Cego de nascença, aprendeu a ler no escuro. Desde pequeno os livros
lhe eram abertos, os toques lhe fundavam janelas, os sons lhe eram caminhos
de pedras, polindo vazios de serventias, ninhais e encantários em palavras
timbrais.
Um dia achou um doador de córnea e pensou que os recursos adquiridos
poderiam lhe render a visão total.
Não aceitou ser operado por conta do governo, nem enxergar no claro.
Ficou com medo de se olhar no espelho das pessoas e ter medo da escuridão
que havia nelas.