Ninguém tinha mais medo de morte matada, lá pelas bandas do Mata
Cobra, do que o tal de Zé Pedro. E não era um medo infundado.
O pai e o avô de Zé Pedro tinham morrido tocaiados pelos jagunços
do fazendeiro Bode Véio, que expulsou o resto da família de Zé
Pedro das terras que ela ocupava na divisa com a Fazenda do Corcunda. Aliás,
foi assim Véio, cujo nome de batismo era Juvercino Pereira dos Santos,
tornou-se o maior latifundiário da região: matando quem se recusasse
a vender suas terras para ele.
Zé Pedro lembrava-se bem do dia em que trouxeram os corpos do avô
e do pai para a casa onde morava com a mãe e seis irmãos todos
com menos de dez anos. Sua mãe desabou quando viu os dois defuntos. Socorrida,
desatou a chorar. Seu choro durou cinco dias ininterruptos, ao final dos quais
a mulher veio a falecer desidratada. Bem que, durante o velório e nos
dias seguintes aos enterros, os vizinhos e parentes tentaram alimentar e fazer
a mulher beber alguma água, mas, apaixonada como era pelos dois homens,
a perda para ela fora irreparável. E ela preferiu morrer a continuar
a viver num mundo desabitado por aquelas duas criaturas.
Sem pai nem mãe nem avô, Zé Pedro e seus irmãos foram
para pertinho do povoado do Mata Cobra, morar com uma velha tia que vivia de
fazer mandingas. A mulher unia e desunia casais, dizia, só fechando os
olhos e rezando, onde achar bois perdidos no mato e desfazia feitiço
feito por gente que mexia com magia negra. Temente a Deus, entretanto, dona
Maria Lôra só fazia seus feitiços se tivesse absoluta certeza
que estava fazendo o bem. Não se importava, porém, em prejudicar
alguém se isso viesse a trazer a felicidade de um vivente que ela considerava
bom. E gabava-se de ser boa conhecedora da índole humana, sabendo, só
de bater o olho, quem era bom e quem era mau. Muito solicitada para fazer trabalhos
de todo o tipo para os moradores da região, só tinha uma coisa
que dona Maria Lôra sabia como fazer bem, mas, nunca tinha feito: feitiço
para fechar o corpo de alguém.
Muita gente procurava a velha com este fito, mas, ela desconversava e dizia
que Deus dava a hora de cada um e não seria ela que iria contrariar a
vontade do Todo-Poderoso. Além disso, - isso ela não dizia para
ninguém - Maria Lôra se recusava a fazer o feitiço porque
ele era muito perigoso, como tudo que desafia as leis da natureza.
O tempo foi passando e Zé Pedro e seus irmãos foram crescendo.
Quando tinha quinze anos, Zé Pedro perdeu o irmão mais velho,
de novo de morte matada. Foi numa briga no bar do Tito, ocasionada pelo atrevimento
do Fuinha, que mexeu com a Zica, xodó do sobrinho mais velho de dona
Maria Lôra. Furioso e enciumado, o irmão mais velho de Zé
Pedro investiu sobre o Fuinha, que escorou o corpo do rapaz com um facão,
O facão cortou tudo que o rapaz tinha de recheio e não teve jeito.
O moço morreu antes mesmo de chegar o Chico da Farmácia.
Dona Maria Lôra chorou muito. E Zé Pedro, além de chorar,
passou a ter mais medo ainda de morrer de morte matada. Na noitinha seguinte
ao enterro do irmão, ele chegou perto da tia e fez-lhe a pergunta que
há muito calava em seu peito:
_ Tia, a sinhora sabe fazê algum feitiço pra fechá o corpo
da gente?
_ Sei sim, fio. - Nunca a mulher revelara isto para nenhum ser vivente. - Mas
é muito perigoso. Faz muito mal para a pessoa que tenta ferir o corpo
do protegido. E pode fazê mal até para pessoa que tivé o
corpo fechado. Só sua tia conhece esse ritual. E ele é muito poderoso.
