Sangue e piche
Do fundo de meu coração jovial,
Cheio de edemas coléricos,
Jorram infinitos gritos histéricos.
Feridas nuas tratadas a sal.
Minhas quimeras poluídas por nuvens negras
Já não me permitem mais ter sono,
Lamurios dos corpos vivos que como
Incomodam-me como grunhidos de uma surda-muda cega
Peço ao deus da ciência que os vermes me comam com delicadeza.
Como comem os velhos burgueses sentados à mesa
E vorazmente devorem-me os olhos que só enxergaram o mal.
Meu coração agora coberto por uma espessa camada de piche quente
E meu estomago revolto que incessantemente regurgita gente
Matam-me a esperança de dentre esta nevoa encontrar um bom final.
(A.C. Santiago)
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