A família reunida na sala de jantar e Rex latia no quintal. Maura reclama
constantemente do barulho e do trabalho que Rex dá. Pedro seu marido
tenta convencê-la a aceitar a presença de Rex na família,
pois era boa a convivência com as crianças que já amavam
o animal.
Num sábado de manhã a família resolve viajar para a casa
de praia. Rex viaja sozinho na carroceria da luxuosa camionete. Sobre os apelos
das crianças para trazê-lo pra dentro, Maura nega asperamente,
as crianças choramingam e consolam Rex pelo vidro traseiro da camioneta
dupla. Vez por outra Pedro olhava para trás tentando consolar o Rex e
logo era repreendido por Maura.
Estavam na estrada quando no céu começou a armar um temporal.
A preocupação foi grande por parte das crianças e de Pedro,
pois sabiam que Maura não permitiria o Rex dentro da camioneta.
E o que mais temiam aconteceu: a chuva de vento e trovoadas caia na estrada.
Rex chorava e arranhava as patas no vidro, as crianças pediam e Maura
indiferente dizia que jamais permitiria que Rex, agora todo molhado entrasse
na camioneta. Mas a situação foi piorando quando Pedro tomou uma
atitude e parou a camioneta e chamou Rex para dentro. Foi alegria geral só
Maura zangada dizia que era um absurdo um animal misturado junto às crianças.
Depois de longa viagem, chegam à casa de praia, e logo Maura tratou de
prendê-lo num abrigo longe de casa e das crianças.
Era assim a vida de Rex, só recebia carinho das crianças e de
Pedro, sob as reclamações de Maura. Rex parecia entender, nunca
fazia festa a ela, com olhares humildes. Às vezes balançava a
calda, mas Maura nunca retribuía o cumprimento.
Foi numa noite fria em que Pedro chegara em casa dizendo que ficaria ausente
um mês por motivo de trabalho. Surgiu na mente de Maura um plano. Ficaria
livre de Rex nesse período.
Assim que Pedro saiu, sob recomendações para cuidar de Rex e das
crianças, ao chegar no portão, olhou para Maura e tornou a voltar
para beijá-la.
De manhã, as crianças saem alegres para a escola, o ônibus
escolar parado na frente da rua. Rafael volta rapidinho, corre até Rex,
e dá um beijo nele, sobre a repreensão de Maura.
Primeira noite sem Pedro em casa, Maura põe as crianças para
o quarto, vai ao banheiro tomar banho, deitada na banheira. Do lado de fora,
dois ladrões chegam perto do muro tentando escalar. Maura ouve os insistentes
latidos de Rex que a deixa irritada. Após se arrumar vai dormir, sem
conseguir, pois os latidos de Rex a encomodam .Rex avança para o ladrão
que já está em cima do muro, o outro pega uma arma e aponta para
Rex. Maura sem nada saber troca de roupa rapidamente e desce as escadas, acende
as luzes, e os ladrões pulam de volta pra rua correndo escondendo-se
atrás do muro do outro lado da rua. Maura sem saber, abre corajosamente
a porta, chama Rex, que vem tentando dizer com seus olhinhos de preocupação,
mas Maura irritada ordena-o para os fundos da casa, e lá pega a coleira
e prende-o no canil. Rex late muito, mas Maura não o atende. Mas ao acender
todas as luzes, os ladrões vão embora.
No dia seguinte, as crianças pegam o ônibus escolar, Maura entra
pega a bolsa, as chaves, tranca a porta, vai até a garagem chama Rex
e o ordena para subir na carroceria, estava decidida a dar um ponto final naquele
cachorro barulhento.
Viaja por dois bairros, chega numa praça, estaciona a camioneta, manda
que Rex desça, e ali num banco, Maura amarra Rex e vai embora, o cachorro
dá um gemido de medo e solidão sob a indiferença de Maura.
Quando as crianças chegam em casa, correm assustadas até Maura
perguntando por Rex. Maura finge que não sabe e diz que talvez ele tenha
pulado o muro e ido atrás de alguma cadela.
Na praça Rex consegue se soltar e perambula pelas ruas tentando voltar
pra casa. Uma forte chuva cai sobre a cidade, Rex se abriga nas marquises. Quando
chega a noite Rex já está fora da cidade.
No quarto, as crianças choramingam a falta de Rex.
Rex vem caminhando no caminho de volta. Ao chegar perto da casa, tenta atravessar
uma alta estrada, os faróis dos carros confundem seus olhos: ele tenta,
consegue atravessar com dificuldade a primeira pista; na segunda, um caminhão
vem se aproximando, Rex perde a noção de direção
e ao invés de atravessar a pista, corre na frente do caminhão
que apita em seus ouvidos e num lance muito rápido uma das rodas pega
uma das patinhas de Rex que é jogado fora da estrada.
Na rua escura, já alta noite, os dois ladrões retornam para aquela
casa que tanto lhes chamara a atenção.
Dessa vez o silêncio é total. Maura dormindo, no outro quarto as
crianças.
Os ladrões arrombam o portão, chegam perto da porta, arrombam
com muita facilidade enquanto o outro vigia o ambiente. Na sala da casa, os
dois olham as escadas com desconfiança, vão subindo vagarosamente,
chegam no quarto onde dorme Maura e a rendem, exigindo as joias e dinheiro.
Na rua, Rex avista a casa. Vem se aproximando e caminha rente ao muro antes
do portão, caminha com dificuldade, depara com o portão aberto
e entra. Na casa Maura está sobre a mira do revólver assustada.
Nesse momento, Rex dá um latido, as crianças acordam e vão
até a janela e percebem que o latido é da sala, abrem a porta
do quarto e chamam por Rex. Um dos ladrões ordena que as crianças
entrem no quarto, o pavor já tomara conta de Maura.
Rex sobe as escadas, rápido, num esforço de dor. Chega até
o quarto, todos estão sobre a mira do revólver. Um dos ladrões
exige que prendam o Rex, que já enfurecido pula sobre o ladrão
que cai da varanda após a janela. O outro apavorado atira em Rex sem
acertar e Rex avança e o imobiliza. Maura pega o revólver e chama
a polícia.
Na manhã seguinte, quando tudo termina, a família está
reunida comentando sobre o ocorrido. Nesse momento Pedro liga dizendo que estava
voltando pois terminara o trabalho antes do tempo previsto.
Maura agradece a Rex e pede desculpas prometendo que nunca mais seus latidos
a encomodariam.