PERIFERIACai mais uma noite, mais um corpo, exalando álcool impuro sobre os restos do asfalto Cai imperfeito um corpo tapando o buraco da calçada Um terço de homem na manjedoura ensopada Longe a alma santa agora é só uma tampa ella entonces se miró en el espejo impuro del asfalto e iridiscente su ojo llameó un instante apenas en la noche quando um cai na calçada, todos caímos com ele. o que há de elevado nos homens não quer prestar-se à humilhação: a dele em nós se reflecte. que fazer do bêbado? envergonhados, vamos passando ao lado de uma miséria, que também é nossa. sofro muito aguardo a expolosão dos inocentes que servem ao gozo do vampiro estrela sem fim quem te apagará? mal e mal levanta o corpo apodrecido pela cachaça, parecido carcaça. Então levanta o copo, quem quiser eu topo um brinde ou um vômito ao meu caráter um dia indômito, às minhas falsas alegrias! Garçom! Aumente o som que eu não quero ouvir mais nada! Só quero mais uma dose de coragem... Mas o corpo escorre fluido pelo poste e desce pelo esgoto e morre, sem ter um que ame, sem ter um que goste. Escuro, promíscuo, me traz o vício Viciada como uma cabra, querendo tomar o leite da ninhada Maltratando-me, devassa... Mais parece uma águia, que voa pela casa Não, não, não a siga, pois ela está fraca Besta, bosta, imaculada, invejada Deixe-a ir para sua casa, voltar para sua ninhada, ainda tem a boca amarga. Coração insolente, toca o sentimento da gente, distância envolvente A rara transigente e a voz que sente e não vai em frente, xingando pelos dentes Fazendo todos descontentes, mexendo com o sono da gente sufre un veneno impredecible de amores vencidos de culpas escondidas. Las estrellas simuladas por el farol mudo en esa turbia noche no hubieran podido salvarle. Por eso se dejó colgar un instante del aire que la sostuvo (un pilar mentiroso) sólo el tiempo para que entendiera que ese vuelo elegido sería el último. Cuando cayó como un muñeco fláccido, como dijera Chico Buarque, en el asfalto, apenas sería un recuerdo agrio en dos o tres amigos y un perro que olisquea su cadáver. da periferia do mundo erguem-se vozes mudas, porém eloquentes como brasas de fogueira. além, onde as sombras dançam com o vento, sobre a terra prenhe de torrentes poderosas, somos todos um e eles não sabem. O centro já não me cabe. "Tem muita gente aqui! No mundo e no Brasi!" (Sofismei) O Centro já não me cabe os shopping já não se abreem apenas olhos me seguem Os ônibus já não param as portas se calam apenas olhos me seguem Os trens se recolhem o tempo me chove nem olhos me seguem Nasce o sol na zona leste todo esburaco feito a peste Um bando surfando sua testa e outro lhe jogando pedras Sobe tonto meio arrastado calado, apagado, pobre coitado Menos que um ponto de giz no céu é só uma cicatriz Já não aquece as nuvens Já não preenche o céu É apenas uma nave bárbara que vem cruzando ao léu "Aqui estou mais um dia, sob o olhar sanguinário do vigia". Asfalto, parte da realidade. Vida e morte no final do metrô. (MC Negativo) tocamela lomas rapido Sai pro sistema em cima Na cara griff maloca Sabatinei a gíria Ginguei os verbos Mau fiz a cara Juntei cuns mano Hoje o de sempre Sangue bom Bom Bom Marrom Bunitinho geladinho coisa de remédio Nego Zogbi Latões, caixas, detritos e sbão neutro. A linda rapariga e os dentes brancos, rapaz bonito, belo e perfeito. Curioso o guri, pulou o muro, e guloso, conseguiu uma maçã e um caqui. Voltou correndo pela avenida Sousa Franco, nem chinelo, sapato ou tamanco, pé couro de jacaré fritando no asfalto. Mamãe, mamãezinha, venha ver, vem logo, consegui algo para comer ! Testemunhei Os olhos apagados num corpo de luz cansada Uma mulher apavorada segura na lâmina Mãos ensagüentadas cobrindo-a de jornalismo e Um punhal tirado com riso O jornal fez da mulher dinheiro O polícia a tornou um ficha Testemunhei um provável amor tornar-se outra carniça sai a noite,chega o dia,mais um dia como todos os dias de minha vida. Você é para mim uma cidade, O centro, colorida, cheia de vida; Sortida de novidade... Sofro por