A Garganta da Serpente
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Sexo

(Marlene Kuhnen)

O quão pornográfica poderia ser nesta tarde de chuva. Tarde de domingo, além de ser domingo é tarde e chove. Ah, minha angústia que volta, meus desejos carnentos que me tomam. Paloma Negra para os ouvidos, para a carne que quer gozar: os dedos, que percorrem em visões alucinadas de corpos debatidos no chão...

Só; no quarto, enfeitando meus pensamentos de sexo ardoroso, de sexo amoroso, não, só de sexo...pois o desejo agora é sexo. As coxas já roçam em si, o clitóris intumescido e umedecido, espera caliente algo a lhe tocar...Hum, mãos que vem e vão, leves e desesperadas sob o comando das narinas que palpitam agora junto ao coração...Batimentos, bati-mentos...

Um momento a percorrer o céu, lampejos diurnos, músculos contraídos e traídos...

Voltei, a chuva passou, o corpo mole e feliz, agradecido pela hóstia embebida dos choques do desejo.

A cabeça pende, um leve rosado na face, um cigarro a fumaça, agora é ela que desenha seus anseios no ar...

(24/02/08)

menu
Lista dos 2201 contos em ordem alfabética por:
Prenome do autor:
Título do conto:

Últimos contos inseridos:
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente
http://www.gargantadaserpente.com.br