SONETO A KRACORÉ
Kracoré é menino
Kracoré menino índio
Kracoré vive na cidade
E o sistema sua história vai consumindo.
Kracoré chora por sua gente
Que foi expulsa para longe da floresta
Kracoré quer voltar
Tocar atabaque e fazer festa.
Kracoré é inteligente
Sabe contar dinheiro e miçangas vender
Mas Kracoré é triste: Kracoré não sabe lê.
Kracoré é fura tráfego e vive não contra-mão
Mas se kracoré fosse a escola
Sua vida tomava outro rumo e direção.
(Antônio Virgílio de Andrade)
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