A Garganta da Serpente
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Melchior, o Rei Mago

(Maria José Zanini Tauil)

Foi assim, meu diário:( Espero que um dia descubram um jeito de escrever diferente, pois esses rolos de papiro são muito complicados)

Sou Melchior, rei da Pérsia. Combinei com o rei Baltazar, da Arábia, e Gaspar, da Índia sair pelo mundo,contemplando estrelas. Nada de estranho nisso! Somos chamados magos por sermos astrólogos (pensam que só os poetas vivem no mundo da lua). Simbolizamos as três raças: semitas, jafetitas e camitas.

Perscrutando o firmamento, ficamos chocados com a presença de um novo astro. Consultamos pergaminhos, papiros...por fim, a revelação: nasceu o rei de Judá, filho de Davi. Os profetas afirmaram que nasceria em Belém. Expus aos meus amigos o meu ponto de vista. Como soberanos, devíamos prestar preito àquele menino que seria o monarca de todos os povos. Compramos nossas prendas e seguimos viagem.

Chegamos a Canaã. Indagamos:"Onde nasceu o rei?" Ninguém sabia dizer. A nossa curiosidade chegou até Herodes, rei da Judeia. Muito interessado, ele pediu-nos que lhe avisasse, caso encontrássemos o menino, pois ele também queria render-lhe homenagens.

O povo vivia oprimido e ansiava pela vinda do Messias. Ele libertaria o povo de Deus, cumprindo a palavra do salmista..

Seguimos aquela estrela diferente. Ela parava num determinado lugar. Chegamos ao menino. Ele havia nascido há alguns dias. Que alegria imensa em contemplá-lo! Até os animais pareciam entender a importância daquela criança. Tive a ligeira impressão que as ovelhas sorriam. Os pastores cantavam pelos campos. A mãe do menino, uma jovem mulher, lavava uns panos numa nascente e colocava-os numa cordinha para secarem. O homem cuidava de um caldeirãozinho suspenso por um arame sobre uma fogueirinha. Tanta humildade para um rei...mas ali havia luz, havia amor e muita paz no olhar daquela família.

Humildemente nos curvamos. Reconhecemos a divina realeza. Demos exemplo de submissão aos desígnios de Deus. Entregamos as prendas: ouro, incenso e mirra, que simbolizavam: o ouro, a realeza, o incenso, a divindade e a mirra, a imortalidade do novo rei. (Acho que a tradição de dar presentes começou conosco)

Passaremos para a história como exemplos da fé que vê mais longe, além dos horizontes humanos, das realidades materiais. Vimos ,em meio a pobreza, um recém-nascido, mas intuímos a presença do Salvador na fraqueza de uma criança. Víamos nele o invisível: a divindade

Chegamos até ali seguindo pela estrada da curiosidade humana. Voltamos para os nossos reinos fazendo outro percurso. Nem pensar em levar a notícia a Herodes! Um anjo nos alertou.

Nosso caminho de volta foi inesquecível, iluminado pelo Menino-Rei. Aliás, nossos caminhos nunca mais foram os mesmos. A vida prosseguiu com um novo sentido, anunciávamos o que vimos, o que sentimos, o que nossas mãos tiveram a graça de apalparem. Ali começamos a desvendar o plano de salvação que o Pai nos deu a graça de conhecer em Jesus...e nos imortalizamos nas páginas do evangelho:

"Vimos a sua estrela e viemos adorá-lo" Mateus, 2,2

  • Publicado em: 20/12/2005
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