A Garganta da Serpente

Antônio Virgílio de Andrade

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CLAUDINHA E O MAR

Claudinha foi morar à beira mar.
Me deixou,
Como também me deixou Joana, Patrícia, Rosinha, Florinda e Alencar.
Alencar era um caro chato.
Chato, mas amigo.
Não sei o que essa trupe foi fazer no Ceará.
Por Claudinha quase perdi minha alegria.
Daqueles bons tempos, só restou nostalgia.
Seus olhos me olhando de soslaio,
fazia meu corpo vibrar e pernas tremer.
Quando me olhava, olhava com desejo.
Com o desejo de quem quer fruta com casca comer.
Ontem,Claudinha me ligou.
Ligou não, mandou um e-mail.
Poetisa de mão cheia,
Sempre gostou de me provocar com o lirismo de sua veia.
Às vezes penso que Claudinha deveria ser atriz.
Se assim fosse, pelo cristal da telinha, poderia desnudar sua fogosa e generosa formosura.
Mas Claudinha nunca quis. Diz que ser poetisa é o que a faz tesuda.
Tesuda, para quem tem um coração tão grande como Claudinha, devo dizer que é pouco
Ela é um poço de alegria e candura.
Quem saiu perdendo fui eu
Perdi a inspiração e a musa.


(Antônio Virgílio de Andrade)


voltar última atualização: 10/01/2006
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