Nunca faia!
_ Tia...Eu queria que a sinhora fechasse meu corpo. Num quero morrê de
morte matada ingual meu pai, meu avô e o Jordélio...
_ Melhor num tocá nesse assunto mais, menino! Eu já disse que
é perigoso!
_ Tia, num tem nada mais perigoso que a morte. Se a sinhora num fechá
meu corpo, eu num vô nunca mais vivê em paz. É capaz até
deu me matá pra me livrá dessa sina!
_ Meu fio, pensa bem no que cê tá me pedindo! É perigoso!
É perigoso pros seus inimigo...
_ Os meus inimigo que se dane!
_ Num fala desse jeito!
_ Tá, tia, descurpe...Mas então fecha meu corpo!
_ Tá bom! Ta bom! Eu já perdi meu pai, meu cunhado, minha irmã
e, agora, o meu sobrinho mais véio. Chega de morte! Vô fechá
o corpo docê primeiro. Dispois, daqui um tempo, eu fecho o dos seus irmãos.
Só que cê vai tê que fica sete dia trancado no quarto, bebendo
só água e se alimentando só duma sopa que eu vô prepará
procê.
_ Tia, eu aceito quarqué coisa pra ficá com o corpo fechado!
_ Então, tá certo, fio. Amanhã a gente começa o
ritual...
E assim foi feito. Num ritual complicado que durou sete dias e sete noites de
muita reza e sacrifício, Zé Pedro teve o corpo fechado por sua
tia bruxa.
Dona Maria Lôra não teve tempo de fechar o corpo dos outros sobrinhos,
conforme prometera para Zé Pedro. Morreu de pneumonia sete dias depois
de completar o ritual com o sobrinho. A pneumonia, porém, foi só
um pretexto que o Criador usou para levar para o purgatório aquela bruxa
boa que havia desafiado a morte, livrando o sobrinho da sina de morrer aos vinte
e cinco anos, varado por bala de carabina.
E, enquanto dona Maria Lôra penava no purgatório, Zé Pedro
tornou-se um homem. Um homem com o corpo fechado.
Só aos vinte e cinco anos, Zé Pedro foi entender porque o feitiço
era tão perigoso para quem tentasse feri-lo. Foi quando ele deu um corretivo
no Coré. Coré ficou inconveniente quando bebeu umas pingas e começou
a brincar de passar a mão na bunda dos homens que conversavam no balcão
do bar do Tito. Zé Pedro não gostou da brincadeira e colocou o
Coré para fora do bar a pontapés. Coré foi em casa, buscou
a carabina e, mesmo meio tonto, ficou firme, frente a frente com Zé Pedro,
apontando a arma para a cabeça do sobrinho de dona Maria Lôra.
Quando Coré puxou o gatilho, o tiro saiu pela culatra. A bala atravessou-lhe
a testa e Coré caiu mortinho na mesma hora.
Foi depois do incidente com Coré que Zé Pedro se convenceu de
que o feitiço de Maria Lôra era poderoso e realmente lhe fechara
o corpo. Agora, ele entendia o que sua tia quisera lhe dizer quando falara que
o feitiço era muito perigoso para os seus inimigos. Sabendo-se protegido,
Zé Pedro, enfim, tomou coragem para colocar em prática o plano
de vingança que, em suas fantasias de infância, arquitetara contra
o latifundiário Bode Véio. Mataria dois coelhos com uma cajadada
só: acabaria com o fazendeiro que causara a morte de seus pais e de seu
avô e tomaria para si aquele mundão de terras que aquele velho
solitário possuía.