estar longe do seu centro Atinjo, muito mal sua periferia absorvida Vivo do lado de fora, você do lado de dentro. O centro sa terra gira em seu eixo E sobre ela o sol poente Deixa sua marca SEm dor e sem sedução Td vira chão Terra, fogo SEm nada nem ninguem para recorrer (Hujinhow) Sombras escuras e densas pontiagudas e imensas dos lúgubres prédios que tolhem a diáfan luz invernal e a fumaça cinzenta das fábricas que entranha nos destinos consumidos e insones da cidade terrível e tão amada! Forças centrípetas silenciosamente um outro universo a arquitetar (R)evolução Forças ocultam o que já não se pode negar Há influências envoltas nas teias do prosseguir E os carros buzinam sem que seus irritados motoristas possam desviar A periferia está viva e arde nela um doce veneno-vingança que sem pedir licença invade-nos as narinas no frágil odor do aceitar... É por descrença mesmo Que não me envolvo. Nunca vou fundo, devolvo À periferia, esse sentimento a esmo. Periferia (Khanto Fhalado) O relento lento-lento Partiu, o sol já saiu Mas o vento, deixa o tempo mais frio Balaça a pipa enroscada no fio Rabiola enrolada no poste de energia É a marca registrada da Mãe Periferia E na beira do barranco O barraco alvenaria compõe o cenário da minha poesia Bom dia, Mãe Periferia Bom dia! (Hummano) Caminho lento na periferia Da minha curta estrada. No centro, eu jamais teria Tecido as teias de entrada... RES NON VERBA (fatos e não palavras). caído em lugar qualquer sobre os olhos de todos: coitado, digno de misericórdia... monte de carne e osso ao léu, cara virada pro céu. dormente, nem sente! insetos a cobrir-lhe baba a escorregar boca abaixo. vida pelo ralo... família. alegria, sonhos... agora nadando no álcool evapora-se no enpaço. suor gelado pressão alta...que inporta. trôpego, segue sem rumo ao encontro do nada. só os vira-latas se inportam latindo sem parar. Enquanto a filha de mini-saia Passa de largo com a amiga Finge que nem conhece Aquele porco jogado Que lhe inoja e lhe envergonha E vai pra escola com desejo de vomitar Nem sempre a felicidade está aonde se diz... Se o teu lugar é na periferia do círculo, Onde melhor tu circulas, não sejas ridículo; Encontra-te no teu lugar e procures ser feliz. ”Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura. Arrependa-se, volte atrás, peça perdão! Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se achá-lo, segure-o!” (aspas para autor desconhecido) Mas o que não pode acontecer é você ai ficar, a esperar alguém chegar. Não importando de onde ela vem, se da periferia ou de outro lugar, o importante é que você seja feliz. A felicidade não tem lugar para ficar, ela só precisa que vc a cultive. Não pode dizer: como cultive? Se amor não tive! Se não o teve um dia terá o importante é acreditar que um dia ele chegará. O amor é como a felicidade: Às vezes, chega, às vezes, vai... Às vezes, é uma sutil oportunidade; Lançai redes ao mar e vede o que sai... Às vezes, mergulhar no mar, ir fundo, Corre o risco no que não é translúcido... Às vezes, sair da periferia do mundo, Ir afora, transmutar-se, ainda lúcido... ... Nas bordas de um balcão Duma periferia, Maltrapilho, de calção, Sem sonhos, preferia Não ter mais aptidão Pra viver na solidão. Periférico mundo... Promessa garantida- -Pensou num segundo: Vou largar a bebida. _Vá bem periferia... (Diz pra si e a esmo) _Vou ter mais alegria _Só trago, por ti mesmo... Pára a bebedeira... Sai da periferia... Diz que não dá bandeira... No centro desceria... A “pura” a derradeira Que sorte!... Venceria!?... ... ... ... ... Para evitar o uso de mais pepsinas, Encontro violento; colisão, embate, Fico na borda, na alça, periferia, Desconfiado como mineiro de Minas... ... ... ... Na calada da noite sai, mesmo não sabendo para onde vai ,carregando na mente insana os problemas de uma vida com todos os dramas (Mônica) Mesmo assim sai,com os sonhos que já não lembra mais,com as promessas feitas e esquecidas,com a lembrança de pessoas quase todas falecidas.Mesmo assim vai....... (Mônica) Irmao sou da periferia ! Sou negro, sou forte Gosto de hip hop Trago na vidas muitas histórias Trago a violencia guardada na memoria Corro contra tudo Eu luto Uma luta sem vitoria sempre sem sorte Vivo esperando a morte Não tenho futuro Tudo e muito escuro Mais sei que um dia Essa vida vazia vai acabar Quando a morte me pegar E o jornal noticiar Mais um morto na periferia Negro forte que gostava de hip hop, Aqui não era seu lugar ! ... ... ... NEM RIO, NEM CHORO. Invejam-me as lágrimas de quem chora e o marfim de quem rir. O choro até que contagiou-me outrora; agora impeço a gota além da periferia fluir finjindo chorar só na periferia. Rir Versus Chorar - eu preferiria : - morrer de tando chorar de rir com alegria... Adam “Sunt lacrimae rerum. (Existem as lágrimas das coisas). Virgílio (Eneida, I, 462). ou: ("Nos grandes infortúnios até os seres inanimados parecem chorar"). ... ... ... > ... ... ... > VICE-VERSA Após um dia cheio de maldade Veio a noite vazia de bondade. Trouxera pra periferia desesperança, Pois, ficara lá no centro a esperança. Hoje segue pra periferia com uns cem, Amanhã volta ao centro quase sem vintém .. Menos um dia de amargura Mais uma noite sem doçura... VICE-VERSA < ... ... ... < ... ... ... O desconhecido escritor, quando ia àquela livraria pensava muito perplexo ao ver o seu novo livro, recém lançado, em cuja lombada já se notava o crivo da capa meio gasto... Quem o leria naquela periferia?... Certo dia, fingindo ler outro livro, ele se escondeu por trás de.... ... ... ... Um elefante Que passava naquele instante Saido de um livro infantil De capa cor de anil! E ele viu a moça Que lia seu livro escondido Estranhou o seu vestido Cheio de estrelas douradas Era uma fada encantada Que fugia da sua história Para ler aquele livro Aquela livraria Daquela periferia era encantada... e ele não sabia.... ... ... ... Eis o que em toda sua vida procurara Sem saber, estava ali perto e presente; Aquela moca tinha u´a beleza rara... Que pureza! Que criatura proeminente!... De resto, tudo mais, ali, era nulidade... Só ela: a fada inocente, a mais singela; Só ela importava - meiga flor da puberdade. Ela sim, seria a personagem de sua novela: Já tinha o título: “A Flor na Periferia da Cidade” Resoluto, não procuraria mais só o sucesso - Ele o técnico, o incorrigível analítico - O que sempre se rendeu mais ao processo,- Agora veria mais o valor personalístico. Saiu do seu esconderijo, aproximou-se Da moça e ... ... ... ... ... ... ... ... Ficou enfeitiçado por sua rara beleza Que o olhou com olhos de muita tristeza Vivia presa a um livro de historias de fadas norueguesas Todas encantadores e de rara beleza Ela não queria ser fada Queria era ser amada Ele.... ... ... ... Ele se complicaria com a incógnita De um vetor que partira da periferia E atraído por uma força hipnótica Causaria muitos problemas; ela seria Para ele, o ponto perfeito da ignição; Mas, agora, ele era apenas uma meta De solitário meteorito em colisão; Enquanto ela, era o rastro dum cometa... ... ... ... Coitada da fada A historia ficou complicada O solitario escritor sumiu O elefante partiu A historia se perdeu e.. um grande amor.. morreu... ... ... .. . A história persegue com curiosidade a rota solitária do cometa que brilha enquanto houver rastro de luminosidade; mas quando a luz se apaga e some a trilha, vagam escritores e cometas pela eternidade . . . ... ... .. . ... ... ... A não ser que se caia de pára-quedas, torna-se necessário atravessar a periferia para se chegar ao centro. ... ... ... ... ... ... Aquele namoro epidérmico limitava-se na periferia... Embora bastante térmico, Nunca ia fundo com queria... ... ... ... madrugada urge feito faca fere feito fera ruge amola a lua seu gume fatal: estrelas dormem. Pirilampo do amor sentinela do perdão a faca ruge a fera amola a lua fere... cicatriz do caus da relação perdida das almas desencontradas da escolha sombria... amor.. que seiva é esta... que empobrece a razão? momento de aflição angustia latente paixão secreta morte encoberta... Naquela paupérrima periferia