivera uma visão que o deixara tonto. Ahh!!! Como era linda! Aquela garota
era seguramente a mais linda que já vira. O interesse dela também
fora imediato. Naquela tarde não tiveram oportunidade de se aproximarem
e tudo ficara apenas na paquera a distância, mas aquilo fora motivo mais
do que suficiente para que ele ficasse ávido para voltar a escola no
dia seguinte e poder rever sua princesa. Levara uma semana até que finalmente
pudessem se aproximar. Daquele encontro resultara numa avassaladora paixão
que os arrebatara irremediavelmente. Mateus se transformara num rapaz diferente,
passara a ter o fixo interesse de impressionar sua amada, queria ser o melhor
aluno, fazer tudo para estar perto dela. Com isso, concluíra o ano e
ingressara na próxima série. O namoro deles fora ficando cada
vez mais sério, se amavam de fato e tudo era uma maravilha, até
que uma gravidez precoce viera fazer com que a necessidade de casamento se tornasse
premente. As famílias deles se davam bem, aprovavam a união e
somaram esforços para que os garotos pudessem casar-se. Aos 18 anos Mateus
já estava casado e com uma pequena família para sustentar. Fora
trabalhar de Office-boy, tivera que largar a escola a contragosto, por imposição
da situação. O casal vivia com parco orçamento, as famílias
que não eram muito abastadas ajudavam como podiam. Isto fora o suficiente
para que a relação se desgastasse a ponto de quase se inviabilizar
completamente, mas mesmo assim foram levando, a opção da separação
seria mais traumática, nenhum dos dois tinha condições
de criar os filhos sozinhos, juntos, não obstante a tudo, podiam saírem-se
melhor, unindo os orçamentos, ambos trabalhavam. Tiveram ao todo quatro
filhos, sendo que um deles nascera com sérios problemas mentais, que
demandava atenção especial, esta situação, de todas
as adversas que tivera que enfrentar talvez tivesse sido a pior, talvez somente
comparada à dor e decepção que sentira quando pegara sua
esposa nos braços de outro homem, um que aos olhos dela lhe parecesse
mais digno de seu amor.
Mateus encontrara consolo na bebida e aos quarenta e cinco anos era alcoólatra,
um homem gordo, feio, totalmente infeliz, que tivera uma vida medonha, cheia
de sofrimentos e privações, e que não podia sequer retirar-se
dela, tinha a responsabilidade sobre os filhos e em especial sobre aquele, que
dependia totalmente dele para viver, já que ficara com esta responsabilidade
para si quando sua esposa o abandonara para viver sua aventura amorosa em outra
cidade, longe da família, que tanto lhe sufocava.
- Pelo que posso ver em seus olhos, está seguro de que esta não
teria sido a melhor opção, não é mesmo? Portanto,
agora sabe que apesar de não ter feito naquele momento uma coisa melhor,
fora agraciado pelo destino ao ter sido livrado de todo este calvário.
Mateus nada dissera, apenas ficara atordoado com tudo o que acabara de experimentar.
Como naquele lugar não havia lógica temporal como em nosso universo,
tinha de fato vivido todos aqueles anos e então contava com duas vidas
para que pudesse comparar.
- Vamos continuar, sabemos agora que neste ponto não erraste. Onde mais
acha que poderia ter mudado, ter feito melhor?
- Nem muito ao mar, nem muito à terra, realmente esta vida só
de responsabilidades foi um caos, mas não precisava ter vivido também
da forma tresloucada como vivi. Certa vez, tive a oportunidade de ingressar
em um banco, pouco depois de ter deixado a escola, meu pai havia conseguido
o cargo para mim em função de contatos de amizade, fiz os primeiros
testes e ao ser inicialmente reprovado no teste de datilografia desisti, ainda
que isso pudesse ter sido contornado se eu quisesse. Poderia ter construído
uma carreira no banco, poderia ter continuado a estudar, tenho certeza de que
hoje estaria melhor.
- É fácil saber, vamos voltar lá então.
Mais uma vez toda a magia da transgressão ocorrera e como que despertando
de um sonho, Mateus se vira naquele dia, sentado na sala de teste, em meio a
outras dezenas de jovens, tenso, em frente à máquina de datilografia,
já havia sido aprovado nos testes escritos. O resultado fora o mesmo,
ele não passara, mas insistira com seu pai para que o ajudasse junto
ao seu amigo. Isso ocorrera e o tal sujeito conseguira enfiar Mateus dentro
do banco pela porta lateral. Não fora trabalhar diretamente como escriturário,
que era o cargo inicialmente pretendido por ele, mas começara como contínuo,
em serviços internos.
Mateus ficara encantado com seu serviço, se desdobrava como podia para
a cada dia desempenhar melhor sua função, continuara a estudar
a noite e todo este esforço fizera com que ele aos poucos fosse atingindo
seu objetivo, que era crescer dentro do banco. De um posto a outro fora subindo
todos os degraus. Seu salário fora crescendo junto, naturalmente. A ambição
de Mateus não tinha limites, quanto mais dinheiro ganhava mais queria.
