ESCREVERPorque minhas mãos inquietas precisam percorrer o papel (vazio) segurando os sonhos entre os dedos Dessa tinta escrevo as noites em que velo a brancura da folha como um mármore funéreo no limite do dia claro à luz de uma flor acesa Nessa luta inconclusa vejo a folha virgem em cisma para que eu não durma e a vida, incerta, surja As sombras atravessam meu olhar cortam meu desejo aflito se não escrevo enlouqueço , assim percorro e explodo escrevo ao apelo do incerto, escrevo porque procuro o meu destino, escrevo para me perder... Meus dedos nervosos buscam o instante, o branco, o nada. E depois, de letra em letra, desafiam o significado da jogada. Escrevendo palavras mudas, enquanto ouço o som do silêncio. E neste silêncio sem fim Mostro quem eu realmente sou Mostro a parte de mim Que o silêncio encontrou Escrevo com a alma que ninguém nunca conheceu E com as palavras que ninguém nunca escutou!! (fernanda pestana) Escancaro o pensamento, desnudo minha alma e coloco-me como pauta do momento. Ateh que venha o ocaso da palavra Em silêncio escuto o barulho das flores que desabrocharão na primavera do próximo setembro E assim vou vivendo, Escrevo ao som do teclado Que no passado foi pena Penas que escreviam apenas Hoje escreve-se, desenha, Deixou-se apenas As penas Que pena...que pena Pena de mim mesma Pois Ecrevo a tristeza que me maltrata. Minha Boca Amarga Pensa em parar e voltar para minha casa, Minha ninhada Mas, um instante de insegurança me domina Já não consigo ser quem penso E me lanço em buscas sombrias Numa viagem ao interior do meu eu Para encontrar a escrita sagrada O texto-fundante De nossa existência Que fará dessa descendência Almejada a continuação De nossa escrita de vida. olhai que o poeta é o coveiro de si mesmo e escrever é ir morrendo sempre a cada roda do sol vamos escrevendo as palavras rituais que esgotam a nossa vida de carne e Fé quanto terei de escrever ainda, para que as coisas me sejam reveladas? Qual o tamanho da perplexidade? não existe preplexidade apenas a bruma que vem quando a nossa escrita se afasta do nosso coração mas como não se afastar se quando a noite cai o peito fica em trevas e silêncio e luz alguma nos guia? Apego-me ,então, à Luz Divina, tomo o papel e a caneta em minha mão, e elas fluem, as palvras, como chuva de prata, benfazejas, enviadas do CÉU... de minhas mãos surgem as palavras, que surgiram dos meus pensamentos, entre os meus dedos se encontra o mais perfeito mensageiro, a caneta e o papel, tendo em mim a mais pura ansir]edade de me expressar, os meus gritos não não se revelam, os meus olhares são incompletos... o que devo fazer? me pergunto e não encontro a resposta, então na minha frente tem um papel branco, como o vazio da minha ânsia. assim na forma natural do ser humano se expressar, pego a caneta que começa a deslizar com minhas mãos... e o meu grito se fixou naquele vazio onde só tinha minha ansiedade!!!!!!!!! E me pergunto: }Quem ou o que é este papel branco que largado à minha frente posto, indolente, sobre a escrivaninha na mão que é minha se faz objeto de adoração? Ah! quanta emoção de olhar devotamente para o papel-branco à minha frente e num esforço de mente na inspiração do ser daquele simples papel brotarem asas que ao céu meu sentimento vai enaltecer. Ah, papel branco dedo manco que sou eu! Como fazer de você meu papel puro e perfeito jeito alegre, sem defeito, um sonho a dois de amor? Eu sou pequeno e frágil mas com você ao meu lado meu papel e meu pensar escreverei lindas frases num coração muito ágil que sonha em sempre te amar! Hoje E Lembre-se: Eternamente Nós! Papel, com escrita de amor nos acompanha, seja onde for! Ah! Oh! Entre uma dose e outra, no papel no buteco! (Variável) escrevendo rimas soltas, caídas entre falas altas bater de copos e tocar de corpos o poeta pede leves iguarias para não ter o que falar sem chorar olhai, que a essas palavras que escrevo não tenho, talvez, o direito de chamar minhas... mas, no negrume das noites, quando se apagam, uma a uma, todas as estrelas do céu, as palavras que plantei sob os meus passos, tornam-se em pão de silêncio. delas se alimenta o meu coração. em pensamentos, pensamentos que transmitem o meu sentimento. A milha luta deixa de ser com a linda e pura, folha virgem. Minha luta vem a ser contra meus pensamentos. Penso que estou lutando contra meus pensamentos, e nessa incrivel batalha tenho um aliado muito forte, um dos mais fortes, ela se chama IMAGINAÇÃO. Minha imaginação faz-me viajar, sentir o mais refrescante dos ventos, apreciar a mais bela das paisagens e ter as mais belas mulheres. À partir dele, consigo vencer a batalha e dormir com a consciência leve, limpa e calma, mas no outro dia volta tudo ao começo. Como não sei escrever mando um beijo para ler ao meu amor eterno Nesta folha de caderno bem grande e aberto Muito sincero apaixonado e sentido de desejo comprimido feito um golpe de carimbo Talvez bonito assim e lanceado de Jasmim ira gostar de min Minha escrita e perigosa Tenho horror da idéia de me tornar piegas (pensamento livre) Não temo ser piegas ser piegas é inevitável É não sair na chuva com medo do resfriado (Denos Vesne) Façamos eu e tu um trato: com nossas vidas ousemos tramar as teias da composição do mais belo poema que já escrevi ou que já escreveste... Não nos demoremos...! Vamos preencher de palavras, de riso, de alma, as nossas vidas como um poema... inocente, indeciso, ou sublime, mas poema de vivo amor. NÃO TENHAS RECEIO, ESCREVA. SUA HISTÓRIA,ESTÓRIAS OUTRAS QUE VENHAM COLORIR VIDAS, APONTAR ESPERANÇAS,TRAZER FELICIDADES. A VIDA, GARGANTA DE SERPENTE,VIBRA, ESMAGA,CRIA, RELIGIOSAMENTE CAMINHA, ARRASTA,ATROPELA,MAS ACONTECE. FUGAZMENTE... Sim! Este é o trato: Acordo de corações que se amam... Façamos o poema nascer de nós Desatando todos os nós da insensibilidade e da miséria de amor. Vamos por nesta ladeira ingreme uma passarela de flor para que na escrita sublime de nossas almas, debaixo do suave som do riacho e suas calmas escrevamos nosso poema épico que faça gerações se inspirarem e de nosso amor lembrarem Como quem segurou a caneta e não economizou tinta nem papel: É este amor que nos levará aos céus ...de nossos sonhos! A serpe se compraz em seus mais óbvios nós e os dedos do prestidigitador não ludibriam muito bem, como esperávamos... Mas ser e crer estão em escrever.Escravos do que dizemos somos senhores do que ainda ocultamos. basta de palavras, arrancadas à turbulência do pensamento: - é no silêncio do teu gesto suspenso que a minha poesia bebe, entre duas jornadas, o licor da vida, como água de um oásis... ... e essa água é o meu sangue. Besta de palavras vociferando cúmulos de tropos aos ventos quantos sejam. A trajetória é trilha do que não passa resíduo e pegadas de cascos fendidos telúrica escritura. Projetarei um texto confuso algo obscuro diabolicamente complexo Direto dos porões do aurélio Quero confundir, dispistar e iludir Que vejam meu texto e que digam: "parece um manuscrito arábe" Que nenhum pagodeiro consiga roubar uma linha Só eu e meu texto no cérebro e na gavetinha