A Garganta da Serpente
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Terra muda

(Vanessa Campos Rocha)

Nasci assim muda e fui aprendendo a tagarelar mesmo de aflição que da de ver o lado de lá tão seco e deserto nunca fui mas sei que a terra racha de terra rachada já basta a minha se soubesse aguava a mim mesma em vez de perder-me aguando ele que nem me responde ah vou desembuchando mesmo que tenho uma gaveta de sonhozinhos de mel de olhos doces e suaves de livros antigos de pés na areia morna tudo isso me faz um bem ficar me imaginando vou me aquecendo de futuro e assistindo os filmes que dão sorrisos de graça eles disse que de graça também não nada vem assim ou vem e eu é que agora boto preço em tudo é que acho que assim me criei vendo asas cortadas nas pessoas e fico com medo de quem não sonha por que isso ah isso sim vem de graça e ele bem que me disse pra eu sonhar bem alto pra ver se alguém escuta mas isso de autopiedade também já cansou sabe reza sofrida e tanto arrependimento já me superaram agora só mesmo imagino ta imagino uma delicadeza de vida pulsando e eu encontrando encontrando.

menu
Lista dos 2201 contos em ordem alfabética por:
Prenome do autor:
Título do conto:

Últimos contos inseridos:
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente
http://www.gargantadaserpente.com.br