A Garganta da Serpente
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Perdida dos Sonhos

(Gabrielle Leon)

Lágrimas caem, sem se ver. Invisíveis até mesmo para mim. Meu coração se afoga nessas lágrimas que não param nem querem parar. Não quero sentir o que estou a sentir, não quero ver-me tornar a adulta que me estou a tornar sem me aperceber. Estou a crescer e não o quero fazer, e não me conformo com esta lei que nos obriga a crescer, a deixar de sonhar, a deixar de acreditar... Acabem com minha vida antes, pois se hoje vivo pelos meus sonhos quase desaparecidos amanhã não terei nenhuma razão para viver.

Quero continuar a sonhar, a acreditar que tudo é possível mesmo o impossível, continuar com a doce ilusão de um príncipe encantado que me virá buscar e me levará com ele, num encontro certo com a felicidade. Esta magia, este sonho de amar e ser amada esconde-se cada vez mais, e a esperança de ser possível diminui. Não sei o que fazer nem a quem pedir ajuda, para encontrar-me outra vez com a esperança forte do passado, que adoeceu com o presente... com a dura realidade!

Quando estou sozinha, encontro aquilo que achava perdido, apesar de cada vez mais distante, encontro meus sonhos, vontades e desejos guardados numa caixa ,e pelo menos aí, tenho a certeza que os guardarei sempre comigo, apesar do passar do tempo. Terei sempre comigo esta caixa, guardada em algum recanto de meu coração, uma caixa pela qual choro pois encontra-se longe de minha alma, mas uma caixa que me acompanhará no dia da minha morte como acordou no dia em que eu nasci.

Se algum dia deixar de acreditar, de sonhar completamente, nesse dia irei magoar alguém, provavelmente muito cruel, egoísta e desumana... Nesse dia, todos me vão dar os parabéns tornei-me real... Nesse dia foi o dia da minha morte, minha alma desapareceu com a caixa da razão de minha vida, apenas meu corpo se movimenta, oco por dentro.

Minha alma hoje se divide entre o certo e o errado, entre o real e os sonhos, entre o possível e o impossível, entre a vida e a morte, mas amanhã poderá já se ter decidido, e eu apenas seguirei o rio de meu destino... sem força para o desviar, sem força para o mudar.... Conformada!

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