Ela acordou gritando. Transpirava às bicas. Levantou confusa, tonta, desequilibrada. Sentia algo estranho no ar. Era o prenúncio da tempestade.
Olhou pra cama. Ele não estava. Saiu procurando por vestígios. Abriu os armários, revirou gavetas. Nada. Só uma tela vazia ocupando o seu olhar.
A nuvem alva da falta desabava que nem tosse seca. Pingavam gotas pretas no branco: era a velha e conhecida chuva do abandono de sempre.
Ela tinha ficado. Ele tinha ido.
Ele, seco. Ela, encharcada. Ambos de amor.
Cisão.