Não papel branco mas pardo como o meu olhar morto de ti. Pardo o papel, absorvente o papel, farto o papel Tal como todos os sonhos que vivi em ti. Estás tão jazido e morto no meu peito Como este papel pardo que não existe e que projecto em cima da escrivaninha que não tenho. Nem sei quantas vezes desejei escrever em ti esta vontade de mim. Mas perdi todos os sonhos e todos os papéis. Escrevo sim. Num teclado frio, tão frio Como a tua voz que ainda oiço e não reconheço Como outrora a voz que me deu a mão pela vida fora. Ruíram os pilares da morada, Abriram-se-me falhas Na medula rósea Das lajes de mármore. Não ouço o silêncio essencial, Latejando nos vértices da pedra, E a ansiedade anda rondando as raízes Das sombras, à solta, pelos Escombros dos pulsos. Em vão, busco uma saída, Para a respiração de uma espécie De plenitude, para a emergência Do sangue, nas calhas do imprevisível Corpo, de modo a que regresse Ao mesmo espaço inicial. À morada matricial Do silêncio. Do vazio: Pólen da carne e do carmen. In Violeta Teixeira, RESINAS DE ABULIA, Magno Edições, 2003 Não vos digo Dos silêncios. Das vozes. Das máscaras. Porque me sento Nas bordas Do onde calha, E são eles Que se dizem Do límpido E perverso jogo... Só molho, na tinta, As mãos. Escrevemos, Até as palavras Serem carne, E o poema A foz Do nosso gozo. Inédito ( BOLORES DE AUSÊNCIAS) Escrevo-me. Queimo-me. Queimo-me no Brasido de cinco dedos, No lume de sete luas. Vivo e morro E ardo-me na pira Da poesia. Acendam-se-me Os círios ímpios dos Ardores lunares. Acendam-se, nos olhos Dos leitores, os fachos De luz da fantasia. E livres, molhadas, minhas mãos, poemas, imprimem, serpenteantes, tortuosos, úmidos, fluviais. Poemas suicídas, cascateantes, voluptuosos, caudais. Netunianos poemas, salgados, ondulantes, tempestivos, mortais. Poemas gotejados, aguados, fugazes, pluviais. As minhas mãos deixam bêbados poemas, gravados, vagabundos poemas, poemas gozados cravados selvagens, espúrios, bastardos, imorais nos muros branquinhos, em alvas paredes, nas latas de lixo, nas pedras dos cais, nas calçadas, nas ruas de asfalto cinzento, em portas de igrejas, bordéis, catedrais. Libertas, as minhas mãos, tudo que tocam vão tingindo, borrando, marcando, estampando com indelével cinabre, a palavra Paixão. Escrevemos, Até as palavras Serem carne, E o poema A foz Do nosso gozo. Inédito ( BOLORES DE AUSÊNCIAS) Escrevendo liberto meus sentidos. Solto as amarras que me levam a solidão. Em verso,me descubro. Me desnudo. Me amo. Sou mais mulher. Sou coragem e fantasia. Falta-me a tinta Para o escrevo. Faço-o, com seringas, De soro e de sangue. Escoo-me os pulsos, E, exangue, Morro-me, em cada Parto poético. Mas escrevo em sobre uma superfíciel imaginária com pinceladas a tinta de cor de edéia, de feiiço, de solidão, de espera... Escrevo bem espaço, o que não cabe mais nem na matéria e se transcede a alma, a essência, a imaginação. Escrevo na eminência de não poder me corrigir, nem deletar o que escrevi, para ue um um momento seja eternizado, registrado, e não manipulado face aos acontecimentos posteriores, pois o tempo não volta atrás. Escrevo em minha consciência o que devo armazenar como experiência, intimament, escrevo para mim, a única pessoa a quem devo total fidelidade e assinatura reconhecida no carório mais poderoso: o da minha própria memória, eternamente minha, e de mais ninguém, portanto escrevo, de forma pós-moderna, sob o trejeito mais arcaico a humanidade: a desconfiança, exceto sobre mim mesma. Escrevo para mim. ESCRITA Já não molho Os dedos na tinta, Mas nas lágrimas Que não choro. Todas as palavras Sabem ao sal Que me coalha a alma. Saiba que aprendi com Nizzar kabbani, poeta Sírio, que a palavra e a Lágrima são gémeas. Atente, por isso, no alerta Que lhe lanço: não me roce A língua nos lábios Destes poemas. E de repente, em qualquer situação me inquieto a escrever coisas do coração A mente se cala processa apenas a forma do que o coração exala e manda pro pensamento E eu me julgava escrava do que a mente dizia percebo-me presa ao amor que meu coração co-cria. Porém, meu coração teima e se cala e não fala mais da dor ou do amor só some com a vontade de explodir-se E o papel continua em branco MENINO DE RUA Menino de rua pele escura e nua Grande guerreiro Deliquente Da cidade grande Sobrevivente Herói entre os mendigos Vive desafiando o perigo Tua oca é a estrada Indio da mata civilizada Perdido na Selva de concreto Não sabe o caminho certo Nem faz questão de aprender Menino de rua Futuro herói do moro Da favela de tudo desprovida Que de uma certa maneira é mais unida Do que muitas comunidades sadias. Não sou poeta. Não sei escrever palavras belas. Sei apenas sentir, viver, chorar e amar. As palavras fogem depressa, não posso contê-las... A dor, a angústia e a saudade estas teimam em ficar. talvez eu queira, não sei entender o coração do poeta talvez eu saiba, mas triste assim não queira Secou a Pena Secou a pena que escrevia versos Para amigos e inimigos Escrevia veros transversos Escreveu alguns versos ambíguos. Poucos foram retilíneos, Perdiam-se nas curvas..., Nas nebulosas turvas De pontos longínquos. Alcançaram uma certa lonjura Só foram..., seguiram sem volta. Talvez para não causarem revolta "currente calamo” (ao correr da pena) Doces linhas em que escrevo: Boas amigas, verdadeiras São as únicas com quem consigo falar Com toda a atenção do mundo Escutam o que tenho para contar São quem me acompanha Nas noites sem dormir São o meu refúgio secreto Quando do mundo quero fugir Obrigada por serem tão boas Estarem aqui a toda a hora Agora despeço-me: adeus! Está na hora de ir embora Olhando o horizonte vejo o sol tocando nas montanhas, de suave uma brisa passa pela minha pele entro em comunhão com a natureza livre como um espirito que flutua durante os sonhos felucidade e alegria espalar por este planeta precisa de se voltar a sentir com antes antes de chegarmos e evoluir-mos diversão amizade paz partilha viver em harmonia e em sintonia ñ se esqueçam de respirar.......... não se esqueçam de manter o ritmo, de utilizar todos os músculos e aproveitar bem todo o ar que vos invade... ele oferece energia à vossa mente... E garganteando Serpentes, pico, mordo, mas não perco o ritmo. Vou rindo da vida e dançando com destino. E assim vou escrevendo... Como a tecer com novos novelos sentimentos, vida e arte Tudo isso faz parte de tantos em um só pensamento. Com estas palvras vou tecendo A minha teia, Vou-me enredando Fatalmente. Ordeno o nascer, O viver, o morrer, Num caos. Aproximo-te De mim. Afasto-me De ti. Com esse poder Que nos invade, Que reside na ponta dos nossos dedos, Crio e destruo Cada parte de mim Continuamente. num cosmo de palavras que nascem a cada deslizar, é como se fosse uma brincadeira de criar e desmanchar... (tefi) Há uma estrela a morar nos teus olhos Ás vezes, vejo-a pelo fim da tarde quando o rio se encontra preguiçoso com o sol ( que lhe acena adeus) Outras vezes não.. Há alturas em que, de repente, sem mais nem menos, risca o céu todo a traços de luz como fazem as canetas dos