Zé Pedro, apesar de confiar no feitiço de Maria Lôra, não
era besta de ir sozinho enfrentar a jagunçada de Bode Véio. Assim,
ele recrutou vinte jagunços dos bons, aos quais prometeu um pedaço
de terra, e o bando armado partiu em direção à Fazenda
do Capeta, que era o nome que os habitantes do Mata Cobra deram à fazenda
onde morava o latifundiário Juvercino Pereira dos Santos.
Antes que os homens de Zé Pedro pudessem entrar na propriedade, a cerca
de cem metros da porteira, deu-se o encontro dos dois bandos de jagunços.
Zé Pedro ordenou à sua jagunçada que não atirasse,
mas, quando os homens de Bode Véio levantaram as armas e o próprio
fazendeiro apontou sua garrucha na direção de Zé Pedro,
a jagunçada do sobrinho da bruxa desobedeceu a sua ordem e começou
a atirar. Foi um massacre. Os homens de Bode Véio começaram a
atirar uns nos outros, enquanto eram fustigados pela artilharia da jagunçada
de Zé Pedro. Até o latifundiário apontou sua garrucha contra
a própria cabeça e estourou seus miolos. Cessado o tiroteio, abaixada
a fumaceira, os corpos de toda a jagunçada de Juvercino Pereira dos Santos
e o do próprio verme jaziam espalhados pelo chão. Do lado do bando
de Zé Pedro não houve nenhuma baixa. Só Fussu de Bembem
levou um tiro de raspão dado de mau jeito pelo seu companheiro de bando
Jacinto. Coisa boba, de nenhuma gravidade.
Daí a uma semana, chegou ao Mata Cobra o delegado do distrito de Pássaro
Branco. O Dr. Etelvino, porém, era daqueles delegados de interior que
não gostavam muito de encrenca. Ele dava uma boiada para não entrar
numa briga e sonhava morrer bem velhinho, de aposentadoria. Assim, ele aceitou
a versão dada pelo povo do Mata Cobra de que houvera uma rebelião
de parte da jagunçada de Bode Véio contra os maus tratos que o
malvado infligia aos seus empregados. Numa guerra entre jagunços rebelados
e jagunços fiéis ao fazendeiro, os próprios homens de Bode
Véio, segundo os moradores do Mata Cobra contaram para o Dr. Etelvino,
teriam se matado uns aos outros, não sobrando vivalma, nem o próprio
fazendeiro, para contar a história. A única testemunha do fato
fora o moleque Eunápio, que, trepado numa mangueira, presenciou todo
o entrevero. Depois de dois dias no Mata Cobra, o delegado deu o caso por encerrado
e voltou para Pássaro Branco.
Zé Pedro, então, mandou chamar o Bené do Cartório
e o instruiu para que passasse escritura de parte das terras de Bode Véio
para a sua jagunçada e para seus cinco irmãos. A maior parte das
terras, porém, ele mandou registrar no nome dele. A partir de então,
Zé Pedro passou a ser o mais poderoso latifundiário da região
do Mata Cobra.
O rico latifundiário José Pedro Antunes teve uma existência
relativamente tranquila, depois que Bode Véio morreu. Enfrentou
algumas emboscadas, principalmente armadas por forasteiros que, tendo ouvido
falar que ele tinha o corpo fechado, tentaram eliminá-lo em busca de
fama. Zé Pedro tinha pena dos pobres, que se matavam com bala ou se atiravam
do alto dos lajedos onde subiam para tocaiá-lo. Sentia principalmente
pelos mais jovens, que acabavam tendo existência curta por causa de um
capricho. Mas, o homem do corpo fechado não sentia remorso algum por
estas mortes. Ele não podia se responsabilizar por algo que fora resultante
da maldade dos infelizes que queriam acabar com ele, sem mesmo conhecê-lo.
Depois da guerra contra Juvercino Pereira dos Santos, ele procurou sempre a
paz e continuou sendo um bom cristão, temente a Deus e frequentador
da igreja católica, onde batizou os dez filhos que teve com a Zica, por
quem se apaixonou e se casou, dez anos após a morte de Jordélio.
