A Garganta da Serpente

Adriana Fonte

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Desenganos

Que saudade dos seus carinhos
que um dia me fizeram sonhar.
Te amei tanto
que não compreendi
a linguagem do teu olhar.
Rasguei meus vestidos,
me desfiz de certezas,
que não me levaram a nada.
Esperava e esperava...
Na sua meiguice não compreendia
que me enganava.
Hoje recebendo a mesma proposta
porém sem estar apaixonada,
vejo o quanto me enganei,
reconheci seu caminho!
Me guiaste pelo mundo dos sonhos,
dos falsos profetas, talvez.
Perdida e confusa,
desnorteada por seu amor
permiti que me usasse.
Pensei que capaz não fosse...
Acreditei em sua sinceridade!...
Mas que sinceridade?
Seus lábios continham apenas o silêncio
de perguntas minhas que não queriam calar.
Hoje as encontro, na mesma amargura
que arde em meu peito.
E meio sem jeito,
percebo-me enganada.
Já se foi tempo da adolescência,
tempo de sonhos, de ilusão!
Como me permiti,
todas estas conclusões?
Fui inocente, demente e tola!
Caí como uma garota.
Pensei que pudesse te amar!
Vejo agora suas intenções,
ainda bem que não é tarde!
Ainda consigo retornar.
Retorno ferida, magoada,
por alguém que só fiz amar.
Mas dentro dessa ferida,
vai mais uma lição de vida!
Um dia talvez aprenda
a não mais confiar!
Tínhamos tantas promessas!
Onde foram com tanta pressa?
De não nos deixarmos,
de não nos magoarmos,
de não nos enganarmos,
de simplesmente nos amar!
Insano profeta!
Sigo meu caminho.
Pensei ter visto em ti
tudo que um dia sonhei.
Hoje não acredito em uma palavra
que saia de sua boca.
Me enganaste com seu jeito,
sua meia doçura,
seu falso respeito.
Agora o que me resta,
a não ser o vexame?
Fim de festa!
Espero que tenha sido
divertido para você!


(Adriana Fonte)


voltar última atualização: 13/02/2005
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