poetas. Na dança (in) sana das palavras Pseudônimos Verdades E Ilusões Escrita mágica dançante a envolver-nos neste universo flutuante a concretizar-nos num painel virtual poetas dançantes figurantes de si-mesmos a todo instante convida-nos: "uma vez mais"! Uma vez mais errante amante da escrita vulgarmente peco na gruta da palavra que me alcança um verso ou quase nada que me afaga ou me mata de conteúdo ou solidão essa gruta é ingrata mas que venha a ingratidão... A pena e o pênis: docilidade permanente, dor saborável... Por mais que busque palavras e as ponha no papel, ainda assim não se esgotam os sentimentos que brotam de dentro de mim. Como pode não ter fim esse turbilhão que nem sei de onde vem? Sei somente que vem de dentro de um ser pequeno e limitado pela impossibilidade de compreender como pode, do finito nascer o infinito? "Nasci de uma inquietação, e cresço sob a observação de meus criadores, alheio ao comentário dos que tem a sua alma à vista. Perpetuarei a minha estimativa, alvo da divindade conquisto e permaneço incógnita." " Estou a espera de uma unidade do passado, a qual permaneço em constante pensamento presente, tal qual a musica de nossa consciência danço, e manipulo meu futuro, estrondo de prazer, cheiro de cor que penetra a libido e faz querer sempre..." Querer, mais que bem querer Buscar na mente o seu bem estar Justo a lembrar o que se quer ver, Sentir quando não se poder ver, Amar mesmo sem entender, Mas tudo, enfim, pelo seu bem querer. Não posso esquecer da pena e do papel! Visto que sem eles, não consigo expressar vida... Sirvo-me deles para proclamar libertação ! Mas, contraditoriamente, sinto que também estou aprisionada a eles... É como se apenas conseguisse entender a simbiose da vida, por entre as linhas que insisto em escrever... " Relapsos são os assassinos que exercem a sua função de forma incompleta, deixam a sobra de esperança em uma vítima que compele a vingança. Eis o ciclo, tem-se um novo fim, sem destino e data..." (Thomas Souza) papel, linhas, traçados onde inscrevo os versos do meu destino. perdição. Cultura Dita e Escrita Encontro de velhos vocábulos; Vírgulas, pontos e reticências Estão lá em rotos incunábulos Ou num libreto da Renascença. Ao escrever a palavra é esfera, Rola no tempo em que e escrita, Mas o sentimento dela prolifera Numa prosaica prosa proscrita. Assim é só mesmo a palavra - Às vezes corta como um punhal, Às vezes cresce como lavra, Outras carregam o lastro do mal. INATINGÍVEL Por não haver coragem bastante A palavra vaidosa foi engolida, Morria assim a esperança gestante, E a inaudita tampouco pôde ser lida. O perdão pedia a palavra; A palavra pedia o perdão, Mas se o perdão na boca se trava, A palavra não atinge o coração[...] Os olhos também sabem dizer Palavras que só o coração entende, Senão o coração não saberia ler A palavra que a boca pretende... Todavia, fecharam-se todas as portas, Nem a luz entrava, nem o som saía; E assim as palavras foram mortas E aos pés da esperança o perdão jazia... “PARCERE SUBJECTIS ET DEBELLARE SUPERBOS” (perdoar os que se sujeitam e submeter os orgulhosos). Virgílio Mas no entanto sobressai-se a esperança pois na escrita é pra frente que anda. A lei de Say já dizia: atrás da oferta vem a demanda Minha escrita é a cópia infiel do que (me)dita o nada. Duas manias agora tenho: De perto, descrever-te; De longe, rever-te; Duas rugas no meu cenho... Que seja pra sempre bendito Todo pensamento d’amor, E que seja escrito, lido ou dito, A priori, enquanto vivo for... Já não me basta o sorriso dourado do sol O navegar macio das marés Ou o chão eterno que por sobre piso Pois se te vejo, já não te reconheço mais Escreva, escreva ... com seus sonhos e sua mente por entre a neblina do tempo até o raiar da Eternidade... Antes que a noite da loucura deixe encarcerada a sua mais insana vontade de amar. Do que eu sinto, Eu nunca falo; Também não minto, Mas tento jogá-lo Numa frase escrita, Num poema que grita. Escreva o que eu te digo: _Eu nunca, nunca e jamais, _Repito: nunca me desligo De você agora, e nunca mais... Gostaria de saber escrever uma poesia; falar de amor, paixão e dor. Não adianta, o papel continua virgem à minha frente, as idéias não casam, o lápis desejoso, aguarda ancioso. Palavras desfilam na mente, imagino sonetos, rimas, quadras... Envolto nesta utopia viajo pelo mundo da ilusão. Retorno! não encontrei o que buscava, o papel continua inviolado. Penso, penso... jogo o papel pra lá, o lápis pra cá(...). Um lampejo ! preciso ser rápido: com a ponta fina sedenta de versos, cravo o lápis na alvura do papel, palavras brotam e o rasga de prazer. Nasce assim, uma estória de amor... ESCREVER Escrever, sempre escrever... É como ver! é como viver!... Aos poucos está escrevendo; Ao poucos, se vê vivendo... Vai-se vendo na escrita, Às vezes, de voz baixa, Às vezes, muda ou grita; Por vezes, tudo se encaixa. CONTINUANDO A ESCREVER Trazendo-se as palavras esparsas pra bem perto, Causa-se um desastre ou monta-se um castelo. Às vezes nada se encaixa, nada parece dar certo; Tem vezes, até sem querer, nasce um poema belo. Poema esse que revela meu coração, meu amor por te. Mas escrever não adianta nada, porque de você não sei nada! Só sei que és meu amor, mas não sei se sou o teu. Queria que me tomasse no crescer de um beijos louco, gesto forte, devastando a imensidão de meu amor que se perde na dor de não te ter. Vem aliviar a dor que dilacera meu coração chei de paixão, vem unir o sul e o norte do meu corpo que deseja torna-se um com o teu. Desejo louco, que não passa um pouco,envadindo meu coração, me deixando confusa,me fazendo fugir de mim para encontrar a te. Como se a lua encontrasse o sol, como se o seco podesse unir-se ao molhado permanecendo seco. Assim me sinto em relação a te. Sei que está longe e ao mesmo tempo perto de mim. Escrever não adianta nada , mesmo enchendo o papel com letras,palavras que se transformam em frases, não dá para expressar o que sinto agora,por isso meus olhos choram. Choram por não te ter, por não te ver, só te querer. Vem me dar prazer,de viver, de escrever, entender que não posso permanecer só, que você pertence a mim e eu a você , bem sorrir , me dar um mundo de prazer, não se escondar , vem entender o meu coração, com você tudo fica melhor, vem libera teu amor vai ser a vez de sermos feliz! Quero escrever um nada Apenas umas linhas Logo elas vem... Não... Partem em revoada Como as andorinhas. Lápis-amigo da vida inteira-/Troquei-te pelo computador./Acho quefizbesteira,/ Esqueci-me do teu valor:/Da tua maciez no papel,/Do teu corpo roliço entre os dedos;/Do teu filtro para o meu fel,/Da tua paciência com meus medos. A escrita é uma extensão nítida do meu pensamento. Dimensões se desdobram, pois a escrita agora já não acompanha tão ávida a minha mente. Digitar rápido é preciso para não perder o sentimento que embala o meu pensar. O papel agora serve-me de apoio para as idéias não decaptar; mas na hora de desenvolver, o teclado é que me serve de alicerce para o meu amor pelas letras proclamar. Nas cartas que eu te escrevia