Dentro de molduras diminutas, incontáveis linhas se entrelaçam construindo cenários intrincados. Assim são as imagens de mundo de Márcio Pannunzio, gravadas pacientemente a buril em tacos de guatambu e, depois impressas a mão, às dezenas, em delicadas folhas de papel arroz japonês.
Fragilidade e densidade são os primeiros valores percebidos ao observá-las. Mas é preciso um olhar tão paciente quanto a ação do artista que as criou para poder destrinchar o sentido que elas ocultam. Irônico, mordaz, cáustico, cruel; o preto no branco do desenho não admite tons médios e não admite também tergiversar no exercício de desnudar o nosso mundo tão mais caótico do que essas pequenas xilogravuras.
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