Organizado pelo Ministério da Cultura, Iphan e Centro Nacional de Folclore e
Cultura Popular, o Prêmio Sílvio Romero de monografias sobre folclore e
cultura popular recebeu neste ano 51 trabalhos inscritos em diversos estados
do país.
A Comissão Julgadora conferiu o primeiro lugar a Cordel e cinema: relações
dialógicas, de Sylvia Nemer, que faz uma reflexão sobre a apropriação da
literatura de cordel em Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e O Dragão da
Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), filmes de Glauber Rocha dedicados à
representação do universo social e
cultural sertanejo. O segundo prêmio, Brinquedo de cura: um estudo sobre a
pajelança maranhense, de Gustavo Pacheco, traz a pesquisa de campo realizada
nas cidades de Cururupu e São Luís a respeito da pajelança ou cura e a
influência dos pajés como agentes terapêuticos.
Produzido por Carla da Costa Dias, De sertaneja a folclórica: a trajetória
das coleções regionais do Museu Nacional – 1920/1950, recebeu a primeira
menção honrosa. A obra mostra o museu como peça fundamental para a
representação cultural, no contexto do governo do Estado Novo, que buscava
construir a imagem de nação com o auxílio de símbolos e expedientes cênicos.
A segunda menção honrosa foi concedida a Signum, Sinos e Toques: da magia do
som metálico aos campanários ouropretanos, de Fábio Montanheiro. O trabalho
realizou-se a partir de uma análise da história de tradições religiosas
populares de Minas Gerais.
Será que dá samba? Mudança, Gilberto Gil e patrimônio imaterial no
Ministério da Cultura, de Rívia Alencar, recebeu a terceira menção honrosa.
Mostra a cultura brasileira como uma estratégia para mudança no país e
investiga o Registro do Patrimônio Cultural do Brasil e o programa da Unesco
de Proclamação de Obras-Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade.