A Garganta da Serpente
Cobra Cordel literatura de cordel
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Os animais

(Alfred' Moraes)

Livros que falam da origem
De toda a espécie vivente,
Das mutações decorrentes
Das lidas ambientais.
Livros que falam da arca
De Noé, o Patriarca,
Salvador dos animais.

Falam também de detalhes
Da vida dos animais,
Muitos não existem mais
Foram extintos do pedaço.
Antes mesmo do humanóide,
Quando a terra e um asteróide
Chocaram-se no espaço.

Dinossauros são exemplos
Dos que hoje, não existem
Porém, seus fosseis resistem,
Provando o que aconteceu.
Seus ossos petrificados
São mensagens do passado
Que a mão do tempo escreveu.

Na verdade esse episódio
Iniciou nova era
A natureza soubera
Lidar muito bem com isto.
De forma tão criativa,
Generosa e permissiva,
Tudo, muito bem previsto.

Gerou imensas baleias
E pequenas bactérias
Jamais optou por férias
Durante milhões de anos.
A criação mais recente
É apenas, e tão somente,
A espécie dos humanos.

De toda a fauna terrestre
Pouca coisa se conhece
Como nasce, vive e cresce,
Cada espécie de animal.
Os organismos maiores
Hospedam outros menores
Numa relação normal.

O animal vertebrado
É um organismo complexo
Que desenvolve reflexo
Permanentemente ativo,
Pra que a caça e o caçador
Possam ter, ao seu dispor,
O mesmo dispositivo.

A classe de invertebrados
Seja inseto ou bactéria
No Saara ou na Sibéria,
Sob certas condições,
Num espaço de tempo curto,
Um casal provoca um surto,
E um surto contém milhões.

As nuvens de gafanhotos,
Mosquitos, moscas, abelhas,
Aterrorizam as ovelhas
No princípio da invernada,
Maruim e muriçoca
Deixa cavalo piroca
Depois de tanta picada.

A cadeia alimentar,
Segundo a biologia,
Comumente principia
Com um bicho comendo planta.
Depois vira um come-come
Mas nessa cadeia, o homem,
Todos os outros suplanta.

O maior dos animais
Certamente é a baleia
Curiosamente a ceia
Dessa montanha marinha,
Quase sempre se resume
Em degustar um cardume
De arenques e sardinhas.

Dentre milhares de espécies
Coloridas do planeta,
Peixe, ave, borboleta,
São tão belas quanto às flores.
O desenhista Supremo
Foi detalhista ao extremo
Ao inventar tantas cores.

Livros que falam do vôo
Suave dos passarinhos,
Da perfeição de seus ninhos
Feitos de graveto e palha.
Falam também de outras aves
Que não tem cantos suaves
Como o tucano e a gralha.

O canto dos passarinhos,
À sonoridade empresta,
Pra que a maviosa orquestra
Execute a sinfonia.
Sem maestro ou partitura
Frui uma música pura
Da mais perfeita harmonia.
Livros que falam das cobras,
De seus venenos mortais,
Do crocodilo voraz,
Da saltitante gazela
Que se alimenta da relva
Mas o leão, rei da selva,
Não dispensa a carne dela.

Livros que falam das cores
Mutantes, dos animais,
Que a cada nuance traz
Um visual diferente.
São armas da natureza
Que o predador e a presa
Utilizam num repente.

Como: a dança dos arenques
Cardume em redemoinhos,
O auxílio dos golfinhos
Ao exausto nadador.
Da carne fresca que assanha
O apetite da piranha
Ao tombo do remador.

Livros que falam dos mangues
Habitah do caranguejo.
Crustáceo que num lampejo
Esconde-se no buraco.
Porém, no acasalamento,
Fica lerdo e desatento.
E acabam dentro de um saco.

Livros que falam das ostras
Originárias das praias
Hoje criadas em raias
De criadouro marinho.
Pra comê-la ao natural
Basta só limão e sal
Salpicado no casquinho.

Livros que falam dos búzios,
Expostos por sobre a areia,
Que a mão do tempo semeia
Como registros de vidas.
Que por milhares de anos
Povoaram os oceanos
Numa explosão colorida.

Livros que falam dos peixes
Na época das desovas
E também falam das covas
Nas praias das tartarugas,
Falam do leão marinho,
Do ouriço e seus espinhos,
Das indefesas belugas.

Livros que falam do potro,
Do bezerro e do girino,
Do borracho e do alevino,
Do ovo chocado em sauna.
O bebê de toda a espécie,
Toda proteção merece,
Pro equilíbrio da fauna.

Só assim o próprio homem
Terá chance no futuro.
Tudo mais é obscuro
Nesta planetóide errante.
Por isso, não se acomodem,
Preservar: "É Lei e Ordem"
Ontem, hoje e doravante.

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