Na minha imaginação te via, E ficava por horas escrevendo, E por horas eu ficava te vendo. Porquanto na carta eu me desse Por estar ciente, eu me iludia Quando um beijo eu te pedia Fechando os olhos numa prece. E sentindo tanto a minha prece Uma borboleta que subia Dando voltas, de repente desce. E eu distraído na minha veneta, Com os olhos fechados, não sabia Quem me beijava era a borboleta... Borboletas azuis voando em meus sonhos , tortos , ventos e velas corações ao mar navegar sempre foi preciso depois de bom vinho tinto ao som de blues , emquanto a cidade dorme tranquila me distraio contando estrelas tolo e só... sozinho. a baba que sai do pênis, o suor das entrepernas, o gozo de quem quer procurar o outro, entre as próprias pernas Dois dias ele não escreveu: Dia em que nasceu; Dia em que morreu... No primeiro, emocionado, porque foi parido; No segundo, só dormiu, porque havia morrido E ele sempre escrevia de cor, Quer dizer de coração puramente; Era alegre, e morria de pena e dó; Porque ia escrevendo na mente. Escrever é o que me acalenta... A pena desliza suave e lenta numa folha branca e lisa... E em palavras, ameniza a sofreguidão de um peito amargurado... imaginando ser elas, as palavras, carícias Em teu corpo Por minhas mãos tão desjado... Para Helder com Amor) Escrevi tudo sem te ver, no escuro, E escrevi nada, ao te olhar luzente; Escrevi muito mais do que procuro, E escrevi bem menos e mais reticente... Caí na armadilha, Naquela armadilha incerta, porém nefasta, Que tolhe, que colhe minhas lágrimas E recolhe-me à ânsia absurda (e abusada) De simplesmente escrever Como a crivar no papel branco e nodoso As reminiscências de um amor que vive da letargia De simplesmente ser sem razão. De simplesmente ser... Apenas! Escrevi nada sem te ver... Tão escuro!... Escrevi tudo ao te olhar... Tão Luzente!... Escrevi muito mais do que o obscuro; E escrevi um pouco menos reticente... Escrevo com a tinta do tempo, utilizo a pena da vida, maculo o papel em branco, onde meus pensamentos se transformam, em sinais, símbolos e ícones... para traduzir algo que... capto não sei de onde !? Que uma vez revelado começa uma jornada infinita. Meus pensamentos tomam formas e voam para o infinito. Minha escrita eterniza meu ser, meus pensamentos. gargantas da serpente... medos e esperanças.. animam o corpo do reptil em sobradados e macambuzios em Uilcons Zé Glaucos Pinducas e Pivas em serpentes na rede mundial do Bush em guerras em surdinas nas aventuras da esperança em ritmo de coração SANGUE E EMOÇÃO poemas... Aprendi a ESCREVER numa escola do SUBÚRBIO. Havia uma certa TERNURA naquela escola, e apesar da SOLIDÃO, que já sondava a PERIFERIA de minh’alma, havia A PROCURA; uma tendenciosa intimidade com a PAIXÃO... Também, acontecia algo especial, que até hoje, às vezes, de MADRUGADA, invade-me a alma..., e me leva a pensar no CAOS dos que padecem na própria PELE, dos que sofrem tanto ou mais do que eu, e sofrendo, não podem ESCREVER o que sentem... Palavras pesadas Idéias distantes Tetos e paredes prensantes nas incertezas do saber Palavras pesadas Idéias distantes Tetos e paredes prensantes nas incertezas do saber [As palavras constroem os templos. Se poemas, constroem templos inabaláveis] O escrever tem olhos na boca da palavra, e são mão que edificam o mundo. Escrever os sonhos,os mais intimos segredos.Escrever com a alma no imenso livro da vida. Escrever como se fosse a unica forma de sobreviver. Se ele lhe falasse sem palavras ela o entenderia corretamente... Poderia escrever-lhe sem letras, que ela colocaria as palavras; porque ela habitava de cor e mente cada nicho seu e todas suas gretas. O ato da escrita pode transladar a existência do imaginário mais real e mais obscuro que se possa tocar. ... ... ... A escritura, lavrada em cartório, No dia que firmaram um contrato Era de júris, mas era ilusório..., Descompôs oralmente no destrato. Sem a reiteração e sem mais rima; Sem cantar louvor ao amor, a laudes; Sem a nota série harmônica prima; Sem a escrita, eram duas fraudes. ... ... ... se eu fosse um poeta,eu escreria grandes historias de amor,se eu fosse um poeta eu escreveria a nossa historia de amor no ceu para todo mundo ver,se eu fosse um poeta eu lia a mensagem do por do sol para ti meu amor. -~~~~-~~~~-~~~~- Bebido o vinho, Afogou a garrafa No azul marinho E puxou a tarrafa. Era seu parabéns, Mas não tinha bolo, E nem tinha vinténs; Só o mar pra consolo... E no seu diário Escreveu segredos, Fez versos contrários Aos modos e medos. ... ... ... No meio da noite deu fim a vida Escreveu no diario Solidão maldita ! ... ... ... Acordou numa ilha Com saudade da mulher Com remorsos da filha Sem prato, garfo, colher... ... ... ... Saiu caminhando olhando o mar . Ficou recordando, vontade de amar ! Continuou andando até se afogar..... ... ... ... Escrito no diário de bordo... E vendo de perto a morte Nadou para não se afogar; Nadando, tinha que ser forte, Pois, o mar queria lhe tragar... Um dia escreveu um conto Acerca dum mar de “sereias”, Acreditava “nelas” a ponto De salvarem-no, nas areias. Tossiu graças à boca-a-boca Sobrevindo de uma surfista De extrema beleza louca; Era a sereia altruísta... Escreveu assim, dessa forma... ... ... ... Aquela sereia tão louca De escamas coloridas Tacou-lhe um beijo na boca E disparou na corrida! ... ... ... E nadando naquela praia, finalmente, se algum dia, caso a sorte não o traia, vai ancorá-la na baía, pois, ansiosamente ele prevê como agarrar a sua sereia. Lê malícia escrita que ateia seu fogo, e vê certos filmes na TV. ... ... ... Agora todos os dias Fica olhando para o mar Esqueceu trabalho e familia Vive apenas a sonhar Vive apenas do sonho De novamente encontrar Aquela mulher meio-peixe E seu desejo matar Possuir aquele corpo Aquela boca beijar Fazer muitas loucuras E voltar com ela para o mar ! ... ... ... Leis E Mandamentos Netuno Bem, os mares têm suas leis Que há muito foram escritas, Quem fez e escreveu!?... acreditas? Foi Netuno quem assim as fez: 1 - Lançai ao mar o que é do mar; 2 - Não provoqueis nele a fúria; 3 - O mar tem sua própria cúria; 4 - Sede pro mar como é o ar. (e muito, muito mais...). Foi escrito o que é lícito Fazer e desejar dentro do mar; O amor está implícito: Sereias podem no mar amar [...] (fora do mar jamais...). ... ... ... Netuno que me perdoe Mais não posso obedecer Sou louco por essa sereia E, nem quero saber Se ele criou as leis Com certeza eu vou quebrar Quero essa sereia comigo Quero essa sereia amar Da furia não tenho medo Por duas vezes quase morri Se consigo essa proeza Porque dela desistir! Diário de bordo escrito em .../.../...... ... desolação, estupidez, fracasso.... sonhos, são como rastos de ternura, decepções, tolices, tempo escasso... Navegarei meus sonhos na lonjura... Levam-me os nós, somente os atados num quarto de hotel...nus, reticentes ... Sou as páginas que escrevo dados de desolação, estupidez crescente, Sei do fracasso..., estava escrito... Imutável inexorável destino.... No meu livro, (um paperback) grito SOCORRO! berrado com desatino... É curioso que a