Procuro. Não entendo. Vivo essa profunda confusão, de
antemão aviso, que só de avisos sei viver os recebo aos montes, devolvo na
mesma medida. Não saio disso, sempre a um passo da ida como um laço (!) que me
prende ao redor de mim mesmo, tenho que me transformar para caber em mim. Sou
tão covarde que preciso ser corajoso para viver assim, sempre a um passo da ida
como um laço (!) que me prende ao redor de mim mesmo.
Um sonâmbulo. Noctâmbulo. Caminho pela vida adormecido, tudo
acontece, tudo é esquecido. Eu esqueci. E nem sei que esqueci o que esqueci. É
como ter uma riqueza que não se pode despender, ser Alteza, num mundo de Reis.
Sei. Só amo, só amar, tudo aquilo que não posso tocar. É
como engordar trinta quilos de uma só vez, carrego um peso que desconheço, mas
que adoro.