O 1º lugar foi para Marco Afonso Ginar de Araújo, o 2º lugar
foi para Haydée Schlichting Hostin Lima e o 3º lugar foi para Sizínio
Hebert.
A Comissão Julgadora do Prêmio Lila Ripoll de Poesia, formada pelos
poetas Luiz Coronel e Joaquim Moncks, pelos professores de Letras Luis Augusto
Fischer e Alba Valéria de Oliveira e pelo letrista Dilan Camargo, anunciou
na tarde desta terça-feira (31) o resultado do concurso. A proclamação
dos vencedores foi feita por Joaquim Moncks logo após a abertura pública
dos envelopes com a identificação dos autores, assistida pelo
público e pelo presidente da Comissão Organizadora do Prêmio,
deputado Raul Carrion (PCdoB).
Entrega do Prêmio
O parlamentar elogiou o trabalho da Comissão Julgadora, assinalou a grande
participação de autores e revelou que todos os inscritos receberão
o Certificado de Participação no Prêmio que homenageia a
poeta militante do PCdoB Lila Ripoll. "O número de inscrições
mostra o prestígio da poeta gaúcha e demonstra que um prêmio
desta natureza dá certo", afirmou Carrion. Ele disse que a entrega
dos prêmio será realizada no próximo dia 9 de agosto em
ato cultural no Teatro Dante Barone.
Análise
O poeta Joaquim Moncks, jurado do Prêmio, avaliou que os textos se mantiveram
dentro do padrão dos concursos de poesia. Presidente da Associação
Brigadiana de História Artes, Ciências e Letras (Abrhacel), Moncks
é coordenador das Casas de Poetas do Brasil (Poebras). Ele comentou a
contemporaneidade dos textos apresentados em que se sobressaem os problemas
típicos da vida urbana. "Esse é um elemento que se verifica
dentro dos textos do ponto de vista temático e estético",
explicou. "A poesia que ficou em segundo lugar, de uma autora mulher, expressa
a inquietação social da cidade grande. Não tem nada de
intimista, uma tendência que já prevaleceu na poesia feminina",
analisou. O poeta também observou a total ausência de regionalismo
nas poesias inscritas, fenômeno que considera importante, uma vez que
esse é um traço marcante da produção literária
no Rio Grande do Sul.
Para Joaquim Moncks, iniciativas desse tipo são muito importantes. "A
realização de concursos literários por uma casa política
mostra a dimensão dos políticos. Seria interessante se cada bancada
homeageasse assim seus ideólogos, poetas e prosadores", sugeriu,
lembrando o nome do político e pintor Guido Mondin como uma das personalidade
que poderia designar um concurso literário ou de artes plásticas
da AL.
Vencedores
O primeiro lugar foi para Marco Afonso Ginar de Araújo, que concorreu
com a inscrição número 70, com o pseudônimo Operário
e com o título "Quebranto de poeta triste".
O segundo lugar foi para Haydée Schlichting Hostin Lima, que concorreu
com a inscrição número 147, com o pseudônimo Lilibeth
e com o título "Notícias Matinais".
O terceiro lugar foi para Sizínio Hebert, que concorreu com a inscrição
número 54, com o pseudônimo W. Ilitch e com o título "Silêncio".
Menções honrosas
As menções honrosas foram para Célia Maria Albino Maciel,
Jorge Manuel dAlmeida Costa Melo, Sérgio José Becker, Mauro
Otto Ratke Galvão, Lari Franceschetto, José Fernando Zornitta,
Gersi Oliveira Godoy, César Alexandre Pereira, Márcio de Quadros
e Felipe Freitag.
Centenário de Lila Ripoll
O Prêmio Lila Ripoll de Poesia 2007 recebeu 198 pedidos de inscrição,
atraindo praticamente o mesmo número de poetas que se inscreveu na edição
anterior, quando 195 autores participaram do prêmio, instituído
pela Assembléia Legislativa por iniciativa da ex-deputada Jussara Cony
(PCdoB) para assinalar a passagem do centenário de Lila Ripoll, nascida
em 12 de agosto de 1905.
A poeta
Lila Ripoll foi poeta, professora, jornalista e pianista. Gaúcha de Quaraí,
nasceu em 12 de agosto de 1905. Colaborou no Correio do Povo, na Revista Universitária
, em A Tribuna Gaúcha e editou a Revista Horizonte (1951). No Rio de
Janeiro, junto com Gracialiano Ramos e outros escritores, coeditou "Partidários
da Paz" e colaborou com a revista A Leitura.
Candidata a deputada pelo Partido Comunista em 1950, foi vítima de reação
que impediu sua eleição para a Assembléia Legislativa.
Retornou para a militância sindical, escrevendo, lendo seus poemas e dirigindo
o Departamento Cultural do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre.
Atuou também no Centro dos Professores e no Grupo de Arte, fundado por
ela para a promoção de espetáculos teatrais. Com o golpe
de 1964, foi presa e mais tarde libertada por motivo de doença.
A poeta morreu em fevereiro de 1967, deixando em sua obra dois livros onde materializou
seu protesto contra as desigualdades sociais: "Novos Poemas" (1951),
com o qual conquistou o Prêmio Pablo Neruda da Paz", e "Primeiro
de Maio"(1954). A poesia de Lila Ripoll vincula-se à segunda geração
modernista e é marcada pelo engajamento político. Sua obra inclui,
entre outros os livros, "De mãos postas"(1938), "Céu
Vazio" (1941), "Por quê?" (1947), "Poemas e Canções"
(1957), "O Coração Descoberto" (1961) e "Águas
Móveis" (1967).