Quantas vezes parámos um beijo, com uma guerra de silêncios que
não era nada. E sorrimos e salvamos velhas esperanças com forças
de mergulhos a gelar o corpo e medo de faltar coragem. Desprende-mo-nos e desprende-mo-nos
sem querer. A sentir a chuva como um coração a abrir e era a desistir
que te sorria e a perder-me em viagens que te encontrava. Quantas vezes gelei
sobre o teu corpo e prateei os meus lábios com vontade de versos que
não vinham.
Falaste duas ou três vezes e não eram respostas... Só sons
numa chuva de sumos...
Regressou o tempo, regressou o frio, voltámos a estar sós.
Tinha medo de te perder o rasto, desconhecer as casas em que brincávamos
a reis...
Não há sombras nem dúvidas. Pagou-se a conta e está
bem!
Fiz a história devagar, sempre com todo o amor do mundo. Porque era assim
o meu amor por ti, era uma lua riscada com pegadas gigantes... E quente e fria...
Como as nossas bocas, às vezes...