O tempo - criança mimada executando seu ofício entre as hienas.
O domo sagrado abriga o livro das palavras silenciadas, abortos literários
- poetas em crises (Ampulheta distorcida, grãos alimentando o vazio branco.
Rito macabro narrando o fracasso destes seres).
Quatro espectros - os guardiões, inúmeras tatuagens pelo corpo,
simbolizando a torre de babel. Eles são envolvidos por uma borrasca cinzenta
e mais grãos são acrescidos na ampulheta e novas tatuagens surgem
do nada.
Um novo poeta. Um novo capítulo. O volume deste teimoso poeta é
timbrado por lágrimas - palavras exiladas - esquecimento.
Subitamente a tempestade é abrandada. Um sarcástico sorriso preenche
a face de um guardião. Um pânico momentâneo abraça
os demais. E nesta quimera um poema é retirado do lixo.