capa suja contenha uma folha branca, limpa (como espuma) não escrita; cuja tal brancura faz levantar a grimpa. Navegarei sem ajuda da “maruja”... ... ... ... ... ... ... Pela fenda de uma caixa Enfiei um rol de escrita, Por fora, escrevi na faixa: “Confidencial e restrita”. Esqueci, que era de sonho Aquela matéria escrita E em sonhos não se acredita, Mas, se eu não os guardo, não os sonho... ... ... ... Eu guardo todos meus sonhos Não numa caixa fria Guardo no coração Deixo a caixa vazia Tenho um grande sonho De ficar só com voce Ser como antigamente Voltar novemente a viver Esse é um sonho antigo Que quero realizar Temos lutas diferentes Não podemos juntos ficar Mais mesmo com tudo isso Nunca deixo de sonhar ... ... ... Escrevi uns sonhos alvissareiros, Irrealizáveis no mundo concreto, Pois, vivi com eles anos inteiros. Mas certa noite, sob o travesseiro, Bem redobrado, e muito discreto, Sufoquei o papel interesseiro. Tive o intuito dum plano secreto: Deixá-lo ali como mensageiro Permanente, cativo e direto. Tenho tido progressos incompletos, Indizíveis, talvez medianeiros; Enfocando assuntos circunspetos... ... ... ... O que me faz escrever È a tentativa de viver Sem ter que morrer ... ... ... Millor Fernandes escreveu: “Viver é desenhar sem borracha.” ... ... ... Revolução Nós, os loucos, plantamos. vocês, os normais, comem. Eles, os reacionários. crfiticam. Pena que não passa disso. ... ... ... Escrevia pra não ficar louco..., E escrevia sempre, todos os dias. Escrevia sempre mais do que lia; Há muito, passou a escrever pouco ... ... ... E.. acabou solitario e louco.. Amigos...tinha poucos Escrevia cartas..que não mandava Fazia mimicas..não falava De ninguem se aproximava Se fechou, virou..nada ! ... ... ... Mas dentro dele ainda tinha A viva tinta vermelha Que escrevia as modinhas; O mata-borrão que espelha Nos bares em ladainhas Entre os ébrios e renegados, Quando aqueles correm parelhas, Com os poetas e os advogados... ... ... ... Flávio: Escrever é poder comunicar-se de maneira calma e plena, podendo assim ordenar pensamentos e ser melhor entendido. ... ... ... Escrever, escrever e escrever... Longas frases, e fazer de uma a eleita, E depois, decorá-la antes de lhe dizer Uma coisa estúpida, estúpida, mas perfeita, Da paráfrase eleita: _“Eu Amo Você”... (Something Stupid…or Somethin' Stupid..) ... ... ... O beijo é o maior desejo de um romance ao iniciar. O beijo é o que irradia amor e simpatia por um sonho real. Quem beija por ventura nãp sabe a loucura de uma paixão. Não vê qu a malvada fraquesa destróia a pureza de um coração. >.>.>. >.>.>. >.>.>. Escreveu um Haicai Leve como uma nuvem Que no céu esvai. >.>.>. >.>.>. >.>.>. .<.<.< .<.<.< .<.<.< O Haicai caiu do céu Todo molhado de chuva, E escrito em um véu. .<.<.< .<.<.< .<.<.< >:>:>: <:<:<: >:>:>: Quando o Haicai caiu Era primavera de abril Ou outono de abril. <:<:<: :>:>:> <:<:<: Saiu caminhando, olhando a praia. Saiu chorando, com vontade de beijar! Continuou vivendo, até casar... ser e crer estão no escrever ao infinito infinitivos e ruídos uivos de Ginsberg e nobres tintas E viva a beleza de voltar a escrever dias depois de morrer... (Regina Martins) * * * O que a gente escrever ou o que a gente disser, pode ter a densidade do chumbo ou a leveza do beija-flor... * * * CIDADE NO ESCURO Desligaram o semáforo das minhas ideias, causaram uma confusão de pensamentos. Hoje, quando penso em ir pra esquerda me aparece um caminhão de dúvidas, um carro cheio de reticências e uma moto com um ponto final e um ponto de exclamação. Quando penso em virar o retorno, corta-me pela frente uma caminhonete com uma palavra dirigindo. Fim era o nome dela. E tudo se confunde... Curvas que antes era feita com a maior das tranquilidades, agora me vejo aqui, sem saber se acelero ou se reduzo a velocidade. O vai e vem da cidade está acontecendo no escuro e o semáforo dos meus pensamentos está sempre piscando atenção na minha cabeça. E tudo se confunde... Assim que acabei de atravessar a avenida parei no sinal vermelho, ali permaneci por muito tempo. Parado, em estátua sublime. Até que resolvi furá-lo, entrei no mundo da liberdade, o mundo da cor verde. Siga, prossiga, pise no acelerador e atropele as ignorâncias encontradas no caminho. E tudo se confundiu... Thiago Elloard. Beija minha mente lentamente e atentamente Viaja pelos meus canais neurológicos E chega aos meus dedos pondo no papel o que tens para mostrar Mas se tudo que encontrou foi você mesmo, beije-se... sua busca terminou! Mas se tudo que encontrou foi eu, então certifique que errar é garantido, acertar faz sentido, tentar acalenta a mente!!!! O mundo ferve, As pessoas Qual serpente Enroscadas Uma as outras, Em cálculos, Acordos, Dívidas e concessões. Sinto o ranger de seus dentes, Traduzido em slogans E grandes ofertas. Me descubro, Longe. Numa planície calma, Me lanço em vôo rasante, Driblo meus medos, Preconceitos E vôo. Fundo, Reinvento a alegria Nem ato simples De êxtase E gratidão. Soubesse eu palavra Ou ação Capaz de transformar Não em sim, Feio em belo Fome em fartura Ódio em amor Caso a possuísse Trataria rápido de distribuir a todos Sairia pregando Mesmo certo Que muitos não iriam crer E zombariam, Fariam tudo Para contestar Pois seus valores Suas crenças Seus interesses Seriam por ela Questionados Como não a possuo Chamo provisoriamente De Fé. uni versus Silmara, Silvério, Sandra Renato, Manoel, Antonio Pedro, Carlos Fabiana Chico, Tonho Francilene Rosa, Margarida Angélica Luíza Cristiene. Solange Amélia Fernando Sylvio Ricardo, Silvaneide, Jô José, Roberto, Maria Raul Odette Augusto Luza Flavia Rubens Walquíria Walter Tereza Frederico, Reynolds Rinaldo, Raymundo Evandro, Sergio, Denis Eder Tereza, Cristina, Aninha A cura Sangue corrente corre em minhas veias esquenta o meu coração ao te beijar ao te sentir suspirar, bem de perto. Arrepio só de pensar beija minha boca, me faz suspirar. Minhas garras se prendem ao teu corpo nu. As pernas se entrelaçam e nem por ver as horas passar A cada toque, uma morte A cada sentido, um ouvido nossos sangues se fundem, a verdadeira metamorfose do desejo. As portas se abrem em plena luz do luar nossa apresentação ceifa logo ao amanhecer e toda noite é noite de esplendor do nosso amor. O deus do ateu é o amor que eu sinto E beijo sem ver. Ó deus vulgar, religião com que minto, Te espero sem cre ESCADARIAS Desci da ladeira Saí da sacada Tirei o sapato Subi na cadeira Corri pela rua Revi meu retrato Bati na parede Do meu quarto branco Sorri ao meu filho Soletrei meu nome Esqueci da fome Cortei meu cabelo Perdi meu chinelo Lembrei do caminho Pintei uma estrela No papel carbono Voltei da sacada Da minha janela Lembrei do caminho Cai no buraco Caí do cavalo De lado , de bruços, Barriga pra cima Cai da escada Perdi a lembrança Lembrei do caminho Contei a distancia Estou tão sozinho... Hoje é quinta feira Do mês de janeiro Depois vem setembro E traz muito frio Lembrei do retrato: Perdi no caminho Rolei da escada Não tenho caminho Não tenho a sacada Na qual bocejei Não tenho o meu filho Não tenho o cavalo Que não cvalguei. SOU o poeta. Sou como perfume etéreo: Harmonizo-me com tudo E vago entre chiqueiros e jardins; Incenso,pairo sobre o azedume, Sinto o sol, contamino-me com o lodo Do rio; roço o orvalho dos capins Ergo-me mais e lentamente me espalho Como um parasita vil. Olho o bingo De gente feliz e fezes de mendigo Na praça onde os velhos jogam baralho. Assanhado como vento na camisa, Eu toco nessa coisas como brisa Leve,e nutrido,ainda sinto fome. Sobre o laranjal e o cravo triste Corro, e fico alegre e triste;acho um nome Na esquina, alimento um catavento Humano de agonias,rolo no esgoto e me esfrego nas flores, e ,então de vento, Volto eu, cão hidrófobo no cio Trémulos dedos riscando este todo Iluminado e vão,e ardente e sombrio. 