A Garganta da Serpente
Cobra Cordel literatura de cordel
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As drogas

(Alfred' Moraes)

Livros que falam das drogas
De quem vende a quem consome,
Da mocidade que some
Numa escalada sem volta.
Livros que falam das festas
Que já não tocam serestas
Por culpa de John Travollta.

A turma que atualmente
Diverte-se nas baladas
Fuma coisas misturadas
E cheira outras coisas mais.
Que é pra fazer a cabeça
Mas por mais que não pareça,
Sonho de Lombra é fugaz.

O crime é organizado
Mas a justiça nem tanto
O que se vê, por enquanto,
É um túnel no escuro.
Já que o poder paralelo
Deixa o estado amarelo
E o cidadão inseguro.

Tudo isso alimentado
Por um vírus social,
A máfia internacional
Está sempre em evidência.
Seu juízo é sem valor
Sua marca é o horror
Sua lei, a violência.

Insanos floricultores
Transformam a flor da papoula
Numa substância tola,
Pra quem nunca deu um trago.
Porém o ópio, ao contrário,
No cérebro do usuário
Provoca um tremendo estrago.

O chá da folha de coca
Serve como estimulante
Tem até refrigerante
Dizendo que coca cola,
Se realmente colasse
Traficante tinha classe
Ao contrário do que rola.

O que se vê na verdade
É a violência amiúde
Haja bala e ataúde.
A cada rebelião.
Sendo o estado impotente
O crime, solenemente,
Impera sem punição.

Três baseados ou três doses
De wisk dose anos,
Provocaria mais danos
Levando em conta o efeito?
Me arrisco afirmar, sem testes,
Maconha e álcool são pestes
Iguais, pra qualquer sujeito.

Mas o poder econômico
E a mascara social
Diz: que "beber é normal"
E até estimula o uso,
Mas na mesma propaganda,
Que estimulam a demanda,
Diz pra conter o abuso.

O vício é uma doença
Que precisa ser tratada.
A pessoa viciada
Perde o amor por si mesma
Seus sonhos são pesadelos,
Seus murmúrios são apelos,
Rasteja, feito uma lesma.

Uma réstia de esperança
Brilha em cada ser humano.
A sombra do desengano
Um dia se extinguirá.
E finalmente os culpados
Serão, enfim, condenados.
E a justiça vencerá.

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