Aos quarenta e cinco anos, quando já havia vivido vinte anos a mais do
que os que Deus lhe dera na Terra, Zé Pedro ficou doente. Seu estômago
foi ficando ruim e, como não deu importância ao fato, ele foi convivendo
com uma úlcera que, com o tempo, virou câncer. Zé Pedro
foi definhando e, cada vez mais, sentia fortes dores, vomitava sangue e tinha
dificuldades para se alimentar. Até que não teve mais jeito. Sua
teimosia não lhe valeu de mais nada e seu filho Celestino acabou convencendo-o
a ir para a capital, para se tratar.
Quando o médico da capital resolveu internar Zé Pedro para fazer
os primeiros exames, começaram os incidentes desagradáveis. E
os primeiros incidentes aconteceram na sala de endoscopia do hospital. Quando
a enfermeira veio com a injeção para sedar o paciente, inexplicavelmente,
a moça aplicou a injeção em sua própria coxa, e,
grogue, foi conduzida até um leito por uma colega. Zé Pedro, nessas
alturas dos acontecimentos, fraco e com fortes dores, bem que tentou dizer alguma
coisa para alertar o pessoal do setor, mas, pensaram que ele estava delirando,
e ninguém lhe deu atenção. Outras tentativas de sedar o
paciente foram feitas sem sucesso. Com várias enfermeiras fora de combate,
as duas enfermeiras que sobraram e o médico responsável pela sala
de endoscopia chegaram à conclusão que estavam diante de um fenômeno
inexplicável e levaram Zé Pedro de volta para o seu quarto.Os
médicos, então, desistiram da endoscopia e, diante da gravidade
do estado de saúde do paciente, resolveram operá-lo mesmo sem
saber o que encontrariam quando abrissem a barriga do fazendeiro.
Zé Pedro foi levado para a sala de cirurgia em estado gravíssimo.
Diante dos incidentes ocorridos na sala de endoscopia, os médicos optaram
por anestesiá-lo usando apenas medicamentos que pudessem empurrar goela
abaixo do paciente. Porém, quando um cirurgião pegou o bisturi,
aconteceu o inusitado. O médico abaixou sua mão e, num rasgo só,
abriu sua própria barriga. Teria feito estrago maior em si mesmo, se
os colegas não o desarmassem e, na certa, o cirurgião teria ido
desta para melhor, se não tivesse recebido atendimento médico
de imediato. Diante do desagradável incidente, os médicos resolveram
adiar a cirurgia de Zé Pedro para o dia seguinte.
Só que, no dia seguinte, Zé Pedro não precisou mais de
cirurgia. De madrugada, sem dizer um ai e, provavelmente, ainda dormindo sob
o efeito da medicação que lhe fora ministrada na sala de cirurgia,
Zé Pedro Antunes faleceu.
Um dos sofrimentos que Maria Lôra penou no purgatório foi acompanhar
passo a passo todo o sofrimento do sobrinho. Desde o primeiro momento em que
Zé Pedro entrou no hospital até a sua morte, todos os fatos foram
levados ao conhecimento da bruxa do Mata Cobra. Um anjo lhe disse que o sofrimento
do seu sobrinho era para purgar o pecado que o jovem Zé Pedro tinha cometido
ao se submeter a um ritual que desafiava a vontade do Criador. Maria Lôra,
desde que soubera dos fatos ocorridos na sala de endoscopia, pedira ao Senhor
que a deixasse voltar à Terra para desfazer seu feitiço, mas,
o Todo Poderoso, ainda muito aborrecido com ela, disse-lhe que ela tinha que
ficar onde estava, pagando pelo seu erro e deixando o sobrinho sofrer as consequências
de seu atrevimento.