A fome da noite tem dentes Que ao invés de choro preferiria Mostrar-se satisfeitos e contentes... (Adam David) ... E pensar que durante anos Sobrevivemos quase felizes na periferia... Unidos tal colcha de retalhos de panos, E ao trabalho honesto nenhuma vantagem preteriria... E pensar que por lá não havia tantos danos E era mais por velhice, que se morria na periferia... E pensar que nalgum dia a água jorraria por muitos canos E torneiras, e até uma piscina quem quisesse teria... ... E pensar que há anos, A vida nos assistiria Correndo em bandos E nos socorreria Destes vândalos Vivendo em perfeita Harmonia Destruindo sonhos Dos que vivem na Periferia Tecendo sonhos Por uma vida Sem tanto choro Sem tanta agonia. ... Retiram-se com as vênias para se desaguarem juntas, as inerentes almas gêmeas entendem-se sem perguntas. Fluentes poças de alegria que dos olhos de ternura brotam à vista da melodia-, sínese do ode e da partitura. ... correção: "da" ode e da partitura. correção: "da" ode e da partitura. ... O poeta do gueto Traça sua própria fama, Acende um graveto E dele lança a chama. Na periferia ele delimita O seu próprio território, Dando voz que não imita Nenhum verso transitório. O seu poema intransitivo Por si só, já diz o que é; Tem um traço distintivo, Que passeia no asfalto a pé. ... * * * Beirando um meio-fio de um lugar incerto na periferia dum bairro do Rio (nem longe, nem perto) via-se um homem e um cão (amicíssimos por certo...). O homem agitava as mãos e o cão abanava o rabo... (sinais, que pareciam vãos, mas ambos com muito gabo...) Era noite e iam os três: o homem, o cão e o enferrujado e velho carrinho de mão. Seguiam sempre pela beira do meio-fio na cata de tudo: - plástico, lata, latão, ferro, papelão, etc... Sucatas do Rio... Sempre atento seguia o amigo cão, até que, farejando um cheiro de cio, este entrou em porfia com outro cão. Logo, os cães em debandada correram rentes ao meio-fio; enquanto o homem, pacientemente, fazia cama do papelão... Beirando um daqueles extensos meios-fios, que percorrem bairros perigosos e incertos naquela periferia da ferrovia urbana do Rio; foi por lá, que os três amanheceram descobertos... * * * * * * Dedilhando pela periferia, já se podia imaginar o centro... Se a periferia é fofa, já se diria: _ “imagina a textura lá dentro.” * * * * * * Ele tem casa na periferia, que é perto do quase nada.... Ela usa ouro e prataria, e é bonita e desejada... Ela apenas a conhece naquela parte da arte... Contudo, o engrandece tocando-lhe naquela parte... Ela nasce no meio do luxo, ele no limite da periferia. Talvez, ele fosse um bruxo Por quem ela se entreteria... E depois, passado o encanto, o que viria para os dois?... Ele na periferia do seu canto; ela no centro do luxo; ora pois!... * * * Nada sei do luxo, ou do lixo. Só sei que do ouro , dos castelos e honrarias. Das sobras do lixo, restou, apenas, a prataria e o amor da doce menina sem bruxarias. Mas, no auge da solidão do lixo, só resta buscar na periferia, Aquele que nunca a deixaria. * * * ...Enfim, joguei na lata do lixo o passaporte pro luxo... Na periferia, um fato esdrúxulo: escondido no meu nicho eu parecia até um santo, cujo único capricho foi jogar naquele lixo o que não queria tanto assim... * * * ** * Até aonde você iria Atrás do seu amor? Você iria à periferia Num dia de muito calor?... * ** ..=..=..=..=.. Da periferia pro centro e vice-versa, Melhor opção é o Trem da Saudade. Cheio de gente que gosta de conversa. Você pode fazer uma ótima viagem, Mas, se, tiver algum tipo de medo, Receio de viajar ou lhe faltar coragem; Não tem mistério, não tem segredo, É só embarcar nos vagões da saudade... . Multidões embarcam tarde ou cedo, Indo e vindo, no Trem da Saudade... ..=..=..=..=.. O periférico e o uivo... o capricho de um traficante exalando emboscadas. Da periferia para o mundo dos afogados em vômitos de Boutique Escolha feita entre N possibilidades responsabilidades e culpas ninho onde forjaram as rosas vermelhas do sangue nacional: assaltante baleado dentro do bordel |