2- Pobre pedra no meu peito Reluzente no seu caço Diferente a cada feito E oscilante no espaço Agoniza no seu leito Suspirante, frio, lasso... Delirante e sonhador E recontando o próprio passo Sorridente e sem calor Pela flor com que me caço Sem amor, sem luz, sem cor E da propria dor palhaço. 3- O vento que fala nas folhas Me cala e me fala A manhã é que é falha. O mundo são folhas (Antes navalhas) Tudo o que cala me fala na alma Minha alma se cala No vento que fala nas folhas E fala nas folhas que cala. 4- AMOR: imensa palavra de quatro letras, Entre uma ânsia de are um beijo Que irônica utopia conserva, pois. Para, enfim conhecer-te de igual Para igual ante o meu coração Como eu queria que custasses todo um parágrafo Ou como uma enorme palavra de origem grega Que só se pudesse pronunciar difícil e lentamente, Para que assim, desmembrando-te aos poucos Sílaba após sílaba e desunindo letras De uma palavra incrivelmente enorme Eu pudesse encontrar alguma coisa útil Onde coubessem o seu nome e o Meu nome escritos.. 5- Áspera esperança Esperança víscera Véspera espera Prostra-se, presta-se Ao meu vácuo meu vício Espora-me tempo, Dispara... Áspera espera Dispara, Vespera! 6- Sentenças Dois e dois são iguais à três Dois corpos no mesmo espaço Bebi vinte copos de autopiedade Da minha garrafa de vinho vazia Da natureza, tudo se destrói,nada se transforma Cem dedos das suas mãos vazias rasgaram uma carta em branco Das minhas mãos sem dedos Nada tira do meu pensamento esse erro Em torno da minha cabeça como um torno Nada tira esse torno Em torno do meu pensamento Um corpo em movimento, até que alguém o pare Chama-se: inércia Um dia dura 24 meses A chuva desmorona casas e alaga as ruas, Mas o que há em mim não lava Por quê dois e dois são iguais a três Dois e dois são três Sempre serão três Dois e dois são três 7- Considere a ilusão como alimento que comemos; E nos sentimos muita fome,que a ilusão tem gosto Porém não sustenta nem nutre. Portanto emagrecemos muito desde que nos conhecemos. 8- Água As pessoas que tem sede bebem água A água serve para quem tem sede matar a sede Mas,para quem tem muita sede, E desejo Fica o beijo A quem o deseje Para os muito solitários fica a chuvinha enjoada das tardes de domingo A chuvinha enjoada das tardes de domingo fica para os muito solitarios Tal como esta sala que tão bem se casa com o silencio Como flores mortuárias para o teio, como a cova do defunto Como a esmola aós mendigos. Todo mundo tem alguém que ama para ser amado Todo mundo que quer ser amado tem alguém que ama Por que quem ama e é amado tem uma vida que é vivida Todo mundo que quer ser amado tem alguém que ama E todo mundo que ama tem que ser amado,tem que ser amado Por que ama, por que ama, e ,por que ama tem que ser amado. Por que quem ama sente muita sede Muita sede E desejo À quem deseje como beijo 9- Mar Entre o amor e a morte Contemplei o mar Imenso,silencioso, Murmurava morno E ondulava e ia e vinha E eu menino mudo e tu menina,tinha Como eu tinha O dom de não estar no mundo. E tudo era tão muito que eu não via Contemplava o mar Que ia e vinha amor e morte Em minha alma como num letargo Maravilhoso,amargo, como uma mentira. Imenso,silencioso murmurava morno Leve na imensidão. Como um novo deus Me deu uma morte, e uma religião de amar o mar nos olhos seus. 10- Batismo Tem seu nome esta flor que não sei o nome Flor que não sei o nome Esta flor tem seu nome. Essa flor de todo dia Em meu caminho todo o dia Tem perfume de inverno esse perfume de ilusão de inferno Este perfume eterno Do meu caminho todo dia Baldia e branca, de uma brancura de clareza fria Pétalas baldias Patelas nervosas de manha de sol,verão nervoso Que lembrei quando você sorria, Cheia de invernos,baldia D uma brancura de clareza fria, De ilusão de inferno. Perfume eterno De ilusão tardia. Perfume eterno de uma flor baldia Branca e nervosa, Baldia e fria Que sorria como você sorria Pétala nervosa e baldia Do meu caminho todo o dia Que me vigia Desperta na pétalas pétalas dispersas Como o seu sorriso a te fazer diversa Baldia flor de uma manha perversa E que me chama o nome. Tem o seu nome Esta flor que não sei o nome essa flor que não sei o nome Tem o seu nome. 11- A arvore do mangue Brancos frutos, frutos cinzentos, vis frutos podres De tronco torcido, Nuas de galhos,magrelos E negros De galho espinhado na copa.. Senhora e irmã de cem pombas azuis, Indo e vindo ,girando. ÁGUA DO LAGO Move leve, água do lago Move leve, cheia de lodo Move leve, lago de água verde Lago de água podre, move leve Água suja do lago,água turva, água verde de pestes, Com resto de mortes, Com mortos nas margens. Íntimo Letes Cheio de mortes nas margens Lago de água verde Cheio de pestes e gentes. Lago nojento ,água do lago Turva e verde,água de mortes Nas margens do lago Águas de pestes,move suave, Lento, nojento Move leve, água do lago Cheia de lodo,move leve Move leve Lago de água verde Move leve Move leve Move leve Agua do lago. 15- 16- Vítima última íntima No meu peito a apodrecer Por que em não morrer insiste infantilmente triste A gemer E eternamente morrendo Na ingenuidade azul de uma infância Fica excitado de ânsia E orgasmo E pasmo Gofando a angústia e crendo? 17- Não canta, não chamo Não venha, chegamos Não tenho,não temos Perdemos, não fomos, Não nos mordamos! Que queremos? Onde fomos? Que queremos se não somos? Aonde fomos? Não queremos, não sonhamos. O que queremos não levamos Não choramos Quando nos vimos, estranhamos, Nem sabemos mais quem somos... Não nos mordamos! 18- O ventos traz muitas vozes Vivas vulgares vadias Pretas brancas coloridas, Como flores que não tem jardim. De todas as vozes varridas Pelas veias da cidade E que flutuam nas calçadas Ásperas, aflitas, preguiçosas De todas as vozes vazias, Ouço a tua voz no vento E as vezes vou, passando o dia, Surdo ao martelar do tempo. 19- Olha a chuva que te molha Olha E que seca e vai embora Olha a multidão agora Que hoje canta e logo implora E chora Olha aquela rosa Que envelhece e que desfolha O vento leva as folhas secas sem memória Varre sempre o que não há agora 20- Tecendo atalhos Somos os falhos Somos os filhos somos retalhos Nos somos tão vivos Nós somos tão falhos Somos os filhos Somos os velhos retalhos Somos de pão e trabalho Para comer,trabalhar Inventamos baralhos, Para jogar Inventamos navalhas, Para cortar Pra se esconder inventamos cortinas. Buscamos atalhos, Somos os filhos Tão frágeis,tão falhos, Velhos retalhos. 