Vira seu patrimônio crescer durante estes anos. Levava uma vida brilhante,
com viagens, belas mulheres e tudo o que de melhor se pode experimentar. Mas
a maldita ambição era desenfreada, mesmo com tudo o que tinha
era pouco e chegara à conclusão de que pelos caminhos convencionais
não poderia ir muito mais longe. Optara então por usar de expedientes
escusos para crescer mais. Iniciara por pequenos golpes, aliara-se a empresários
e políticos inescrupulosos, montara empresas fraudulentas, e de um golpe
a outro fora se transformando em um homem riquíssimo e poderoso, não
obstante, vivia em meio a uma choldra execrável. Não podia sequer
dormir bem, mesmo sendo um crápula, sua consciência, lá
no fundo, ainda que sojigada, lhe atormentava. Todo este estado de coisas fizera
com que Mateus, em pleno esplendor de seus 35 anos fosse condenado a prisão
em virtude da extensa lista de crimes que colecionara durante sua vida e que
fora driblando até que não pudesse mais safar-se. Em seu curriculum
criminoso, constava até mesmo a execução de um promotor
público que tentara imputá-lo, este fora sem dúvida o fator
determinante para seu arresto e detenção. Dos doze anos a que
fora condenado passara sete na penitenciária estadual, lá sofrera
toda sorte de violência, fora até estuprado por vários homens,
contraíra HIV, desenvolvera a doença e padecera todo tipo de sofrimento
até morrer quatro anos mais tarde, em estado deplorável.
Mais uma vez o espanto lhe pusera a nocaute, talvez o que mais lhe estivesse
atormentando era o fato de tomar consciência sobre as coisas que um ser
humano pode fazer na vida, independente de como ele ache que seja, em virtude
do meio em que vive e as circunstâncias que o cercam. Estava chocado com
aquela vida imunda que acabara de viver, uma vida que começara tão
maravilhosa, é incrível como não temos mesmo controle sobre
nosso destino, é possível saber como iniciamos nossa vida, mas
jamais poderemos ter a noção de como ela poderá terminar.
Chegara a experimentar também uma vida comum, comum até demais,
de um homem escravo do trabalho, com uma família para sustentar e coisas
assim. Um típico cidadão brasileiro pobre. Caminhando para tornar-se
um velho que nada mais amealhara em toda sua existência do que a possibilidade
de comer, dormir, respirar, trabalhar e ver os dias passar, um a um, ano após
ano. Nem sequer chegara a ficar decepcionado com nada, porque nada ansiara em
sua vida, e em não se havendo expectativas obviamente não há
decepção, porque esta advém justamente da sôfrega
ânsia da conquista frustrada.
Mais transtornado do que nunca, Mateus chegara à clarividência
da grande tolice que fizera ao ter desprezado a melhor vida que poderia ter
tido, que de fato tinha e não tivera sapiência e senso de discernimento
para entender.
- Meu Deus! Sei que és tu que fala comigo, me escute, encarecidamente!
Por favor, perdôe-me pela grande loucura que fiz, dê-me a oportunidade
de poder voltar agora e continuar a viver a vida tão maravilhosa que
tinha, sei que pode fazer isso.
- Engana-se meu filho, nada mais posso fazer, mesmo porque, deste lugar onde
está agora e que ficará durante muito tempo, não se sai
por decreto. Ficará aqui se debatendo em seu arrependimento, terás
apenas o privilégio de poder experimentar outras possibilidades de vida,
como acabaste de fazer, poderá continuar a jogar este jogo. Mas tudo
indica que levará muito tempo para que possa acertar e finalmente estar
apto a cumprir tua etapa de forma natural e aí sim, ir para onde ficará
bem para todo o sempre. É preciso antes de tudo ter a consciência
de que os atos que se toma durante a vida terrena, um após outro, podem
determinar todo o desfecho, ainda que este esteja décadas adiante, uma
simples atitude indevida e tudo toma outro curso, diferente do que se deveria
ter tomado. Desta vez estavas perto de acertar, fizeste tudo de maneira coerente,
viveste segundo seus impulsos, era até certo ponto feliz, mas cometera
então um gravíssimo erro, errara ao julgá-lo. Não
te aceitaste como eras, sua intolerância contigo mesmo te custara esta
vida que agora clama por ela, que a tinha nas mãos com toda plenitude,
como poucos na sua condição poderiam ter. Terá agora que
pagar o pesado ônus desta atitude, por tua autopunição.
Foste demasiadamente cruel contigo mesmo. Isso já é imperdoável,
quando se faz algo de mal a um semelhante. Neste caso, ainda se pode ponderar
sobre o porquê desta atitude, já que as vezes os homens erram por
ignorância, pela incapacidade de avaliar o sentimento alheio, tiraram
base por si mesmos, segundo o que as coisas são para si, desprezando
a verdade de que todos são diferentes e o que talvez para ti possa ser
algo normal ou pelo menos aceitável, para o outro é coisa grave
e terrível. Mas causar o próprio flagelo é inaceitável,
porque neste caso se tem a perfeita dimensão da dor que se causa, além
de cometer também o mais grave pecado do homem; atentar contra mim, já
que sou eu em ti, seu criador, pai do filho unigênito. Mormente tu, que
tiveste vida tão maravilhosa.
Não se leva este aprendizado de uma existência a outra, mas resquícios
dela podem impregnar seu profundo inconsciente da alma, posso legar-te isso,
para que consiga vencer, que é o que mais almejo, filho. Feliz será
o mundo e toda a humanidade, o dia em que este elementar e pródigo conhecimento
for do entendimento do homem, aprender sempre a aceitar a si mesmo com é,
em todas as etapas da vida, como fruto da própria feitura, das próprias
escolhas. Entender que de fato o que vale é o que se vive e não
o que se faz com as coisas do plano material, que nada valem, que nada mais
são do que joquetes que os tolos homens criam para si, como forma de
sentirem-se poderosos, que os fazem forçar uma falsa comparação
de superioridade com seus semelhantes, e que de fato não existe e que
ficará muito claro no derradeiro momento de cada um, quando todos, indiscriminadamente
experimentam a mesma dita, a mesma que você está enfrentando agora.
Aqueles que estiverem mais próximos desta verdade poderão ficar
melhor no após, que de fato é onde se tem que ser um vencedor,
é onde vale de fato a pena ser feliz.