O menino morto
Nos braços de uma mãe apática
Jaz a criança morta,
Feto putrefato, figura torta
Caçado pelo universo de forma sarcástica
Dorme nos braços da mãe, infinitamente,
A criança débil facilmente abatida
Jaz lá pobre, podre e sem vida
Sem lagrimas vai-se o pequeno indigente.
Aquela mãe parece chorar, mas não chora
Já que esquecerá em menos de uma hora
Quando voltar a lembrar da fome.
Parece até sentir-se mal
Ao ver o chão de fogo infernal
Coberto por covas sem nome,
Parece sentir, mas não sente.
(A.C. Santiago)
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