21- NÓS. É, nós que coremos da chuva, Nós,que vomitamos sábados E profetizamos segundas ( Jesus! Estradas retas são monótonas...) Nós,tão cristãos na risada insegura Nós do cambio automático, Da matemática segura Nós da avenida do bar do café Sem culpa remida,sem lar e sem fé. Nós de concreto e lajota Todos em volta,sem idas nem volta Nós que comemos domingos Nós da segunda chuvosa Da manhã fria e crua Nós que corremos, Pra onde é que vamos Nós que corremos da chuva? 22- Quem temo lhos que não veja Pois está diante de nós. Perante nós a incerteza, Da cor da nossa tristeza. Quem tem olhos que não veja O branco ardente da razão E toca em nós a solidão. Quem tem olhos que não veja, E que que não seja nada não. Que ninguém levante a voz Ninguém veja, Ninguém seja, Poi está diante de nós. 23- Varre o vazio Suave e lento. Vacila e cai no vazio vela-me vento Leva o vazio Traças do tempo,eu não sei, Eu não sei se choro ou se rio Traga as areias e Leva as montanhas No vento incerto E no frio De tempo e de vento,o deserto E de frio Varre o vazio Suave e lento. Leva-me vento e vela o vazio. 24- PELO VALE ELA ESTÁ MORTA!- EU DISSE AO SAIR NA MINHA PORTA E O VALE,COMO SE EU NÃO VISSE RESPONDEU-”ELA ESTÁ MORTA!” A TARDE AGONIZAVA EM CINZA E OURO NUVENS DE PRATA AVERMELHANDO E ROXO ADOECIA O CÉU COMO NUM AGOURO, O FRIO,TRISTE E DOLOROSO.... E EU SEMPRE TRISTE PELO VALE: -”MORTA!MORTA! ELA ESTÁMORTA!” EO ECO REPETINDO COMO NAS NOVENAS: -”MORTA” E O CÉU INCHADO, CHEIO DE ECZEMAS, E OS CRAVOS PERFUMANDO TODO O FRIO -”MORTA!” E O MURMURARTRISTE DO RIO-”MORTA!” TUDO GRITANDO COMO SE EU NÃO VISSE E EU REPETIA AINDA TRISTE -”ELA ESTÁ MORTA!” E AS ARVORES SACUDINDO LEVE OS RAMOS, E OS PÁSSAROS EM MELANCÓLICOS ARRANJOS: -“MORTA!MORTA!MORTA!MORTA!” E A NOITE TODA SE ESPALHANDOEM LUTO, MEU CORAÇÃO DE LUTO E AS ESTRELAS NA AMPLIDÃO REMOTA E O PESAR TRISTE DOS ANJOS: -”MORTA! MORTA! ELA ESTÁ MORTA!” -25 LADY MACBETH Despeja teu líquido amarelo, Lady Mcbeth No meu copo de vinho, de tua garrafa de tristeza Amante pervertida do meu sonho ralo, és já tão velha, Pois, e andas a arrastar o teu vestido longo e negro. Agoniada de uma dor aguda, histérica, olha-me E magoadíssima suspira, dando o veredito: “ É teu destino, para que eu vivesse,meu amor imenso Que para sempre eu te abraçasse em minha dor E fique tu só, a noite e a semana toda,à ouvir teu rádio Com as moedas a contar para o teu vinho. Para que me ames,quero-te apenas só,sozinho, Como ao fim do recreio o aluno só no pátio.” “E como Campo Grande fria em tarde de domingo, Ou como velha solitária a mendigar no bingo, Tu me amarás como o sapo ao seu lodo E como flor rara de mangue, Devoto de mim serás como ao quente do teu sangue Anêmico: e como um caracol enroscarar-se todo Na amargura do seu quarto onde me deitei lasciva E num beijo lento e forte,como chama viva Sombrio e tateante, palpitante ,pasmo há de descrever-me em parte pelo teu orgasmo.” -26 Meu pobre Lázaro, coração morto Tal como um cego ansioso de luz, Ansioso esperas,calado,absorto, Que ela te ordene, como jesus, Perderes a paz e o conforto. -27 O deus do ateu e o amor que eu sinto E beijo sem vê. Ó deus vulgar,religião do que minto, Te esperto sem crer. 28- FOTOGRAFIA Castanho e preto e preto e branco Dois e lindos vivos dois e lindos São macios lindos sérios Castanhos pretos brancos dois Rosado rosto indo raso rindo Belos lábios dois vermelhos lábios Lábios vermelhos dois e lindos lindos Dois vermelhos e os cabelos vários pretos Langues pretos e castanhos belos como os lábios E o nariz perfeito Castanhos pretos olhos olham olhos Pretos negros brancos dois e dados ébrios Apaixonadamente negros. 29- O lago gelado e liso Detrás de cada sorriso A raiva que ruge e que ferve Na alma E o frio para que serve? Leve é o breve no vento Da alma que treme na frase Que trava e que fica no leve e no breve Treva e luz que se sorve, se serve Na trava Lava escorrendo em rio Calor e frio Lado ´alado Raivoso e gelado Todo e lodo Lindo e louvado E inacabado. 30- Ruge uma fúria vermelha E branca, minha saudade canta, Como que estanca a solidão na base. Meu coração estala minha canção estrela, Colorindo a frase. Evai florindo,vai florindo, Vai fluindo na caneta aflita; Como que flutua e grita. E minha alma vai subindo,vai subindo, Torna a renascer sublime; O coração sugere, No sigilo a alma gira, Parece que acredita E vai rugindo,contorcendo,rindo... Parece que estanca solidão na base, tanta Ou quase que surge e que levanta, E se separa, parece que estala Minha canção estrela Colorindo a frase. 31- Visões geladas, fugidias graças Visões de nostalgias, Eu sou a embriagada traça, e vejo a lua em toda a luz vadia. Visões de cânticos e de salmos bíblicos, Santas lembranças da financia, brancas, De cristos magros e de santos magros, doentios. Visões de ajoelhados e de aleijados,rijos E convulsos,demão postas, mortos de frio. Viúvos, viúvas, crianças, velhinhas e velhinhos. Velhinhas alvas de mantilhas pretas, Pobres homens novos e mulheres novas, Lamentos, gritos, aleluias, glórias, Namorados suplicantes da cova no cio. Pecadoras e pecadores, mendigos de benção, Fantasma do vício, Geladas visões nostálgicas, confusas... Cristos de gesso,hóstias sagradas, óleos ungidos, Santa luz das aleluias!, nos lábios, nos olhos, Velhos ilusórios ritos; Branca luz dos santos evangelhos, Religião original dos meus olhos. 32- Noturnamente Mente noturna Urna escura mente Mente-se turva Torna-se mente Noturnamente. 33- PRESENÇA A solidão ferida, De sorriso lagartixa Na parede equilibrada. A solidão princesa, Na cadeira nesta sala Respondia, interrogada. A solidão acesa, A solidão branquinha, Boba, boba aqui parada A solidão calada, A solidão alheia, Quita, quieta,indesejada. 34- MEIO DIA Eu não penso em nada quando Penso em mim somente; Exceto nesse vinho que só mente Para mim quando está se acabando. Se quiseres saber o que agora penso, Olha, eu poderia julgar que sou feliz, Que do seu móvel velho eu sou o verniz Sob o sol intenso, Que vai brilhando e morrendo Como o vinho do meu copo me glorificando, Como o vinho do meu copo se acabando, Como um lençol que o vento vai movendo. Ritmado e lento, hipnotizado ( Agora ponho mais vinho no meu copo) AH! é só a mim mesmo que topo, Como o sol do meio dia parado. 35- SIMBIOSE A eletricidade percorre a infelicidade dos fio, E tenros e frios, pendurados, Negros, marrons e cinzentos, três quatro, Dez pássaros histéricos gritam, chilreiam, Espalhados ao espaço polidos das linhas de pipas, Plásticos, papéis sacudidos, Em frias bandeiras agressivamente coloridas. Como conforta meu cérebro comparar meu cérebro cheio Com aquilo que vejo, e penso comparar-me todo `Aquilo que vejo e penso, como ser o que sinto. Rio um sorriso encardido. E todo o ambiente que vejo: o desarranjo Das casas, o tédio das arvores feias, a bizarra Confusão dos becos, Eu comparo em meu sorriso. Eu sinto a pele suja De toda terra mal colorida que vejo úmida, contaminada e imunda. Entre o intestino e o coração eu sinto algo Do matagal baldio, Do matagal errante, entrelaçado, enfeiando a vista. E também me parece que, num cano aberto de esgoto, Fedidamente como hálito matinal, Preguiçosamente como verme vil, Entre urina, sangue, sêmen, fezes, Vejo sair minha alma arrastada. 