A Garganta da Serpente
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A maçã proibida

(Teresa Dávila Malta)

Era um dia diferente. Naquela tarde sentia que você olhou-me pela primeira vez diferente, e por mais que meus olhos soubessem o que os seus revelou não tentei ousar a falar.

Mas a cada dia que passava sentia que seus olhos não só me admiravam e sim me queriam. Ele me dominava por apenas uns instantes, mas já era o bastante para me enfeitiçar por inteiro. E os dias me torturava infinitamente, e meus olhos, minha boca, meu corpo já queria te ter por inteiro. E a cada momento nossas almas se juntavam minuciosamente, e chegou uma hora que elas queriam se entrelaçar profundamente.

Mas como em romances ingleses, era um amor proibido, uma maçã que desejava ser comida e apreciada, um pecado mortal e absoluto. Ele era um lobo e eu a lua, uma junção única e ardente, um vivendo a magia do outro, uivando secretamente para luz do luar.

Mas o destino foi mais cruel. Pude sentir sua boca se desmanchar sobre a minha, sentia o prazer circular sobre meu corpo, sua mão me dominar esculturalmente... E ele foi ao céu, conheceu as mais belas estrelas daquele beijo, a mais prazerosa delícia de uma maçã proibida, o prazer triunfal que só uma mulher poderia mostrar...

Mas a maçã já fora mordida, o pecado foi derramado ao chão, mas nós dois sabíamos e tínhamos a chave absoluta da felicidade dos nossos destino.

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