A Garganta da Serpente
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Fases da Lua

(Nessa)

Nada. A espera durou mais um dia. O telefone não tocou, a campainha, não soou.

Flores? Quem sabe não entregara à outra. Endereço errado, carta sem destinatário.

Riu melancólica ao penar que até então esta sensação era desconhecida.

O tempo não dá tempo, no espelho verificou a idade, como se fosse preciso.

Ao menos o dia estava feliz. Á luz do sol tocou seu rosto com a ambivalência da suavidade agregada à agonia.

Ela sempre tão equilibrada, sofria por falta. Não sabia onde tinha estacionado, nem quanto tempo se passou desde que iniciou sua busca.

Hábitos permaneciam. Roçou seus cabelos, mechas em cachos e aguardou.

Ele caminhou pelos seus pensamentos. Enroscando sua barba sem fazer pelos fios da vasta cabeleira negra. E assim permanecia. Brincando, cheirando...No início ela se irritava. Aquele ser criança não era o seu pedido de homem. Encomenda recomendada à lua cheia.

Ele que inventava canções e contava estrelas. Ele capaz de numa noite sem brilho, criar uma luz no céu. e de presente ela ganhava uma estrela fictícia. Um presente do seu dono do céu.

Ele, peregrino do seu corpo, andarilho observador, aos poucos. E o mundo a pertencia quando ele se detinha na sua íris, dedos, sorrisos.

Dizia ser Jasmim seu cheiro, seu nome: desejo.

E assim ela foi lhe doando. Boca, olhares, laços de abraços. Naquela noite de lua cheia, ela se chamou espera.

Olhos cerrados, quem sabe ele a surpreendesse?

Nua à luz da lua, coberta pelos seus fios negros.

Já era hora passada...

E assim adormeceu. Sonho terno.

Na noite de lua inteira, dois corpos seguiam iluminados.

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