36- TRINTA MOEDAS De tua face branca ao por-de-sol de teu olhar Alguma coisa de meu sangue ainda cintila. E até no gosto escarlate no te lábio, E na frieza azul de tuas mãos. Quanta inocência de anjo, em teu vestido cor de fogo, Brincando com o vento como duas crianças rubras. E se eu descobrisse, da delicadeza de tua pele, O punho podre de teu coração de sangue estagnado A parcela certa de pureza e de luxúria, De tua carne cor de dor e de pecado Eu lamberia cada víscera do teu corpo E com ânsia extrema de guloso, Eu morderia, como cão raivoso, Duas crianças de teu busto cor de rosa. E lavar o teu cabelo, minha doce madalena, Em meu sangue de sarnento; E por trinta moedas de orgasmo, Ver-me todo no teu corpo. 37- SELVAGEM Sádico monstro que devora a minha alma, E que se parece comigo. Chama intrusa na minha calma Com seu orgasmo selvagem À torturar minha mente Como um espelho demente Que refletiu minha imagem De covarde homicida E de ladrão idiota De um crime que se nota Como a corda de um suicida Que uma mão amarrou. Ferida esperança Que se espatifou De uma triste lembrança A me definir Hiena que me afaga, E como uma lâmpada me apaga, E me faz dormir. 38- Teu grito,meu grito, lascivo vermelho, Um tiro, respiro, te beijo. Cem mortos, feridos, cem pássaros, coitados Perdidos. Vermelho veneno fêmea, velha e menina Pássaro vermelho no peito Incandescente tarde escarlate; lasciva cínica Menina, víbora incauta, assassina, assina Teu nome no meu coração. 39 ERA UM JARDIM Era um jardim Em cima do solo sujo Em baixo do céu azul Tinha uma rosa e um jasmim Passeava um caramujo Lento, e um vento sul Ao redor do jardim Úmido sempre de luz, Cintilante de sereno. Deu meio dia...meia noite por fim As flores tornaram-se pus Com pétalas de veneno. Doeu-me coração e rim. Toda a sorte de insetos surgiu, Rastejaram sepentes. Que demônio estranho sorriu Quando caíram-me todos os dentes? Quantas patas eu tinha Quando tropecei E o sonho na estrada enterrei? Quantas patas eu tinha? Em que labirinto da estrada enterrei, Em que labirinto da estrada, Em que labirinto! Em que!... Em que labirinto da estrada enterrei o meu sonho? A mesa de jantar onde sempre esqueço o que como? O meu sonho Que espaço que há entre ele e mim? Há um jardim que era... Era um jardim, Em cima da terra suja Embaixo do céu azul. 40- O que me nega Me cega A mão na queda Parte o seu silencio Como o latido de um cão Dizes sim e Dizes não. Meu silencio, Tua culpa, Tua ira teu, perdão O que não te nega Te cega. E voas no silencioso Gozas no vento... Teu sorriso, Negação Guardo o meu silencio para o te perdão. Fim de Uma Noite Fria e Úmida Não enxergo um palmo a minha frente O uivar dos lobos atrás dos morros ouço derrepente Me sinto confuso Cada passo que conquisto Nesse mato molhado Me asseguro que vou conseguir, se eu não for o alvo do que tem por vir Minha preocupação é redobrada Meu cãozinho, ou as pernas É escuro, ouço sua respiração ofegante É pedreira, sinto em um tropeço Aqui é o lar delas Estou delirando Mas não senti a canela formigando Mas sei que vi o vulto delas passando Me cai o suor O frio não congela Meu pobre cãozinho Se livrou dessa Me lambe o rosto Meu delírio louco Se passou por elas No ninhos das cobras Serpentes Venenosas Me livrei por uma poça Cheia de lôdo Senti não mais sóbrio Pelo dia que clareou Em um buraco eu cai Meu joelho dobrou O chá da minha noite Me desnorteou Quando vi várias delas, umas dormindo, outras esperando Medo nenhum no mundo,maior ja passou Só me resta o conto Para que ao contar por um ponto Um veridico assombro O coturno me livrou ! PALAVRAS Escrevo linhas sobre crianças; Escrevo sobre as praças; Escrevo sobre o Mar; Escrevo sobre sombras; De repente alguma coisa mudou; A banda passou a tocar uma nova canção; Escrevo palavras duras; Escrevo verdades nuas, cruas; Escrevo meus sonhos; Escrevo minha alma. As mãos não conseguem deter; O ziguezaguear de idéias que transbordam como um vulcão outrora extinto; Quando escrevo sinto o gosto, o cheiro; Lembro de pessoas, de lugares que não existem; Às vezes penso estar louco; Mas não importa, tudo vai bem. Quando escrevo o mundo se transforma; Consigo sintetizar emoções em linhas; Como uma brincadeira séria; Como reflexo no espelho; Quando escrevo parece que viro do avesso; Quando escrevo volto a ser criança. Olhem! A banda toca uma nova canção... escrevo os contos de minha alma ao som de minha livre mão e emoção, e escrevo os peomas que ainda não são, e escrevo a minha vida em letra e pingos; sem ponto finais Amém! para mim que a tanto tempo tanto faz qualquer coisa como coisa alguma, amém! amém ao que eu não sou e ao que eu finjo que seria, e a essa a ilusão de me ser. como um incógnita compreensiva de tão incompreensível e verdadeiramente real como minha vida explodindo em êxtase de não ser, que caminha ao meu lado, como a própria sombra que não tenho – porque não me encontro na realidade real dos seres composto –, que me leva ao talvez ... – isso! E de tão cheio de estar vazio me frijo nesse respirar e me dilacero nele também e solto-me Danilo... solto-me! a qualquer modo que o tempo passo me acompanhar. E de muito espaçoso, como um gás que ocupa o universo todo, de minha intima náusea escondida na alma o meu não querer existir faz existir uma válvula de escape,na qual deixo-me menino, deixo-me escapar ate que o meu por vire nada... me inspira a frio este momento e tanto faz se o verbo me acompanha ou não – quem dera poder ver -me no espelho com esse olhos que guardo no bolso – olhos que não sangram –, mas que vive e que pousam por algum desejo de imagem que há dentro de mim. Se Se é que há poesia em mim: Ela é a do silêncio e do perdão e da última hora e de “quem sangra” como quem sorri, de quem morre... – enquanto a vida sobrevive a mim! De quem não é nem o que não deveria ser; De quem não come chocolate enquanto a alma de tão seca arrota pedras; De quem frustrou a próprio chance de frustrar a chance por pura rima de sofrer; De quem acompanhou só onde os olhos alcançaram e o muro nunca deixou a visão ir além; De quem a vida...ai meu Deus –, esquece! Mas se há poesia em mim... – imensamente muito obrigado! Teima No varal de qualquer tema é que me prego Escrevo em tema livre e em versos burros Neles não há métrica muito menos rimas e nem encanto ou figuras de linguagens me escuro no vento para ir em busca das palavras e busco da ‘anulidade’ , inspirações para os meu... – porque não poemas? E não convido nem um Drumonnd ou quem que seja a assistir televisão neste espelho! Contradição e tradição, ambigüidade e qualidade e daí? O reino é meu: sou eu o carro, sou eu a ave, sou eu regra e estou de olhos fechados. Certa vez ouvir falar das águas doces de um certo rio. Caiu um gota em mim... – nunca mais foi o mesmo! |