Sempre fui uma menina triste. Tinha a cabecinha cheia de sonhos e ilusões.Sonhava
com príncipe encantado, fantasiava minha vida e não percebia que
o tempo passava.
Adolescência, veio a timidez, os complexos, a inibição e
o medo de enfrentar a realidade. Às vezes em meu devaneio encontrava
alguém que sentia amor e era amada, porém uma força imperiosa
me impedia de aparecer.
Tive alguns amores, porém de uma maneira diferente. Talvez devido a
minha imaturidade e fantasia era incapaz de assumir o amor que batia a minha
porta.
Entretanto, tudo estava escrito; casei, constitui família, mas o vazio
continuava em meu coração.
Deus meu, por que tem de ser assim? Como gostaria de ser diferente. Sei que
sou amada e não consigo retribuir este amor como meu coração
queria.
Às vezes meu pensamento vai a lugares distantes procurando minha alma
gêmea. Como será ser feliz? Não me refiro a felicidade de
ter paz, filhos, saúde, vida estável. Se felicidade for isso posso
me considerar feliz. Mas sinto que existe a felicidade que é capaz de
fazer meu coração palpitar, como se eu fosse uma adolescente.
Não sabemos do futuro, talvez a felicidade plena só vou encontrar
em outra dimensão. Meu coração está sempre a espera
de outra pessoa para que juntas possamos perceber no mesmo momento.
(09.08.03)