No momento da morte de Zé Pedro, porém, o Senhor, conforme Ele
mesmo havia planejado, deixou Maria Lôra socorrer o sobrinho. É
que o poderoso feitiço fechara tão bem o corpo do infeliz que
sua alma não encontrara saída para abandonar aquela carcaça
imprestável e ir para o purgatório pagar o resto dos seus pecados.
Só Maria Lôra sabia com desfazer o feitiço, abrindo o corpo
do fazendeiro para que seu espírito pudesse, enfim, abandonar o plano
terreno.
Assim, Maria Lôra desceu à Terra e, como precisava de sete dias
para desfazer o fechamento do corpo de Zé Pedro, levou o cadáver
do falecido para a velha casa, agora abandonada, onde ela morara com seus sobrinhos
até o dia da sua morte.
Quando Celestino chegou ao hospital, o alvoroço foi grande. Seu pai havia
desaparecido como por encanto. Os médicos, enfermeiros e funcionários
que estavam de plantão naquela noite foram chamados à sala do
diretor do hospital, mas ninguém soube explicar como aquele homem tão
enfermo e debilitado poderia ter abandonado o seu leito e desaparecido. O caso
foi parar na polícia e depois na imprensa, que especulou, mas também
não soube explicar o mistério. Falou-se em cura milagrosa, sequestro
para exigir resgate e em roubo de cadáver para vender para alguma faculdade
de medicina. Um repórter mais chegado ao bizarro levantou até
a hipótese de que o corpo de Zé Pedro tivesse sido roubado e violado
por algum necrófilo.
Na sétima noite após o sumiço do pai, Celestino teve um
sonho. Uma velha, que se dizia sua tia-avó, disse-lhe que fosse até
a velha casa abandonada onde seu pai morara antes da guerra contra Bode Véio
e buscasse o corpo de Zé Pedro para encomendar sua alma e lhe dar um
enterro decente.
Logo que acordou, Celestino vestiu-se, acertou sua conta de hotel e tomou o
rumo do Mata Cobra. Chegou lá à tardinha e não perdeu tempo.
Pegou três jagunços da Fazenda do Capeta, agora chamada de Fazenda
dos Antunes, e foi para a casa abandonada onde, outrora, Maria Lôra morara
com os sobrinhos.
Quando arrombaram a porta, Celestino e os jagunços que estavam com ele
não tiveram dificuldade para achar o corpo de Zé Pedro. Ele estava
em cima da mesa da sala. A carcaça do pai de Celestino, apesar de passados
oito dias da sua morte, não exalava mau cheiro. No ar, predominava forte
um cheiro de flor de defunto. Celestino, então, mandou chamar o Simão
Perneta, que providenciou um caixão e uma coroa de flores. Antes do enterro
do sobrinho de Maria Lôra, foi realizada uma missa de corpo presente para
encomendar sua alma.
Zé Pedro ainda passou um bom tempo no purgatório, acabando de
pagar seus pecados, principalmente os que cometeu na guerra contra Bode Véio.
Estes pecados eram coisa para se pagar pela eternidade no inferno, mas o senhor
levou em conta como atenuante o fato de que Bode Véio, além de
ser ruim como a peste, tinha assassinado o pai e o avô de Zé Pedro.
Além do mais, cheio de sabedoria, o Criador jamais iria condenar Zé
Pedro ao mesmo castigo imposto ao latifundiário Juvercino, este sim condenado
a penar no inferno por toda a eternidade.
Hoje, dona Maria Lôra e seu sobrinho vivem felizes no paraíso.
E os segredos do poderoso feitiço para fechar e abrir o corpo de um ser
vivente jamais chegou ao conhecimento de nenhuma outra bruxa. Ainda mais que
dona Maria Lôra, que aprendera muito com o sofrimento dela e do seu sobrinho,
resolveu cumprir a promessa que fez ao Criador de nunca mais revelar este segredo
para nenhum mortal. Muito menos para um que fosse dado a lidar com bruxaria.
(Conto selecionado no VI Prêmio Literário Livraria Asabeça - 2007)