Um homem se aproxima de uma fonte límpida. Uma imagem, um Deus. Mas
não era aquilo uma guerra? "SI VIS PACCEN..." Lembra de sua
casa, mulher e filho. Cai por terra: as águas não se movem, não
indicam a direção a ser seguida.
Da fonte, seu reflexo novamente o fita. O uniforme, ainda que ensanguentado,
caía-lhe bem. A arma em punhos. O fogo, sob os olhos. Uma imagem, um
Deus. Santificadas eram as causas de sua guerra: precisava salvar os náufragos.
À outra margem, o território inimigo. - A compaixão, disse-lhe
o Comandante, é virtude dos fracos. Uma ponte alta une os dois lados:
o homem sabe de sua missão, e segue firme. Na entranha da mata fechada,
percebe uma presença. Ergue a arma, o sangue ferve, olhar se afia.
Espera.
De repente, a surpresa: um garoto, com não mais de seis anos, é
dono de seu próprio rifle, agarrada ao peito com um egoísmo inocente.
Corre em sua direção, procurando atravessar a ponte. O soldado
tenta, mas as mãos retraem-se, descumprindo sua missão, traindo
seu povo. Apesar disto, a compreensão paterna aguardada pelo garoto não
pode ser vista em seu rosto; porque está tão perdido quanto ele.
Ao longe, outros surgem de repente, mas a mão congela-se, dominada. Santificadas
eram as suas causas, mas, por Cristo, aquele garoto lembrava seu filho! O corpo
treme, os sentidos acusavam a presença inimiga. Em desespero, fita a
água sob a ponte há pouco alcançada: uma imagem, um Deus.
Que chama por ele.
Uma fisgada no peito e se entrega.
Na queda, desperta para seu reflexo morto, juntando-se ao mar de corpos vitimados
pela guerra.