A Garganta da Serpente
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Angélica

(Josie Mendonça )

Um dia conheci Angélica, era comum, normal como qualquer outra pessoa. Me falava quase sempre com um sorriso nos lábios, ora uma risada corriqueira.

Moça jovem, casada e mãe de uma criança. cabelos castanhos, tingidos de loiro, pele clara e olhos castanhos, com um brilho no olhar jovem e costumeiro.

Não éramos íntimas, mas nos dávamos bem, como duas pessoas civilizadas, educadas. Quando nos encontrávamos, ela só sorria, falava, falava muito. Apesar de jovem, era conservadora e caseira, pela vida que levava, parecia ter mais idade, carregava consigo uma realidade, que de fato, não era nem um pouco interessante.

Durante um bom tempo eu e Angélica sorrimos uma para a outra, era quase uma rotina, vivíamos num ambiente cheio de pessoas empolgadas,como nós, naquele teatro, e sentávamos, todos sobre o palco, éramos atrizes e felizes ali naquele lugar.

No palco,eu via Angélica representar, uma mulher mais velha do que ela era, não por fora, mas por dentro, cansei de ver aquela cena, patética e repetitiva, era um suplício. Em minha cena, pouco eu falava e muito ouvia, e a via.

Um dia, algo inusitado aconteceu, uma briga, um conflito que eu jamais imaginara viver naquele ambiente, Angélica me criticou como um ser algoz, sem nenhum brilho nos olhos,aquilo era uma apunhalada no meu peito, ela me maldisse, disse, poucas e indesejadas palavras. Depois de tudo acabar nós nos despedimos e eu falsamente dei e recebi um beijo no rosto, ela havia caído no meu conceito e depois do beijo falso, nunca mais a vi.

menu
Lista dos 2201 contos em ordem alfabética por:
Prenome do autor:
Título do conto:

Últimos contos inseridos:
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente
http://www.gargantadaserpente.com.br